sexta-feira, agosto 26, 2005 |
- ERA PARA OUVIR O SHÔR ANTÓNIO SALA A CANTAR OS PARABÉNS, FACHAVÔR, PARA DEDICAR A TODA A MALTA DO BLOGUE...
- E A FRASE, É?...
Hoje fazemos dois anos e estamos mais perto do ensino básico! Ainda havemos de ver este porquinho doutorado! Obrigado a todos e por tudo.
- E A FRASE, É?...
Hoje fazemos dois anos e estamos mais perto do ensino básico! Ainda havemos de ver este porquinho doutorado! Obrigado a todos e por tudo.
terça-feira, agosto 16, 2005 |
Microfábulas - XVII
Havia, certa vez, um fulano hirsuto, mal apessoado e de olhar agressivo que vagabundeava pelas ruas da Sertã expelindo um ou outro comentário de mau tom a quem por ele passava. “Lá vai o Mija no Miradouro!”, diriam uns; “Lá vai aquele tipo manhoso.”, diriam os mais educados. E aquele tipo lá ia, invariavelmente terminando os seus percursos no Miradouro onde, verdade se diga, mijava de facto, com os olhos postos na serra.
Entre uma mijinha e outra, aquele tipo passeava-se – admirável existência essa, diriam alguns mais dados à inveja e à preguiça – tartamudeando qualquer coisa entre dentes que nunca alguém percebia (Percebê-la-ia eu, se a ouvisse, modestamente alcandorado que estou a esta condição de narrador omnisciente. Eu narro, tu lês, ele tartamudeia, ela engole… é assim o singular da minha existência presente e indicativa, no momento desta narração). Daquele tipo ninguém sabia ao certo os dados básicos que permitiriam uma maior ou menor sociabilização: nem nome ou apelido, nem onde vivia, nem quem lhe dava de comer, nada. Nem tão pouco alguém se lembrava desde quando andaria ele passeando por ali. Tiravam-se umas pelas outras para fazer um incompleto retrato: tinha um ar desgrenhado e de pouco asseio mas vestia roupa limpa duas ou três vezes na semana, o que deixava pressupor uma base com instalações sanitárias ou, pelo menos, um tanque de fibrocimento; era encorpado e enérgico na passada, o que o excluía da subnutrição; e usava calçado de qualidade, o que indicaria algumas posses, suas ou de quem o auxiliasse.
A um dado dia, já distante no tempo, pegou ao serviço na Sertã uma Assistente Social, recém formada em Política Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, com uma média miserável mas com uns dossiers muito bonitos e arrumadinhos que combinavam bem com o seu tailleur de mau corte e tecido barato e com a mise de rolos meio delambida que lhe emoldurava o rosto coberto de cicatrizes de acne juvenil. A Assistente Social, que se chamava Sandra como todas as outras assistentes sociais com menos de 40 anos (excepto uma, que se chama Dora), interessou-se pelo caso daquele tipo. As más-línguas diziam que, na raiz desse interesse, estaria uma olhadela furtiva que Sandra teria deitado ao sujeito enquanto ele mijava no Miradouro. Verdade ou não, o que é certo é que diariamente lá se via Sandra à porta do Clube da Sertã, aguardando a chegada daquele tipo ao seu urinol de estimação. Fiel à sua têmpera, aquele tipo ia enxotando Sandra com as habituais diatribes: “Santa Marta de Portuzelo! Chula rabela! Rancho do Folgosinho! Folclore do Minho! Põe aqui o teu pezinho! Abre as pernas e o cuzinho! Fandango de Riachos! Cubro fêmeas e machos! Corridinho da Fuzeta! Concertinas e ferrinhos! Adufe e reco-reco! ‘Inda viras o boneco! No alto daquela serra está quem em ti se enterra! Papagaio loiro de bico doirado leva-me esta carta p’ra mais um encornado!” – e por aí fora, que o folclore português é rico e diversificado.
Mas Sandra foi persistindo, com denodo, e aquele tipo lá se foi habituando à sua presença quotidiana nas cercanias do Miradouro até ao dia em que a interpelou: “Anda ver a serra, catraia”. E Sandra foi, seguindo aquele tipo até à vedação de ferro forjado e oxidado – quem sabe se pelo tempo se pela urina… – para além da qual se espraiava a serra e um declive de muitos metros.
- Como é que se chama? – perguntou Sandra, sentindo-se mais afoita pelo ar fresco e pela braguilha fechada do seu interlocutor.
Nisto, vzzzzzzzzttt!
Moral 1 – As autarquias deveriam ter cuidado com a manutenção de vedações em locais que podem constituir ameaças à integridade física dos cidadãos.
Moral 2 – O facto de existir um canteiro “lá em baixo” não deve ser contraposto aos ditames da consciência cívica de que é incorrecto mijar num miradouro.
Entre uma mijinha e outra, aquele tipo passeava-se – admirável existência essa, diriam alguns mais dados à inveja e à preguiça – tartamudeando qualquer coisa entre dentes que nunca alguém percebia (Percebê-la-ia eu, se a ouvisse, modestamente alcandorado que estou a esta condição de narrador omnisciente. Eu narro, tu lês, ele tartamudeia, ela engole… é assim o singular da minha existência presente e indicativa, no momento desta narração). Daquele tipo ninguém sabia ao certo os dados básicos que permitiriam uma maior ou menor sociabilização: nem nome ou apelido, nem onde vivia, nem quem lhe dava de comer, nada. Nem tão pouco alguém se lembrava desde quando andaria ele passeando por ali. Tiravam-se umas pelas outras para fazer um incompleto retrato: tinha um ar desgrenhado e de pouco asseio mas vestia roupa limpa duas ou três vezes na semana, o que deixava pressupor uma base com instalações sanitárias ou, pelo menos, um tanque de fibrocimento; era encorpado e enérgico na passada, o que o excluía da subnutrição; e usava calçado de qualidade, o que indicaria algumas posses, suas ou de quem o auxiliasse.
A um dado dia, já distante no tempo, pegou ao serviço na Sertã uma Assistente Social, recém formada em Política Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, com uma média miserável mas com uns dossiers muito bonitos e arrumadinhos que combinavam bem com o seu tailleur de mau corte e tecido barato e com a mise de rolos meio delambida que lhe emoldurava o rosto coberto de cicatrizes de acne juvenil. A Assistente Social, que se chamava Sandra como todas as outras assistentes sociais com menos de 40 anos (excepto uma, que se chama Dora), interessou-se pelo caso daquele tipo. As más-línguas diziam que, na raiz desse interesse, estaria uma olhadela furtiva que Sandra teria deitado ao sujeito enquanto ele mijava no Miradouro. Verdade ou não, o que é certo é que diariamente lá se via Sandra à porta do Clube da Sertã, aguardando a chegada daquele tipo ao seu urinol de estimação. Fiel à sua têmpera, aquele tipo ia enxotando Sandra com as habituais diatribes: “Santa Marta de Portuzelo! Chula rabela! Rancho do Folgosinho! Folclore do Minho! Põe aqui o teu pezinho! Abre as pernas e o cuzinho! Fandango de Riachos! Cubro fêmeas e machos! Corridinho da Fuzeta! Concertinas e ferrinhos! Adufe e reco-reco! ‘Inda viras o boneco! No alto daquela serra está quem em ti se enterra! Papagaio loiro de bico doirado leva-me esta carta p’ra mais um encornado!” – e por aí fora, que o folclore português é rico e diversificado.
