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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


quinta-feira, julho 28, 2005

Lisboa
O Verão recorda-me um pouco o «Ensaio Sobre a Cegueira», de Saramago. O ambiente opressivo, a desorganização, a falta de gente nas ruas, os serviços públicos parados… Tudo isso me leva a pensar que, no caso de surgir uma cegueira geral, seria mais ou menos assim, com excepção do ruído.

O barulho dos automóveis terminava de imediato. O som que as máquinas das obras que decorrem aqui e ali produzem, silenciava-se. Eventualmente, as máquinas eléctricas também se calariam, por não haver quem tratasse da sua manutenção.

Os aviões… Estes seriam os primeiros.

O ruído em si resumir-se-ia aos gritos das vozes humanas, de pessoas perdidas ou em apuros e que não têm ninguém que as ajude ou que as guie. E, uma vez que estariam todos sem ver, não haveria ninguém para ajudar…

É um exercício de abstracção bestial.

Claro que isto não faz muito sentido para quem vive isolado no campo, longe de qualquer via de comunicação, sem abastecimento público de água e de electricidade e onde o carteiro vai uma vez por mês. Mas presumo que esses não venham espreitar este belogue…
Lisboa de Verão reporta-se à Lisboa antiga, que estava rodeada de quintas, como era o caso de Campolide.

De qualquer forma, o ambiente do Verão passado em Lisboa fez-me pensar nisto. Haja férias.

segunda-feira, julho 25, 2005

Eu a mim parece-me que o tempo está bom é para isto...





LÍNGUAS

PRINCÍPIOS JERAIS DE TODA ORTOGRAFIA

1.º Uma língua é um facto social; não depende do capricho de ninguém alterá-la fundamentalmente.

2.º Como facto social é produto complexo, variável por evolução própria da sociedade cujas relações serve.

3.º A ortografia é o sistema de escrita pelo qual é representada a língua dum povo ou duma nação num certo estado de evolução glotolójica.

4.º Esta representação deve ser exacta para todo o povo, para toda a nação e portanto deve respeitar a filiação histórica.

5.º É evidente, pois, que a ortografia não pode ser especial dum modo de falar, quer êste seja dum só indivíduo, quer duma província ou dialectoda língua.

6.º Em virtude disto a ortografia não pode representar a pronunciação, que por certo não será una; ha de representar a enunciação, a qual é sempre comum ao povo, à nação que fala uma só língua como seu idioma próprio e exclusivo.

7.º Na ortografia, por consecuéncia, não se pode fazer uso de sinais que indiquem pronúncia de uma qualquer letra vogal, excepto quando essa vogal careça de ser pronunciada com modulação especial para a distinção conveniente do emprêgo sintáctico do vocábulo, ou aínda (e menos vezes em português) para distinguir na grafia única modos diferentes de silabização.

8.º Para se representar a enunciação carece-se de acentuar gráficamente o vocábulo, e a ortografia deve ser tal que, subordinada às leis de acentuação na língua falada, mostre para qualquer vocábulo a sua sílaba tónica a quem desconheça o vocábulo que lê.

_Escólio_.--É evidente que a acentuação gráfica é inútil na língua escrita cuja constituição glotolójica a determina invariávelmente: tal o latim clássico e as línguas jermánicas.
Nesta obra datada de 1885, já se tentavam fixar as regras gerais de uma língua. Como podem observar, escrevia-se de uma forma que hoje não reconhecemos, embora existam regras que ainda se aplicam. Depois destas regras gerais vêm as regras específicas para a língua portuguesa, numa tentativa de aglomerar e estabelecer os ditames de uma língua. Como se diz lá em cima,uma língua é um facto social.
Evolui, portanto. Lentamente, é certo. Estou a ficar preocupado com os brasileirismos, mas o que é que se pode fazer? Quanto a mim, continuo a escrever no português que aprendi e que está em mutação. Mas sou avesso a escrever palavras claramente aportuguesadas, extraídas de línguas que não a nossa. Querem um exemplo? Dossiê. É a primeira e última vez que me vão ver a escrever isto. Pelo menos, se não for por comparação.
Após a integração na UE, resta-nos a nossa Pátria Lusa na língua que falamos e escrevemos. Neste caso, pode dizer-se que eu pertenço à Resistência.

terça-feira, julho 19, 2005




O Dia dos Contratos


Hoje vêm a lume duas notícias: de como um empregador se livra de um empregado; e de como um empregado se livra de um empregador.

