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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


sexta-feira, maio 25, 2007






Um novo livro, cuja autora nós temos a honra de conhecer.






E que é uma querida. :)







terça-feira, maio 15, 2007

O AUTOCARRO CURTO

Sandro, o travesti moldavo, rodou o copo entre as mãos e olhou distraído as pedras de gelo. Os pêlos do peito farfalhudos pintara-os ele de ruivo para que sobressaíssem do largo decote do top-leopardo que usava. Os safões de vaqueiro que usava em pêlo, realçavam-lhe as nádegas brancas cheias de borbulhas que exibia sem pudor. Já era da família naquele bar do Lower East Side – ‘Les Cowboys’- Ali reinava o sexo em grupo sem restrições ou inibições. Não por deboche ou complacência moral. Não. Procurava-se a plenitude ou uma qualquer espécie de libertação por via do hedonismo sexual. Sandro suspirou, pousou o copo e despiu-se. Acto contínuo – e sem dizer palavra – ajoelhou-se e atracou-se ao marsapo de Agnes, um transexual havaiano tatuado e mamalhudo, sugando-o com uma desmesurada gula e castigando a sua própria epiglote com uma demente brutalidade em movimentos frenéticos da cabeça. Bock, o homossexual, enquanto fazia um ‘69’ a ‘beZelga, um exibicionista e pedófilo turco que era careca e pouco se lavava, ejaculava no canal auditivo da mãe de Sandro: Quicas, a lésbica, enquanto esta fazia um ‘anulingus’ a Booberella, uma ‘dominatrix’ ucraniana que entoava a plenos pulmões os ‘barqueiros do Volga’ na vulva de Laurinha fazendo-lhe reverberar as trompas de Falópio. Lui que meneava o chicote e, se entregava a um linguado com Diza espezinhava o Clonito, que gemia sob aquele ‘trumpling’ especial feito com umas botas de alpinista. O canal rectal de fininhO, o marinheiro, era violentamente amassado por um urso avantajado que era um transsexual já operado disfraçado, que também era ‘marchand’ chamado carinhosamente ‘Chouriço’, que mor da sua embriaguez, vomitava nas nádegas de Zeca, um fetichista de pés, gretados, mal-lavados e encardidos, com unhas musgosas, panarícios, pé-de-atleta e joanetes, que também, por seu turno, o sodomizava com uma buçal brutalidade. Lex era olhada de lado por Luz, que tinha ciúmes do ´gang bang’ em que ela se afadigava com a metade do Regimento de Sapadores Bombeiros de Algés (RSBA), lambendo o strap-on que tinha sido do bisavô de FPM. Este último dedicava-se ao exibicionismo ‘transgender’, passeando por entre os corpos suados que rebolavam no chão. Dentro de uma arca retiraram o ‘freak’ Assento da Sanita, que trazia um açaime, e afocinharam-lhe a cara numa copiosa larada fumegante acabadinha de fazer pelo criado guineense, mesmo antes de o sodomizarem á bruta até à hiperbólica tumefacção do esfíncter, já lasso. O desprezível necrófilo granjeara muitos inimigos naquele bar, pois escrevinhara impropérios expondo as horrendas fraquezas e práticas sexuais aberrantes dos companheiros e lhes tinha negado uma omoleta com LSD que fizera. Vareta Funda, um perigoso criminoso sexual de óculos escuros, conhecido por gostar de encher a boca de pêlos de adolescentes quasi-púberes recém aparados com lâminas Willkinson, afagava a cabeça loira de um rapaz efeminado, enquanto lhe dava drogas psicadélicas e rodava o charuto entre os dedos, sorrindo e mostrando os seus inúmeros dentes de oiro. No canto da sala TT, VD e Clonito, que eram escravos sexuais de EstouNua, lambiam-se incestuosamente enquanto afagavam alguns dos cães do RSBA e estes lhes ejaculavam em cima. Visto de longe, qual repuxinhos dos jardins do Generalife, cruzavam o ar várias ejaculações. beZelga, o VJ, ia registando afanosamente tudo isto na sua câmara de vídeo, para de depois passar num ‘happening’ ‘avant-garde’ que ia acontecer no ´Cowboy´ no dia seguinte e em que iriam encher a sala de gás hilariante, sodomizar o moldavo com brutalidade e para o qual tinham convidado um eminente político sobre o qual corriam rumores de homossexualidade: Michael Nyman, o Larilas.

Banda sonora: ‘Venus in Furs’, VU.'

FIM


terça-feira, maio 08, 2007

Saudades da língua...

...estufada.

“É que já manda uma brasa, isto, hein? Vai-te lá pôr ao sol assim enfarpeladinho a ver se não ficas alagado em suor em menos de um fósforo...”
É que o dia está bonito, hoje, mas não há aqui ninguém, agora, a quem eu possa dizer isto. Podia escrevê-lo a muita gente mas dizer, aqui e agora, isso é que já é o diabo. E hoje deu-me para ter uma saudadezita, pequena e boa, disto mesmo: do mudar de registo, do enrolar da língua, do arrevesar do discurso, do ir à procura das palavras pelo paladar – que ele há expressões que têm na boca o mesmo efeito que os dedos ou a língua têm na... bom, põem-nos a escorrer saliva, digamos assim.

“Em descontando o ser pouca, a comida que nos dão é boa”. Disseram-me isto ontem e acho que foi por mor disso que fiquei assim. Quem me conhece sabe que gosto mais de gerúndios que de ração seca. Um gerúndio bem colocado é como um pescoço bonito e quem me conhece sabe que... A própria palavra é linda: gerúndio, com um “u” nasalado que se pode prolongar até ao infinito. E é o tempo verbal mais inteligente, de longe: o de um presente actuante, sem as ficções de passados ou futuros. Sim, que eu vou tendo para mim que são os tempos verbais que nos lixam a vida – mas isso são contas de outro rosário... que a minha vida, Deus assim a conservando, não está lixada nem limada nem polida nem aplainada.

Está um dia desenxovalhado. Um dia asado. E a luz vai-se alaranjando à medida que o sol caminha para aí. Que ele caminha. E é para aí. Quando aí chegar, lembrem-se que eu o vi primeiro...

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