Mas Sandra foi persistindo, com denodo, e aquele tipo lá se foi habituando à sua presença quotidiana nas cercanias do Miradouro até ao dia em que a interpelou: “Anda ver a serra, catraia”. E Sandra foi, seguindo aquele tipo até à vedação de ferro forjado e oxidado – quem sabe se pelo tempo se pela urina… – para além da qual se espraiava a serra e um declive de muitos metros.
- Como é que se chama? – perguntou Sandra, sentindo-se mais afoita pelo ar fresco e pela braguilha fechada do seu interlocutor.
Nisto, vzzzzzzzzttt!
Moral 1 – As autarquias deveriam ter cuidado com a manutenção de vedações em locais que podem constituir ameaças à integridade física dos cidadãos.
Moral 2 – O facto de existir um canteiro “lá em baixo” não deve ser contraposto aos ditames da consciência cívica de que é incorrecto mijar num miradouro.
segunda-feira, agosto 15, 2005 |
DO AdaS-VEDA (SEC. VI A.C.)
"Oh grande Savitri
Deus-sol,
Meditamos na tua grandeza e no teu calor
Tontos e apaixonados pelo Soma
E pelo cheiro da manteiga que queimamos no altar de Manu
Dai-me muitas vacas
Criados fortes e de bons dentes
Quatro mulheres formosas,
Nenhuma abre mais as pernas
E expõe o seu sexo aberto e aromático
Nenhuma empurra as ancas
Contra o meu falo, com tanta paixão
Indra, deus do trovão, dai-me força
Para lhe fazer muitos filhos
Fortes e saudáveis"
"OM, TAT SAVITUR
VARENAYAM
BARGHO
DYMACYA
DHYMAI
DYO YHONA
PRACHONAYAM"
"Oh grande Savitri
Deus-sol,
Meditamos na tua grandeza e no teu calor
Tontos e apaixonados pelo Soma
E pelo cheiro da manteiga que queimamos no altar de Manu
Dai-me muitas vacas
Criados fortes e de bons dentes
Quatro mulheres formosas,
Nenhuma abre mais as pernas
E expõe o seu sexo aberto e aromático
Nenhuma empurra as ancas
Contra o meu falo, com tanta paixão
Indra, deus do trovão, dai-me força
Para lhe fazer muitos filhos
Fortes e saudáveis"
"OM, TAT SAVITUR
VARENAYAM
BARGHO
DYMACYA
DHYMAI
DYO YHONA
PRACHONAYAM"
sexta-feira, agosto 12, 2005 |
RÁBULA TEATRAL – VERSÃO AMORCELADA
Um jovem licenciado, que tinha um contrato de provimento administrativo como técnico superior de segunda num serviço público, bocejava enfadado na sua secretária. A modorra da tarde atacava-o. Arrotou a bacalhau espiritual. Nisto passou em frente à porta, a empregada da limpeza com um saco de plástico preto.
EL – Dá licença Sr. Doutor João Sebastião Bácoro?
JL – Diga lá, diga lá…(boceja).
EL – Ando aqui com umas comichões, Sr. Doutor.
JL – Desculpe?...
EL – É um prurido que eu tenho aqui. No entre-pernas, está a ver? Acho que foi da depilação com a gillete do meu marido.
JL – Ora deixe lá ver isso.
(Um cheiro fétido, espesso e nauseabundo invadiu o gabinete quando a EL tirou as cuecas e ficou só com a bata azul em cima do corpo maduro. JSB começou a tossir sufocado e muito aflito. Tonto com a intoxicação, começou a cambalear agarrado á garganta e com os olhos muito abertos. Sob o efeito dos vapores sulfúreos da putrefacção, someçou a (h)alucinar. Via uma deusa luminosa muito bela e sensual que o seduzia. JSB entusiasmou-se e começou a despir os diáfanos mantos da bela aparição. Agarrou com paixão os seios roliços daquela ninfa do amor e possuiu-a mesmo ali, em cima dos processos pendentes e da papelada. O efeito entorpecente entretanto dissipava-se. Recobrava a consciência aos poucos.
JSB viu-se em cima da secretária de formika, montando a desgrenhada, peluda, gorda e malcheirosa empregada da limpeza. Os colegas estavam pasmos a espreitar pela porta do gabinete. A esfregona estava introduzida até meio do cabo no recto da senhora que ainda se contorcia de prazer).
EL – Ainda bem que queres casar comigo, meu lindo doutorzinho. Vou já tratar da papelada para me divorciar.
JSB – er…mas…mas…eu, meu Deus que nojo…er.
(Ela pregou-lhe um chocho à vista de todos, puxou o ranho do nariz com ruído, cuspiu no cesto dos papeis e despediu-se vestindo as cuecas amarelecidas pela ácida urina).
FIM.
Boas férias.
Um jovem licenciado, que tinha um contrato de provimento administrativo como técnico superior de segunda num serviço público, bocejava enfadado na sua secretária. A modorra da tarde atacava-o. Arrotou a bacalhau espiritual. Nisto passou em frente à porta, a empregada da limpeza com um saco de plástico preto.
EL – Dá licença Sr. Doutor João Sebastião Bácoro?
JL – Diga lá, diga lá…(boceja).
EL – Ando aqui com umas comichões, Sr. Doutor.
JL – Desculpe?...
EL – É um prurido que eu tenho aqui. No entre-pernas, está a ver? Acho que foi da depilação com a gillete do meu marido.
JL – Ora deixe lá ver isso.
(Um cheiro fétido, espesso e nauseabundo invadiu o gabinete quando a EL tirou as cuecas e ficou só com a bata azul em cima do corpo maduro. JSB começou a tossir sufocado e muito aflito. Tonto com a intoxicação, começou a cambalear agarrado á garganta e com os olhos muito abertos. Sob o efeito dos vapores sulfúreos da putrefacção, someçou a (h)alucinar. Via uma deusa luminosa muito bela e sensual que o seduzia. JSB entusiasmou-se e começou a despir os diáfanos mantos da bela aparição. Agarrou com paixão os seios roliços daquela ninfa do amor e possuiu-a mesmo ali, em cima dos processos pendentes e da papelada. O efeito entorpecente entretanto dissipava-se. Recobrava a consciência aos poucos.
JSB viu-se em cima da secretária de formika, montando a desgrenhada, peluda, gorda e malcheirosa empregada da limpeza. Os colegas estavam pasmos a espreitar pela porta do gabinete. A esfregona estava introduzida até meio do cabo no recto da senhora que ainda se contorcia de prazer).
EL – Ainda bem que queres casar comigo, meu lindo doutorzinho. Vou já tratar da papelada para me divorciar.
JSB – er…mas…mas…eu, meu Deus que nojo…er.
(Ela pregou-lhe um chocho à vista de todos, puxou o ranho do nariz com ruído, cuspiu no cesto dos papeis e despediu-se vestindo as cuecas amarelecidas pela ácida urina).
FIM.
Boas férias.
Rábula Teatral - Versão AdaSiana
Personagens: jovem licenciado e empregada de limpeza (é a D. Tânia…)
Ambiente: final de tarde em serviços públicos.
Diálogo
Jovem licenciado (JL): Faça o favor de passar!
D. Tânia (DT): Uê-lê-lê, Dótori! Mango-tuba, falari-zabimba Damaia!
(Tradução: que mangalho grosso para eu chupar. O meu Zé não tem nada disso que ele já tá velho. É conhecido como o frouxo da Damaia!)
(Tradução: que mangalho grosso para eu chupar. O meu Zé não tem nada disso que ele já tá velho. É conhecido como o frouxo da Damaia!)