No primeiro caso, dois anos mediaram entre a tentativa de pôr o empregado na rua e a concretização efectiva dessa intenção. Só o conseguiram através do regime das faltas injustificadas. A Fátima foi posta a andar, tendo levado os salários que auferiu entretanto. Bom proveito lhe façam pelas terras de Vera Cruz. Não é um valor despiciendo, tendo em conta o nível de vida que se pratica por lá. Prisão preventiva? O que é isso?
No outro caso, a coisa até está a ser rápida: o Miguel pretende a rescisão do contrato por justa causa, alegando quebra de confiança entre as partes e invocando o período experimental de 30 dias previsto no artigo 108.º do Código de Trabalho, para que cada uma das partes - empregador ou empregado - possa denunciar os contratos, sem que haja qualquer indemnização de parte a parte.
Ainda bem que o Código de Trabalho prevê ambas as situações e que ambas vão ter um final feliz.
E que tal a edilidade contratar o Miguel para exercer o cargo de Presidente de Câmara e a Fátima ir jogar para o - ainda - clube do Miguel, fazendo as vezes de jogador(a) brasileiro(a) contratado(a)?
Da maneira como a Fátima brinca com as bolas e o Miguel entra no jogo da política...
Ficariam todos realizados, pessoal e profissionalmente, não tenho a mínima dúvida.

segunda-feira, julho 18, 2005


Posta da tarde: o outro regresso


Já viram bem o Alentejo? Mantém-se inalterado.

Há coisas que não mudam.

E ainda bem.



REGRESSO


Nada como um fim-de-semana passado na terra, com festa à mistura e copos de tarde.

Bastou-me estar algumas horas num restaurante, com um bar de apoio, para saber as novidades.

Então não é que o Barnabé pôs termo à vida? Enforcou-se, coitado.

Não faço ideia de quem era o Barnabé, mas é mais um que desaparece de uma forma que ninguém estava à espera. O que nos leva, uma vez mais, à fragilidade da vida.

Porra, pá, um gajo para se enforcar deve estar muito desesperado. Pensar em todo o ritual de comprar uma corda, encontrar um barrote ou um ramo adequado, firme e que não se quebre, pôr-lhe o laço, subir para o que quer que seja que há-de sair-nos debaixo dos pés e depois…

Com uma agravante: o homem em causa foi trabalhar até ao meio-dia, atendeu clientes, pôs tudo a funcionar e depois deu um saltinho a casa que se transformou num salto para a morte.

Macabro, no mínimo…

Raios, ainda que a vida corra menos bem, não há necessidade de lhe pôr termo. Caramba, pá.

E, no entanto, a vida continua… Para os outros, claro.

Os outros lamentam-se. Os outros sentem a dor de quem se matou. Os outros não percebem. Eu faço parte dos outros que não percebem muito bem.

A fragilidade… Já vi alguns acidentes que retiraram a vida a algumas pessoas, involuntariamente. Já vi pessoas - uma, acho eu - mais ou menos próximas que puseram termo à vida.

Para quê? O sofrimento acabou? Valeu a pena?

Nem quero saber.

Mudando um bocadinho a orientação desta reflexão, pás, é bom voltar à terra e conviver com amigos que já não vemos há quinhentos anos. E saber que eles estão lá. Ou a meio caminho. Ou que estão cá.

Crescemos e mantemo-nos mais ou menos em contacto. Umas vezes mais, outras menos. Mas vão estando por lá, esses nossos amigos de infância, o que é um bom sinal. Vamos aproveitando estes pequenos laivos de lucidez para recordar o que já passou e para tentar adivinhar o que aí vem.