D. Tânia vai desviar o saco
JL: Não é preciso, agarre aqui, se faz favor.
DT: Dótori, rabunda uéco rastari quinga bumbo Amadora.
(Tradução: quero um talo de couve para me sentar enquanto me agarro gulosamente ao pireto deste branco com dotes de preto).
(Tradução: quero um talo de couve para me sentar enquanto me agarro gulosamente ao pireto deste branco com dotes de preto).
JL: Isso, por acaso, não sou. Pois é, com idade é que ganhamos algum peso…
(Conversa de circunstância)
DT: Tá-se bem, mom? Greta- espatrão-lambuza-cones-espreta.
(Tradução: pois é…).
(Tradução: pois é…).
JL: Pois é…
(Expressão entre o satisfeito e o «esta-gaja-é-larga-mas-tem-um-cu-apertado»)
Cai o pano.
Rábula Teatral
Personagens: jovem licenciado e empregada de limpeza (não é a D. Tânia…)
Ambiente: final de tarde em serviços públicos. A senhora da limpeza, contratada em outsourcing, despeja os caixotes do lixo* para um saco preto de grandes dimensões. O saco do lixo encontra-se junto à porta. Jovem licenciado pretende entrar na sala e a empregada de limpeza pretende sair da sala. Jovem licenciado quer dar-lhe passagem.
Diálogo
Jovem licenciado (JL): Faça o favor de passar!
Empregada de limpeza (EL): Ó Dr., passe, passe!
EL vai desviar o saco
JL: Não é preciso, passe, se faz favor.
EL: Não, deixe tar, passe o Dr.. Também, passa à vontade, não é gordo…
JL: Isso, por acaso, não sou. Pois é, com idade é que ganhamos algum peso…
(Conversa de circunstância)
EL: Pois é, isto com a idade é que ficamos mais gordinhos… Mas o Dr. não precisa de preocupar-se com isso, ainda é novo. E da maneira como fuma, não vai chegar à idade de engordar…
JL: Pois é…
Personagens: jovem licenciado e empregada de limpeza (não é a D. Tânia…)
Ambiente: final de tarde em serviços públicos. A senhora da limpeza, contratada em outsourcing, despeja os caixotes do lixo* para um saco preto de grandes dimensões. O saco do lixo encontra-se junto à porta. Jovem licenciado pretende entrar na sala e a empregada de limpeza pretende sair da sala. Jovem licenciado quer dar-lhe passagem.
Diálogo
Jovem licenciado (JL): Faça o favor de passar!
Empregada de limpeza (EL): Ó Dr., passe, passe!
EL vai desviar o saco
JL: Não é preciso, passe, se faz favor.
EL: Não, deixe tar, passe o Dr.. Também, passa à vontade, não é gordo…
JL: Isso, por acaso, não sou. Pois é, com idade é que ganhamos algum peso…
(Conversa de circunstância)
EL: Pois é, isto com a idade é que ficamos mais gordinhos… Mas o Dr. não precisa de preocupar-se com isso, ainda é novo. E da maneira como fuma, não vai chegar à idade de engordar…
JL: Pois é…
(Expressão entre o incrédulo e o «esta-gaja-é-doida»)
Cai o pano.
*É de notar que os caixotes do lixo têm divisórias para separar o papel e o lixo orgânico e que, depois da separação laboriosamente feita durante o dia, vem a empregada de limpeza e mistura tudo no mesmo saco preto de grandes dimensões. Haja consciência ambiental…
quarta-feira, agosto 10, 2005 |
SEXO, SEXO SEXO! NUDEZ FRONTAL!...
(pela primeira vez na Vara)
Cassildo Juvenal deixou escorregar a sua mão peluda e tatuada nas coxas de Suzette Lee Yu. Ela movimentou suavemente a bacia e pôs a mão na braguilha de Cassildo enquanto desabotoava os primeiros botões da blusa decotada. De soslaio, Cassildo olhou para o boião de vaselina na prateleira da padaria onde apanhara Suzette a arrumar a cozinha antes de ir para casa. Ela mordiscava-lhe o peito másculo enquanto ele deslizava suavemente a mão por debaixo das cuecas floridas. Ela começou a gemer. As cuecas dela desceram até aos joelhos e Cassildo desabotoou-lhe o soutien. Um dos mamilos túrgidos aflorou e Cassildo, num frémito de excitação descontrolada, abriu-lhe as pernas e …(…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
Vai reunir hoje o acórdão do Tribunal Constitucional para decidir da eventual inconstitucionalidade da providência cautelar interposta pelo futebolista Cristiano Ronaldo junto da revista Nova Gente que alegadamente se prepararia para publicar fotos suas em poses efeminadas. Mais informa o comunicado da Agência Lusa que o Conselho Superior da Magistratura se prepara para reunir com a juíza responsável pela providência cautelar. Conseguimos apurar que, ao que parece, se trataria de um travesti já operado que, dolosamente, falsificou os diplomas universitários de habilitação aos concursos para os lugares de juiz e dormiu com o porteiro do Ministério, sugando-lhe gulosamente o membro viril. Ele ejaculou desbragadamente nas amígdalas do travesti enquanto lhe procurava o ânus para lhe introduzir, com a barbárie própria de uma pessoa rude do campo, o seu grosso…(…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
O que eu acho dos incêndios é o seguinte. Nos anos 30 e 40 do século passado, mor de uma destruição atávica do coberto florestal de antanho, constituído essencialmente por carvalhos e de baixa infamabilidade. Mais, o sistema de agro-silvo-pastoril tradicional trabalho-intensivo e baseado em mão-de-obra barata, garantia um certo controle da biomassa de mato sob coberto que se acumulava, mormente nos pinhais. As campanhas de arborização dos baldios e das serras, encetadas durante o Estado Novo levaram a cúmulos de biomassa tais que os pastores que iam cobrir pessoalmente as ovelhas atrás das urzes e deixavam as matas todas cobertas de gosma. Houve um que uma vez levou uma moça de faces rubras e rabo redondo para trás dum grosso pinheiro e se preparava para lhe zurzir a bernarda ainda virginal, esfregando-lhe as partes com a mão calejada. A rapariga ofereceu-se sem resistência, abrindo as pernas, enquanto os pastor baixava as calças e as ceroulas, segurando o seu descomunal … (…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
António Guterres, ao fim de pouco mais de um mês e meio em funções como Alto Comissário da ONU para os Refugiados deu hoje uma conferência de imprensa onde fez o balanço deste tempo de actividade. Depois de várias campanhas de campo na região fustigada do Sudão e da Eritreia elaborou um relatório onde declara cabalmente que são necessários mais fundos dos países doadores e também que se terá aproveitado da situação de pobreza extrema nalgumas aldeias sudanesas para, a troco de umas côdeas de pão, apalpar as bernardas cheias de moscas de algumas raparigas impúberes, que aliás lhe foram oferecidas pelos próprios pais, algumas sem sequer estarem ainda excisadas nem nada. Os festins metiam cães pastores alemães que possuíam, em amplexos contra-natura, as raparigas enquanto Guterres se manipulava com volúpia de calças em baixo. Foi-se a uma delas e meteu-lhe o sua verga diminuta ente os bem lubrificados grandes …(…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
Está prevista para o Continente,a continuação de céu limpo ou pouco nublado com continuação de tempo quente. Não se prevê qualquer percipitação em todo o território do Continente. Na Madeira esperam-se alguns aguaceiros dispersos. A chuva é boa para agricultura e mesmo para a floresta onde são raros os larícios, que são umas árvores muito jeitosas para marcenaria e não ardem por dá cá aquela palha. Se não conhecem, aqui fica o “larício”.
O “LARÍCIO”
(ao Monthy Python´s Flying Circus, claro).
(pela primeira vez na Vara)
Cassildo Juvenal deixou escorregar a sua mão peluda e tatuada nas coxas de Suzette Lee Yu. Ela movimentou suavemente a bacia e pôs a mão na braguilha de Cassildo enquanto desabotoava os primeiros botões da blusa decotada. De soslaio, Cassildo olhou para o boião de vaselina na prateleira da padaria onde apanhara Suzette a arrumar a cozinha antes de ir para casa. Ela mordiscava-lhe o peito másculo enquanto ele deslizava suavemente a mão por debaixo das cuecas floridas. Ela começou a gemer. As cuecas dela desceram até aos joelhos e Cassildo desabotoou-lhe o soutien. Um dos mamilos túrgidos aflorou e Cassildo, num frémito de excitação descontrolada, abriu-lhe as pernas e …(…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
Vai reunir hoje o acórdão do Tribunal Constitucional para decidir da eventual inconstitucionalidade da providência cautelar interposta pelo futebolista Cristiano Ronaldo junto da revista Nova Gente que alegadamente se prepararia para publicar fotos suas em poses efeminadas. Mais informa o comunicado da Agência Lusa que o Conselho Superior da Magistratura se prepara para reunir com a juíza responsável pela providência cautelar. Conseguimos apurar que, ao que parece, se trataria de um travesti já operado que, dolosamente, falsificou os diplomas universitários de habilitação aos concursos para os lugares de juiz e dormiu com o porteiro do Ministério, sugando-lhe gulosamente o membro viril. Ele ejaculou desbragadamente nas amígdalas do travesti enquanto lhe procurava o ânus para lhe introduzir, com a barbárie própria de uma pessoa rude do campo, o seu grosso…(…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
O que eu acho dos incêndios é o seguinte. Nos anos 30 e 40 do século passado, mor de uma destruição atávica do coberto florestal de antanho, constituído essencialmente por carvalhos e de baixa infamabilidade. Mais, o sistema de agro-silvo-pastoril tradicional trabalho-intensivo e baseado em mão-de-obra barata, garantia um certo controle da biomassa de mato sob coberto que se acumulava, mormente nos pinhais. As campanhas de arborização dos baldios e das serras, encetadas durante o Estado Novo levaram a cúmulos de biomassa tais que os pastores que iam cobrir pessoalmente as ovelhas atrás das urzes e deixavam as matas todas cobertas de gosma. Houve um que uma vez levou uma moça de faces rubras e rabo redondo para trás dum grosso pinheiro e se preparava para lhe zurzir a bernarda ainda virginal, esfregando-lhe as partes com a mão calejada. A rapariga ofereceu-se sem resistência, abrindo as pernas, enquanto os pastor baixava as calças e as ceroulas, segurando o seu descomunal … (…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
António Guterres, ao fim de pouco mais de um mês e meio em funções como Alto Comissário da ONU para os Refugiados deu hoje uma conferência de imprensa onde fez o balanço deste tempo de actividade. Depois de várias campanhas de campo na região fustigada do Sudão e da Eritreia elaborou um relatório onde declara cabalmente que são necessários mais fundos dos países doadores e também que se terá aproveitado da situação de pobreza extrema nalgumas aldeias sudanesas para, a troco de umas côdeas de pão, apalpar as bernardas cheias de moscas de algumas raparigas impúberes, que aliás lhe foram oferecidas pelos próprios pais, algumas sem sequer estarem ainda excisadas nem nada. Os festins metiam cães pastores alemães que possuíam, em amplexos contra-natura, as raparigas enquanto Guterres se manipulava com volúpia de calças em baixo. Foi-se a uma delas e meteu-lhe o sua verga diminuta ente os bem lubrificados grandes …(…)
E agora, uma coisa completamente diferente:
Está prevista para o Continente,a continuação de céu limpo ou pouco nublado com continuação de tempo quente. Não se prevê qualquer percipitação em todo o território do Continente. Na Madeira esperam-se alguns aguaceiros dispersos. A chuva é boa para agricultura e mesmo para a floresta onde são raros os larícios, que são umas árvores muito jeitosas para marcenaria e não ardem por dá cá aquela palha. Se não conhecem, aqui fica o “larício”.
O “LARÍCIO”
(ao Monthy Python´s Flying Circus, claro).
terça-feira, agosto 09, 2005 |
“EQUADOR™” FINALMENTE EXPLICADO!.
Os segredos e os factos históricos por detrás do retumbante sucesso editorial.
(P.S. não se trata do livro do queque do M.Sousa Tavares, mas do outro que é muito melhor).
Na esteira dos inúmeros livros que explicam os livros de aventuras infantis de Dan Brown nas igrejas e aquelas coisas de padres misturadas com trivialidades esotéricas de pacotilha ao estilo dos livros do Robert Charroux sobre ovnis, a Atlântida e sociedades secretas, vimos explicar aos dois ou três leitores o livro “EQUADOR – A Epopeia portuguesa em África”. Esclarece-se o significado das passagens mais obscuras e relatam-se alguns factos históricos que consubstanciam algumas passagens de cariz ficcional, esperando não só satisfazer as mentes ávidas de banalidades irrelevantes, ao nível do Reader´s Digest, mas também ganhar uma pipa de massa com os direitos de autor.
“braça”- do latim brachia - plural de brachin (braço). Antiga unidade de medida de comprimento eqyuivalente a 22 cm, que corresponde mais ou menos ao comprimento dum braço esticado. Os marinheiros do Sec. XV andavam sempre de braço esticado e frequentemente com o pulso aberto, diga-se.
“cabotagem” – Tipo de navegação mariconça, sempre à vista da costa para não se perderem.
“Barbaria” – Era o nome que os Romanos davam ao Norte de África, excepto à Tunísia a que chamavam…África. Sítio onde se comprava haxixe, tapetes e chinelos.
“Bojador” – Pôrra, toda a gente sabe esta merda. É aquela barriga que África faz, nos Camarões ou na Costa do Marfim, ou lá o que é.
“Tramontana” – É o nome que os gajos davam naquela época à Estrela Polar. A altura angular dessa estrela chama-se “latitude”. Ir baixa, quer dizer que eles estavam perto do Equador. Perdê-la é mau, a menos que se tenha um gpszito.
“Navegar à bolina” – Maneira de navegar á vela contra o vento. Vai-se assim aos esses e vai-se mudando as velas de um lado para o outro e prontos,
“Canárias” – fêmeas dos canários e ilhas cheias de espanhóis e José Saramago.
“pesar o sol” – Tentativa ridícula de estimar a longitude com uma cruzeta de pau e uma ampulheta. Geralmente não resultava e eles iam parar a sítios que não tinham nada a ver com o destino e depois iam de cabotagem até atinarem. Mas também qualquer sítio servia. E depois os mapas também ficavam todos torcidos.
“Portulano” – Manual náutico com mapas e coisas assim. Por vezes tinham iluminuras pornográficas com santas a mostrarem os tornozelos. Com a rebarba com que eles andavam aquilo era um bocado perturbador e mais um factor de desorientação. Pedro Nunes, um século depois fez um livro incompreensível chamado “Tratado da Esfera” para ajudar os pilotos, mas eles embebedavam-se a bordo iam parar a outros sítios que depois descobriam (Brasil, Índia, China, Califórnia, Austrália, etc.)