O que se seguirá?

sexta-feira, julho 15, 2005


EMPRESA NA HORA


Com este entusiasmo todo de criar uma «empresa na hora» - projecto do Governo que está agora a ser posto em andamento - não me surpreenderá nada ver, de aqui a uns tempos, a «empresa na hora» passar a ser conhecida como «empresa na Boa-Hora», a ser julgada por constituições fraudulentas e objectos sociais que não correspondem minimamente ao negócio desenvolvido.

Aguardemos.


NISTO, VZZZZZZZZZZZZTT!




Férias. Com seis letras apenas se escreve a panaceia para todas as misérias.
Cá vos deixo um recadinho, em estrangeiro e sem traduzir, o que constitui uma espécie de tpc de Verão. Ouçam os "Papas Fritas". E gozem as férias, se e quando...

Holiday

Nine to five and I'm going out of my mind
You know what I mean
Staring down the streetlights
Watching all the uptights
Reading magazines
I'm God's gift to myself
Guess I need some help
Nine to five and I'm going out of my mind
Take one of these -- on your holiday
I still can't breathe, but I feel okay
I don't want to do the things that you do
I don't want to hang around with you
Take one of these -- on your holiday
I still can't breathe, but I feel okay
Don't move a muscle, just let it burn
Don't move a muscle, there's one thing you should learn
That money's something I could never earn