“bombordo” – O lado esquerdo ou direito da embarcação, não me lembro.
“mangue” – O mesmo que mangal, uma floresta litoral inundada todos os dias por água do mar constituída por árvores dos géneros Rhizophora e Aviccenia e cheia de bicharada, caranguejos, e lama na maré baixa.
“cafre” – indivíduo de raça negra. Não é coisa que se chame a ninguém até porque poucos iriam perceber. É preferível usar expressões consagradas como "escarumba" ou "tição", por exemplo.
“gibão” – peça de roupa apaneleirada que basicamente é o mesmo que “bermudas”.
“fiouco” – Tecido muito manhoso que se rasga com muita facilidade normalmente vendido pelos ciganos.
“N´Gambo” – Orgulhosa tribo guerreira do Congo que só é conhecida dos livros do Tarzan.
“cipaio” – Polícia nativo que andava com um uniforme destinado a humilhá-lo. Camisa e gravata e …saias. O chapéu era uma espécie de penico.
“soba” – O chefe dos pretos. O gajo que papava as mulheres todas na aldeia e ainda era dono das vacas todas.
“monanganbé” – Palavra incompreensível duma música de Rui Mingas, que foi o Ministro do Desporto e depois Embaixador de Angola em Portugal e só por ser prêto, pois viveu a maior parte da vida em Lisboa e diz-se que papava aí muitas gajas. Também mandou uma carga policial para cima dos estudantes angolanos em Lisboa que protestavam junto da embaixada por não receberem as bolsas de estudo há mais de um ano.
“Matola e Siripipi do Cabuletê” – Localidade africana imaginária. Matola fica a sul de Maputo. Siripipi é um passarinho de que falava uma música execrável do Carlos Mendes quando era giro ser do PC. “Cabuletê” é duma música do Vinicius de Morais (A Tonga da Mironga do Cabuletê).
“tomates” – metáfora grossseira dos testículos do homem.
(Doações para a Fundação para a Cultura e Desenvolvimento Assento da Sanita NIB: 0025 00045678 3445356).
(Mais esta homenagem - a sério - aos habitantes da Cova da Moura).
Os segredos e os factos históricos por detrás do retumbante sucesso editorial.
(P.S. não se trata do livro do queque do M.Sousa Tavares, mas do outro que é muito melhor).
Na esteira dos inúmeros livros que explicam os livros de aventuras infantis de Dan Brown nas igrejas e aquelas coisas de padres misturadas com trivialidades esotéricas de pacotilha ao estilo dos livros do Robert Charroux sobre ovnis, a Atlântida e sociedades secretas, vimos explicar aos dois ou três leitores o livro “EQUADOR – A Epopeia portuguesa em África”. Esclarece-se o significado das passagens mais obscuras e relatam-se alguns factos históricos que consubstanciam algumas passagens de cariz ficcional, esperando não só satisfazer as mentes ávidas de banalidades irrelevantes, ao nível do Reader´s Digest, mas também ganhar uma pipa de massa com os direitos de autor.
“braça”- do latim brachia - plural de brachin (braço). Antiga unidade de medida de comprimento eqyuivalente a 22 cm, que corresponde mais ou menos ao comprimento dum braço esticado. Os marinheiros do Sec. XV andavam sempre de braço esticado e frequentemente com o pulso aberto, diga-se.
“cabotagem” – Tipo de navegação mariconça, sempre à vista da costa para não se perderem.
“Barbaria” – Era o nome que os Romanos davam ao Norte de África, excepto à Tunísia a que chamavam…África. Sítio onde se comprava haxixe, tapetes e chinelos.
“Bojador” – Pôrra, toda a gente sabe esta merda. É aquela barriga que África faz, nos Camarões ou na Costa do Marfim, ou lá o que é.
“Tramontana” – É o nome que os gajos davam naquela época à Estrela Polar. A altura angular dessa estrela chama-se “latitude”. Ir baixa, quer dizer que eles estavam perto do Equador. Perdê-la é mau, a menos que se tenha um gpszito.
“Navegar à bolina” – Maneira de navegar á vela contra o vento. Vai-se assim aos esses e vai-se mudando as velas de um lado para o outro e prontos,
“Canárias” – fêmeas dos canários e ilhas cheias de espanhóis e José Saramago.
“pesar o sol” – Tentativa ridícula de estimar a longitude com uma cruzeta de pau e uma ampulheta. Geralmente não resultava e eles iam parar a sítios que não tinham nada a ver com o destino e depois iam de cabotagem até atinarem. Mas também qualquer sítio servia. E depois os mapas também ficavam todos torcidos.
“Portulano” – Manual náutico com mapas e coisas assim. Por vezes tinham iluminuras pornográficas com santas a mostrarem os tornozelos. Com a rebarba com que eles andavam aquilo era um bocado perturbador e mais um factor de desorientação. Pedro Nunes, um século depois fez um livro incompreensível chamado “Tratado da Esfera” para ajudar os pilotos, mas eles embebedavam-se a bordo iam parar a outros sítios que depois descobriam (Brasil, Índia, China, Califórnia, Austrália, etc.)
“bombordo” – O lado esquerdo ou direito da embarcação, não me lembro.
“mangue” – O mesmo que mangal, uma floresta litoral inundada todos os dias por água do mar constituída por árvores dos géneros Rhizophora e Aviccenia e cheia de bicharada, caranguejos, e lama na maré baixa.
“cafre” – indivíduo de raça negra. Não é coisa que se chame a ninguém até porque poucos iriam perceber. É preferível usar expressões consagradas como "escarumba" ou "tição", por exemplo.
“gibão” – peça de roupa apaneleirada que basicamente é o mesmo que “bermudas”.
“fiouco” – Tecido muito manhoso que se rasga com muita facilidade normalmente vendido pelos ciganos.
“N´Gambo” – Orgulhosa tribo guerreira do Congo que só é conhecida dos livros do Tarzan.
“cipaio” – Polícia nativo que andava com um uniforme destinado a humilhá-lo. Camisa e gravata e …saias. O chapéu era uma espécie de penico.
“soba” – O chefe dos pretos. O gajo que papava as mulheres todas na aldeia e ainda era dono das vacas todas.
“monanganbé” – Palavra incompreensível duma música de Rui Mingas, que foi o Ministro do Desporto e depois Embaixador de Angola em Portugal e só por ser prêto, pois viveu a maior parte da vida em Lisboa e diz-se que papava aí muitas gajas. Também mandou uma carga policial para cima dos estudantes angolanos em Lisboa que protestavam junto da embaixada por não receberem as bolsas de estudo há mais de um ano.
“Matola e Siripipi do Cabuletê” – Localidade africana imaginária. Matola fica a sul de Maputo. Siripipi é um passarinho de que falava uma música execrável do Carlos Mendes quando era giro ser do PC. “Cabuletê” é duma música do Vinicius de Morais (A Tonga da Mironga do Cabuletê).
“tomates” – metáfora grossseira dos testículos do homem.
(Doações para a Fundação para a Cultura e Desenvolvimento Assento da Sanita NIB: 0025 00045678 3445356).
(Mais esta homenagem - a sério - aos habitantes da Cova da Moura).
segunda-feira, agosto 08, 2005 |
Acalmia
Cada vez me surpreendo mais com as pessoas. Assistia eu a um jornal televisivo qualquer quando apareceu um senhor que tinha perdido a casa, com tudo lá dentro, num destes fogos que assolam o país. Reacção? Quase zero.
Não tugiu nem mugiu pelos dois televisores e pela máquina fotográfica que tinham desaparecido, consumidos pelas labaredas do Inferno.
Não. A preocupação dele era outra: as rolas que, provavelmente, tinham ficado assadas.
«Ainda lhes abri a porta da gaiola e as enxotei» – disse ele – «mas com este fumo e esta confusão, acho que não souberam fugir e não conseguiram escapar».
O homem em causa tinha oitenta e um ou oitenta e três anos, não me recordo bem. E disse mais, afirmou que nos próximos tempos iria dormir no carro.
«Até a minha dentadura ficou lá dentro» – acrescentou.
Tudo isto sem que transparecesse uma emoção mais forte ou o desespero do choramingas que é tão típico do português.
Homem prático ou já desenquadrado? Não sei responder a esta questão.
EQUADOR
A Epopeia portuguesa em África.
A embarcação saíra de Lisboa no Ano da Graça de mil quatrocentos e vinte seis. Era uma caravela de dezoito braças com dezasseis homens a bordo, navegando de cabotagem pela costa de Africa em direcção ao Sul. Depois de cinco semanas ao largo da costa da Barbária e passado o Bojador já ia baixa a Tramontana. Tinham navegado á bolina durante duas semanas, mas agora vogavam mais rapidamente levados pela corrente das Canárias. O piloto Martim Soares pesava o sol e estimava a latitude sentado numa barrica, com o portulano aberto sobre o colo. Alguns marinheiros faziam pequenas correcções no velame sob as ordens do contramestre. A maior parte ocupava-se de pequenos assuntos de bordo, como remendar nós ou tratar das refeições. O calor e o ar abafado favoreciam a lassidão. O capitão olhava a bombordo tentando vislumbrar a boca de algum rio na costa verde-escura que se entrevia por detrás da neblina. Decidiu dirigir-se a terra.
A embarcação vogava para montante do rio ladeada de grossa floresta de mangue ante o pasmo dos marinheiros. Aportaram numa enseada arenosa a umas três léguas da costa.
-“Ulhe! Sus! Olhai dois moiros cafres” Parece que vêm à nossa roda, capitão”. – Disse um marinheiro que se aventurara a umas trinta jardas da embarcação.
Os outros afadigavam-se a descarregar o padrão de pedra trazido desde Lisboa. Vinha sujo do lodo náutico acumulado no fundo do porão e estava a ser limpo. Cheirava mal e uma nuvem de mosquitos importunava os homens nauseados pelo cheiro fétido.
O capitão aproximou-se de um dos cafres de cara pintada que tinha um escudo, uma lança com plumas e que olhava curioso os homens. Inspeccionavam os gibões sujos dos marinheiros. Um mexeu curioso na barba dum marinheiro.
-“Ai uê? Uê lê lê Damaia , tá-se bem, môm?...” – Algaraviou
- “Sus! Este aqui quer folia, capitão…” – Disse o marinheiro.
Hildo Martins, também conhecido a bordo por Amélia Puta Relaxada e pelos grossos cagalhões que largava borda fora, da grossura de braços e que atraiam muito peixe, começou a sugar com gula o marsapo do cafre enquanto o capitão impingia aos pretos uns panos de fiouco, umas missangas e uns talos de couve a troco de pepitas de ouro, escravos da tribo N´Gambo e muitas presas de elefante.
O capelão de bordo baptizava os pretinhos ranhosos que se aproximavam curiosos.
Os pretos foram postos a alancar com baldes de massa na construção da feitoria - S. Jorge da Mina.
-“Sim, porque isto é uma grande “mina”. – pensava o capitão esfregando as mãos enquanto uma mulher nativa lhe deglutia o pireto com sofreguidão.
Alguns pretos já baptizados foram postos de cipaios e os sobas engraxados com umas medalhas (a troco de umas vacas). A Junta de Colonização reunia.
- “Como se chama esta estranha beberragem castanha com sabor a queimado, rapaz?”
- “É os café, patrão”
- “Ok. Mas para a próxima não desabocanhes, rapaz”
- “Sim patrão”.
Os problemas de integração multicultural eram resolvidos com celeridade, metendo os que levantavam cabelo em naus a caminho das plantações de cana no Brasil, entretanto descoberto e já adiantado em colonização.
Um cafre lamentoso cantava “naquela roça grande, não tem chuva… monanganbê (…)” arrastando as grilhetas. O capitão palitava os dentes. Um cão cagava a um canto uma diarreia rala e esbranquiçada. Um hipopótamo ejaculava, enquanto os macaquinhos trepavam ás árvores e os brancos iam à discoteca do Bairro Salazar beber whisky e comer camarão tigre da Matola e do Siripipi do Cabuletê. Na metrópole, o Rei ansiava por notícias enquanto afagava os tomates do seu namorado.
As bananas em Lisboa eram agora muito baratas e os nativos andavam felizes a cantar e a bailar.
FIM
A Epopeia portuguesa em África.
A embarcação saíra de Lisboa no Ano da Graça de mil quatrocentos e vinte seis. Era uma caravela de dezoito braças com dezasseis homens a bordo, navegando de cabotagem pela costa de Africa em direcção ao Sul. Depois de cinco semanas ao largo da costa da Barbária e passado o Bojador já ia baixa a Tramontana. Tinham navegado á bolina durante duas semanas, mas agora vogavam mais rapidamente levados pela corrente das Canárias. O piloto Martim Soares pesava o sol e estimava a latitude sentado numa barrica, com o portulano aberto sobre o colo. Alguns marinheiros faziam pequenas correcções no velame sob as ordens do contramestre. A maior parte ocupava-se de pequenos assuntos de bordo, como remendar nós ou tratar das refeições. O calor e o ar abafado favoreciam a lassidão. O capitão olhava a bombordo tentando vislumbrar a boca de algum rio na costa verde-escura que se entrevia por detrás da neblina. Decidiu dirigir-se a terra.
A embarcação vogava para montante do rio ladeada de grossa floresta de mangue ante o pasmo dos marinheiros. Aportaram numa enseada arenosa a umas três léguas da costa.
-“Ulhe! Sus! Olhai dois moiros cafres” Parece que vêm à nossa roda, capitão”. – Disse um marinheiro que se aventurara a umas trinta jardas da embarcação.
Os outros afadigavam-se a descarregar o padrão de pedra trazido desde Lisboa. Vinha sujo do lodo náutico acumulado no fundo do porão e estava a ser limpo. Cheirava mal e uma nuvem de mosquitos importunava os homens nauseados pelo cheiro fétido.
O capitão aproximou-se de um dos cafres de cara pintada que tinha um escudo, uma lança com plumas e que olhava curioso os homens. Inspeccionavam os gibões sujos dos marinheiros. Um mexeu curioso na barba dum marinheiro.
-“Ai uê? Uê lê lê Damaia , tá-se bem, môm?...” – Algaraviou
- “Sus! Este aqui quer folia, capitão…” – Disse o marinheiro.
Hildo Martins, também conhecido a bordo por Amélia Puta Relaxada e pelos grossos cagalhões que largava borda fora, da grossura de braços e que atraiam muito peixe, começou a sugar com gula o marsapo do cafre enquanto o capitão impingia aos pretos uns panos de fiouco, umas missangas e uns talos de couve a troco de pepitas de ouro, escravos da tribo N´Gambo e muitas presas de elefante.
O capelão de bordo baptizava os pretinhos ranhosos que se aproximavam curiosos.
Os pretos foram postos a alancar com baldes de massa na construção da feitoria - S. Jorge da Mina.