terça-feira, julho 12, 2005

Microfábulas – XVI

Havia, certa vez, um homem que tinha a seu cargo a direcção de uns serviços do Estado, coisa pequena, um total de oito pessoas entre técnicos superiores, administrativos e auxiliares. Quem o via chegar ao local de trabalho num pequeno veículo motorizado tinha reacções mistas: “Lá vai o chato do caralho!”, diriam uns; “Lá vai o Senhor Doutor!”, diriam os mais educados. E o Senhor Doutor vinha todos os dias pelas 10h00 da manhã, avançando pelos corredores, o corpo entroncado a bambolear-se com a graça de um leão-marinho enfiado num blazer coçado e de mau corte.
O Senhor Doutor era temente a Deus, civilizado o suficiente, com noções básicas de educação e regras de comportamento bem aceites pela sociedade. Casara bem e cedo com a Esposa do Senhor Doutor, tinha descendência que em conjunto formava os Filhos do Senhor Doutor, tinha uma casa decorada com meia dúzia de antiguidades compradas a trouxe-mouxe para disfarçar a falta de pergaminhos familiares, tinha um carro com três anos e uma casinha no campo para poder dizer aos colegas que nesse fim-de-semana iria à terra.
Para o Senhor Doutor, a informalidade passava em exclusivo por tratar pelo primeiro nome e permitir igual tratamento aos seus quatro colaboradores mais próximos. Convencia-se plenamente de que isso era suficiente como prova de confiança, encorajamento e intimidade e tinha-se na conta de um bom condutor de pessoal. “A isto é que eu chamo um bom ambiente de trabalho!”, dizia ele quando entrava de rompante por algum dos gabinetes onde os seus funcionários estivessem à conversa. Repetia a frase duas ou três vezes, ficava com um sorriso parvo no rosto, girava como um pião coçando o seu cabelo já ralo e grisalho e saía, sem aparentemente se dar conta de que toda e qualquer animação cessava sempre no momento em que ele entrava na sala. Fora isso, presenteava as pessoas com sonoros bons dias e deslocados bem-haja nos quais se pressentia muito mais a obrigação que a simpatia.
A principal função do Senhor Doutor naquele serviço era a de se irritar com as “encomendas” de trabalho que chegavam “de cima”. O seu temor reverencial para com quem estava “em cima” encontrava naqueles momentos o seu escape: ia ter com o funcionário a quem caberia desempenhar a tarefa e, em vez de dar qualquer instrução, desabafava “Mas você já viu esta merda?! Estes gajos estão a gozar connosco, caralho! Só nos pedem trabalho, só nos pedem trabalho!… Você nunca queira chegar a Director de Serviços!”. Dito isto, voltava a sentar-se à sua secretária imaculadamente limpa, com um mata-borrão verde musgo, enquanto o funcionário lá procurava responder à solicitação “de cima”. Esta divisão de tarefas parecia-lhe eficiente: os outros trabalhavam enquanto ele se irritava com a natureza e a quantidade dos pedidos. No fundo, ele era o responsável pelo trabalho que ali se produzia mas o Senhor Doutor era um homem de valores, com grande apego à lealdade: se as coisas corriam bem, os Serviços estavam de parabéns; se as coisas corriam menos bem, o funcionário responsável era prontamente identificado e o seu nome e a nota de culpa apresentados aos “de cima” sem qualquer demora.
Apesar de ser um estorvo a um mais célere funcionamento dos serviços, o Senhor Doutor não incomodava nem importunava em demasia os seus funcionários. Nenhum diria declaradamente que não gostava do Senhor Doutor – como ninguém dirá declaradamente que não gosta de uma pedra da calçada a menos que esta venha arremessada contra si. O Senhor Doutor era um chefe normal; só não era uma pessoa. De resto, pensava de acordo com parâmetros aceites e premiados na administração pública: os funcionários aparecem com o trabalho feito e o chefe confere-lhes o valor acrescentado de os levar “lá acima”; qualquer lapso dos funcionários é um ataque pessoal ao chefe que os deve, pelo menos, sancionar com a expressão “Você hoje deixou-me ficar mal…”; as ocasiões de repreensão eram a única altura em que se devia deixar cair um elogio como “Eu tenho ouvido coisas boas sobre o seu trabalho MAS…”.
Nos verdadeiros dias de romaria que constituíam as idas do Senhor Doutor “lá acima”, os serviços ficavam num frenesim: era preciso produzir muita coisa para que o Senhor Doutor se sentisse escudado nos encontros a nível superior. Mais do que saber o que levava, importava-lhe levar algo, sentindo-se assim preparado para a eventualidade “de lhe estenderem uma casca de banana”. “Que os lá de cima conheço eu bem e não são gente de fiar!”, dizia ele com um sorriso compincha e parvo a que ninguém correspondia pois todos sabiam que: a) ele não conhecia bem os “lá de cima” e b) os “lá de cima” eram bem mais fiáveis que o Senhor Doutor.
Certo dia, um dos de “lá de cima” foi “lá abaixo” falar com o Senhor Doutor, que não perdeu a oportunidade de lhe mostrar as instalações pouco dignas e desleixadas e de o apresentar aos seus funcionários: “Este é o Senhor Doutor Beltrano, nosso Director e meu grande amigo!”. O “lá de cima” olhou-o de soslaio e disse que queria mesmo era falar com o funcionário responsável por um dado assunto.
Nisto, vzzzzzzzzzzzzzt!

Moral 1: há diverso material de escritório que se pode tornar numa arma perigosa, desde que nas mãos certas e brandido com violência.

Moral 2: o brio de um Senhor Doutor é coisa com que nem mesmo os “lá de cima” devem brincar sob pena de sofrerem represálias directas e muitas vezes violentas, como escoriações ou manchetes n’O Independente.


quinta-feira, julho 07, 2005

...



Quero ir para casa e ouvir a Lorraine Bowen a cantar "I Love London" e ser intelectualmente cobarde e não pensar em indefiníveis porquês e não me arrepiar com o discurso de quem quer perceber. Quero ir para casa e lembrar-me da universalidade - se não harmoniosa, pelo menos civilizada - de Londres e ouvir a Lorraine Bowen outra vez e deixar-me ficar na certeza que a cidade mais pragmática que conheço vai ficar aturdida por uns momentos, enlutada mais um bocadinho, mas abnegada e persistente no seu modo aberto de existir. Quero ir para casa, isso é um facto, e quero ouvir a Lorraine Bowen a cantar "I Love London", outro. O que eu não quero é sentir-me estúpido por não ter medo que um dia, quando estiver a ir para casa...

sexta-feira, julho 01, 2005

Sexta-feira é dia de...