-“Sim, porque isto é uma grande “mina”. – pensava o capitão esfregando as mãos enquanto uma mulher nativa lhe deglutia o pireto com sofreguidão.
Alguns pretos já baptizados foram postos de cipaios e os sobas engraxados com umas medalhas (a troco de umas vacas). A Junta de Colonização reunia.
- “Como se chama esta estranha beberragem castanha com sabor a queimado, rapaz?”
- “É os café, patrão”
- “Ok. Mas para a próxima não desabocanhes, rapaz”
- “Sim patrão”.
Os problemas de integração multicultural eram resolvidos com celeridade, metendo os que levantavam cabelo em naus a caminho das plantações de cana no Brasil, entretanto descoberto e já adiantado em colonização.
Um cafre lamentoso cantava “naquela roça grande, não tem chuva… monanganbê (…)” arrastando as grilhetas. O capitão palitava os dentes. Um cão cagava a um canto uma diarreia rala e esbranquiçada. Um hipopótamo ejaculava, enquanto os macaquinhos trepavam ás árvores e os brancos iam à discoteca do Bairro Salazar beber whisky e comer camarão tigre da Matola e do Siripipi do Cabuletê. Na metrópole, o Rei ansiava por notícias enquanto afagava os tomates do seu namorado.
As bananas em Lisboa eram agora muito baratas e os nativos andavam felizes a cantar e a bailar.
FIM
terça-feira, agosto 02, 2005 |
CAIXA DE FÓSFOROS
"A culpa é da Vontade" (...)
António Joaquim Rodrigues Ribeiro / António Variações (1944 - 1984)
Li uma vez que um professor de Lógica, logo na primeira aula, interpelava os alunos. Exibia na mão uma caixa de fósforos e perguntava "O que isto?" Entre os alunos intrigados alguém acabava por responder - "Uma caixa de fósforos." O professor retorquia-lhe que estava errado. "Caixa de fósforos" é um som. "Isto é isto". Não se trata de um mero trocadilho sobre o significado e o significante ou uma alegoria do símbolo. A distinção é ontológica. No Zen japonês diz-se que confundir as coisas com as palavras que as representam é como confundir a Lua com o dedo que para ela aponta. É um equívoco. (Assim como ao encontrar um sinal de sentido obrigatório não trepamos pelo sinal acima...) Um dos objectivos no Zen é criar as condições mentais, por via de uma acumulação de paradoxos ou exercícios de atenção, para atingir um estado de desconceptualização absoluto relativamente à Realidade. Como em ultima análise nada persiste num estatuto de existência senão em relação com outras coisas e sobretudo com as palavras e os conceitos que se lhes associam, o Mundo é essencialmente um artefacto. As coisas não têm, portanto, natureza intrínseca. São construídas de relações. (Uma imagem possível no Budismo é, por exemplo, questionarmo-nos acerca do que é, por exemplo, uma esferográfica. Retirado o canhão, a tampa, a carga e postos lado a lado, onde está de facto a esferográfica?).O Mundo é, deste modo, uma mera construção da linguagem. Uma narrativa, como agora se diz. Se calhar, como no Zen, basta que nos apontem na direcção certa, olhar pelo canto do olho e zás! Ver o que afinal sempre ali esteve. Isto leva-nos ao Idealismo radical, pois implica que a distinção entre sujeito e objecto é também fruto de um erro de perspectiva. Os pensamentos no cérebro do observador acerca do objecto são ambos objectos e movimemtos da mesma Realidade. (É um erro do comparável a alguém que veja através de uma fenda, um gato a passar, vê primeiro a cabeça e depois a cauda. Pode inferir que a cabeça é distinta da cauda e mais que a cabeça é a causa da cauda. No entanto é o mesmo gato). isto é, o fazedor-do-mapa-mundi (o observador, o O Mundo e o Mapa são ontologicamente indissociáveis. Quem sabe, apenas uma imensa reificação do Mundo pela linguagem. Isto é, pela linguagem elevamos ao estatuto de existente coisas que não existem de facto, como tal. Isto é um problema antigo, é sabido. Diz um provérbio basco: "Só existe o que tem nome". Nesse caso, inclui-se tudo, mesmo a nossa própria identidade como sujeitos, pois verifica-se que tal distinção é falha de sentido ontológico. Então onde ficamos? De quem é a narrativa que cria o Mundo? E mais fundo ainda: - porque é que em vez de nada existe alguma coisa? No Ocidente uma pessoa - Schoppenhauer - compreendeu isto e intuiu a resposta: a narrativa é do Vazio e da sua Vontade. O Universo, apenas Ele, auto-observa-se e evolui para se auto-transcender. Mas transcender o quê, se já contêm tudo e todas as possibilidades em Si mesmo? Daqui a uns largos biliões de biliões de anos o Universo é uma uniforme sopa fria à temperatura de 6º Kelvin. Pode voltar ou não a colapsar sobre Si-Próprio como dizem algumas cosmologias actuais e cosmogonias antigas, como a Hindú, numa cósmica respiração de Brahma. Mas no fim, mesmo quando não há nada e o Vazio se encontra só consigo próprio (mais uma vez ou de vez) fica sempre a Vontade.
"A culpa é da Vontade" (...)
António Joaquim Rodrigues Ribeiro / António Variações (1944 - 1984)
Li uma vez que um professor de Lógica, logo na primeira aula, interpelava os alunos. Exibia na mão uma caixa de fósforos e perguntava "O que isto?" Entre os alunos intrigados alguém acabava por responder - "Uma caixa de fósforos." O professor retorquia-lhe que estava errado. "Caixa de fósforos" é um som. "Isto é isto". Não se trata de um mero trocadilho sobre o significado e o significante ou uma alegoria do símbolo. A distinção é ontológica. No Zen japonês diz-se que confundir as coisas com as palavras que as representam é como confundir a Lua com o dedo que para ela aponta. É um equívoco. (Assim como ao encontrar um sinal de sentido obrigatório não trepamos pelo sinal acima...) Um dos objectivos no Zen é criar as condições mentais, por via de uma acumulação de paradoxos ou exercícios de atenção, para atingir um estado de desconceptualização absoluto relativamente à Realidade. Como em ultima análise nada persiste num estatuto de existência senão em relação com outras coisas e sobretudo com as palavras e os conceitos que se lhes associam, o Mundo é essencialmente um artefacto. As coisas não têm, portanto, natureza intrínseca. São construídas de relações. (Uma imagem possível no Budismo é, por exemplo, questionarmo-nos acerca do que é, por exemplo, uma esferográfica. Retirado o canhão, a tampa, a carga e postos lado a lado, onde está de facto a esferográfica?).O Mundo é, deste modo, uma mera construção da linguagem. Uma narrativa, como agora se diz. Se calhar, como no Zen, basta que nos apontem na direcção certa, olhar pelo canto do olho e zás! Ver o que afinal sempre ali esteve. Isto leva-nos ao Idealismo radical, pois implica que a distinção entre sujeito e objecto é também fruto de um erro de perspectiva. Os pensamentos no cérebro do observador acerca do objecto são ambos objectos e movimemtos da mesma Realidade. (É um erro do comparável a alguém que veja através de uma fenda, um gato a passar, vê primeiro a cabeça e depois a cauda. Pode inferir que a cabeça é distinta da cauda e mais que a cabeça é a causa da cauda. No entanto é o mesmo gato). isto é, o fazedor-do-mapa-mundi (o observador, o O Mundo e o Mapa são ontologicamente indissociáveis. Quem sabe, apenas uma imensa reificação do Mundo pela linguagem. Isto é, pela linguagem elevamos ao estatuto de existente coisas que não existem de facto, como tal. Isto é um problema antigo, é sabido. Diz um provérbio basco: "Só existe o que tem nome". Nesse caso, inclui-se tudo, mesmo a nossa própria identidade como sujeitos, pois verifica-se que tal distinção é falha de sentido ontológico. Então onde ficamos? De quem é a narrativa que cria o Mundo? E mais fundo ainda: - porque é que em vez de nada existe alguma coisa? No Ocidente uma pessoa - Schoppenhauer - compreendeu isto e intuiu a resposta: a narrativa é do Vazio e da sua Vontade. O Universo, apenas Ele, auto-observa-se e evolui para se auto-transcender. Mas transcender o quê, se já contêm tudo e todas as possibilidades em Si mesmo? Daqui a uns largos biliões de biliões de anos o Universo é uma uniforme sopa fria à temperatura de 6º Kelvin. Pode voltar ou não a colapsar sobre Si-Próprio como dizem algumas cosmologias actuais e cosmogonias antigas, como a Hindú, numa cósmica respiração de Brahma. Mas no fim, mesmo quando não há nada e o Vazio se encontra só consigo próprio (mais uma vez ou de vez) fica sempre a Vontade.
ESPANHA
Nos tempos da Guerra Cívil de Espanha passava-se muita fome em Portugal. Poder-se-ia dizer que os portugueses andavam a "atar o cú com uma junça". O bom Salazar mandava camiões para Espanha com víveres em cujas lonas se via escrito "SOBRAS DE PORTUGAL". Muitos que moravamam perto da fronteira os viam passar. Contrabandeava-se farinha, café, pão...Muitas vezes a nado com os espanhois famintos do outro lado do Rio Chança (que é um afluente do Guadiana). Os portugueses não eram propriamente amigos dos espanhois, pois em muitas mochilas de café, o que ia no fundo era pó de pedra ou areia. Muitos continuaram este proveitoso negócio e inclusivamente continuaram com os mesmo clientes. O café Camelo bebe-se em muitos lugares de Espanha e mesmo de França.
Caros amigos espanhois, está na hora de retribuir, mandem para cá as vossas sobras do vosso magro défice que ás vezes até é superavit, as vossas mulheres mais arranjadas que as nossas que têm farfalhudos buços hirsutos. Também podem pagar em caramelos "El Caserio", anis Alvaro Domec ou mesmo gomas cheias de corantes para as crianças, em forma de pedaços de cadáver em adiantado estado de decomposição,excrementos e discos das Ketchup.
Vale?
Nos tempos da Guerra Cívil de Espanha passava-se muita fome em Portugal. Poder-se-ia dizer que os portugueses andavam a "atar o cú com uma junça". O bom Salazar mandava camiões para Espanha com víveres em cujas lonas se via escrito "SOBRAS DE PORTUGAL". Muitos que moravamam perto da fronteira os viam passar. Contrabandeava-se farinha, café, pão...Muitas vezes a nado com os espanhois famintos do outro lado do Rio Chança (que é um afluente do Guadiana). Os portugueses não eram propriamente amigos dos espanhois, pois em muitas mochilas de café, o que ia no fundo era pó de pedra ou areia. Muitos continuaram este proveitoso negócio e inclusivamente continuaram com os mesmo clientes. O café Camelo bebe-se em muitos lugares de Espanha e mesmo de França.
Caros amigos espanhois, está na hora de retribuir, mandem para cá as vossas sobras do vosso magro défice que ás vezes até é superavit, as vossas mulheres mais arranjadas que as nossas que têm farfalhudos buços hirsutos. Também podem pagar em caramelos "El Caserio", anis Alvaro Domec ou mesmo gomas cheias de corantes para as crianças, em forma de pedaços de cadáver em adiantado estado de decomposição,excrementos e discos das Ketchup.
Vale?
segunda-feira, agosto 01, 2005 |
Brrrrlhzig…
Sou o último sobrevivente do meu planeta. Corre o ano terrestre de 3014. Dirijo-me para essa bola azul para a destruir. Não é que tenha muito contra os terráqueos, mas estes apenas destruíram o meu habitat natural.
A esfera terrestre dava a sua volta solar número 2005, de acordo com os registos a que tive acesso. Foi lançada o que eles chamaram de sonda Cassini. Esta atravessou o manto protector de Saturno e violou a integridade das minhas origens. Libertou um outro aparelho que aportou nos mares gelados do que os terrestres apelidam de Titã. Foi o início do fim. Embora compreenda o intuito explorador de novos planetas que os terrestres tinham e têm, não tomaram as devidas precauções para connosco.
Ignoravam que nós existíamos. Ainda o ignoram, mas não será por muito tempo.
Como já disse, sou o último da minha espécie. Sofri deformações horríveis, mas consegui inventar um soro que me fez aguentar com vida. Nada é como dantes. Perdi todos os que amava e os que apenas conhecia.
Só uma coisa me move: o desejo de terminar com os que destruíram a minha espécie. Não me interessa se foi por erro ou por vontade, o que é certo é que ninguém sobreviveu para além de mim.
E têm de pagá-lo. E caro.
Vou numa missão suicida. Também, não resta mais ninguém com quem me possa perpetuar. Vai acontecer o mesmo a esse planeta a que chamam Terra.
E tudo isto aconteceu em nome da Ciência. A Cassini trouxe elementos orgânicos para o meu planeta. Estes multiplicaram-se, sendo microorganismos poderosíssimos. Dizimaram todos os Titânicos. Fomos destruídos. Todos menos um, eu, que me aproximo rapidamente da Terra com o intuito de lhes dar o mesmo tratamento em termos de extermínio.
Brrrrlhzig…
Sou o último sobrevivente do meu planeta. Corre o ano terrestre de 3014. Dirijo-me para essa bola azul para a destruir. Não é que tenha muito contra os terráqueos, mas estes apenas destruíram o meu habitat natural.
A esfera terrestre dava a sua volta solar número 2005, de acordo com os registos a que tive acesso. Foi lançada o que eles chamaram de sonda Cassini. Esta atravessou o manto protector de Saturno e violou a integridade das minhas origens. Libertou um outro aparelho que aportou nos mares gelados do que os terrestres apelidam de Titã. Foi o início do fim. Embora compreenda o intuito explorador de novos planetas que os terrestres tinham e têm, não tomaram as devidas precauções para connosco.
Ignoravam que nós existíamos. Ainda o ignoram, mas não será por muito tempo.
Como já disse, sou o último da minha espécie. Sofri deformações horríveis, mas consegui inventar um soro que me fez aguentar com vida. Nada é como dantes. Perdi todos os que amava e os que apenas conhecia.
Só uma coisa me move: o desejo de terminar com os que destruíram a minha espécie. Não me interessa se foi por erro ou por vontade, o que é certo é que ninguém sobreviveu para além de mim.
E têm de pagá-lo. E caro.
Vou numa missão suicida. Também, não resta mais ninguém com quem me possa perpetuar. Vai acontecer o mesmo a esse planeta a que chamam Terra.
E tudo isto aconteceu em nome da Ciência. A Cassini trouxe elementos orgânicos para o meu planeta. Estes multiplicaram-se, sendo microorganismos poderosíssimos. Dizimaram todos os Titânicos. Fomos destruídos. Todos menos um, eu, que me aproximo rapidamente da Terra com o intuito de lhes dar o mesmo tratamento em termos de extermínio.
Brrrrlhzig…