Os The Sound, como os The Go-Betweens e outros, foram uma banda muito injustiçada pelo público. Eu sei que este conceito é um bocado esquisito: se o “público”, designação genérica e monstruosa, é injusto, então nas mãos de quem é que está a justiça? A resposta, não sendo óbvia, é evidente: está nas minhas mãos e por isso cabe-me hoje fazer justiça aos The Sound, do grande e falecido Andrew Borland.

Se se fala nos The Sound a quem passou pelos anos 80 e acha (erradamente) que os conhece, o mais provável é ouvir qualquer coisa como “Ehn… eram assim um subproduto dos Echo & The Bunnymen / Teardrop Explodes / The Chameleons / Joy DIvision (riscar o que não interessa)”. Se o interlocutor é alguém que conhece realmente os The Sound, a reacção é mais padronizada ainda: “Como é que os gajos não foram os maiores destes todos?!”. Se a primeira é espúria, a segunda enferma de um lirismo eivado de injustiça e sede de vingança. A verdade – absoluta, já que sou eu quem modestamente a pronuncia – é que eles deviam ter sido grandes, sim, mas grandes a uma escala moderada. É que nunca nos podemos esquecer que a tentação da grandeza em grupos como estes, criados nas fileiras da new wave e do indie rock britânico, acabava por resultar em coisas como os Simple Minds da segunda metade dos anos 80 ou piores (lembro-me, assim de repente, de alguns álbuns dos Big Country de que não me queria lembrar…).

Assim, pobretes mas alegretes, os The Sound lá se escaparam à vocação messiânica e gigantista de gente como os quatro irlandeses que dizem “tu também” e fizeram música com uma honestidade e com uma devoção muito particular, que está bem evidente, por exemplo, nesse EP esmagador que dá pelo nome de “Shock of Daylight”, datado de 1984. Na altura, em que por via dos meus então oito anos ainda não tinha a turba de seguidores que hoje compra qualquer disco ou detergente que eu aqui recomende, as vendas foram tão expressivas como a cara da Leonor Silveira. Mas urge redescobri-lo (está disponível em cd em edição conjunta com o álbum Heads and Hearts) e ouvi-lo com frequência, digerindo aquela impressionante consistência rítmica e o trabalho dos dois guitarristas e a discrição precisa dos teclados e a produção equilibrada de Pat Collier. Em particular, recomendo que, enquanto estiverem a aborrecer-se de morte ao atravessar a(s) ponte(s) para irem pôr os pezinhos a lavar em água com sal, prestem particular atenção a esse monumento da “visceralidade oitentista” (neologismo registado) que é “New Way of Life”, canção avassaladora e belíssima. As guitarras rockam, o baixo pula, os tambores vibram, os pratos batem como lésbicas e as teclas gemem como putas – música lúbrica!, música viva e contangiante. Aqui deixo a letra, garantindo o alcance mesmo àqueles mais desfavorecidos de entre vós que não lêem estrangeiro.

"new way of life"

Light a flame in the dark
Acende a luz nas escadas
Light a flame in my heart
Abre a janela e as portadas
Light a candle to see me through these times
Acende a vela contra os maus odores
Hands reach for hands now
As mãos secas e gretadas
We just need each other now
Precisas de Atrix às carradas
Someone to hold on to in these times
E de Prozac para os maus humores
There's a new way of life - It's up ahead
Que estranha forma de vida - tens que a viver
Looks like an open road - But what's up ahead?
Que história mal parida - tens que a escrever
With my opened arms I'm frightened too
Tens o braço irritado da depilação
Looks like the new way of life
Que estranha forma de vida
Takes me away from you
Que estranha vermelhidão
Always kept caution close at hand
Cautela e caldos de galinha
Never threw it to the wind
Seja tua ou da tua vizinha
I am wary of the unknown
São reconfortantes tradições
But I can't stay the same
Mas esta merda de vidinha
Never change, never change
Não é p’ra uma alma como a minha
We must take this future and make it our own
Hoje é sexta, é dia de Euromilhões…

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