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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


terça-feira, novembro 30, 2004

Já vos disse que gosto muito de Conan?



quinta-feira, novembro 25, 2004

25 NOVEMBRO de 1975
ou o Ponto Final da REVOLUÇÃO DE ABRIL


quarta-feira, novembro 24, 2004

de punho no ar - I

PROCURA-SE ANTES QUE VÁ PARA MINISTRO



Já não se pode ler tranquilamente o Jornal.
Fiquei cheia de problemas de consciência de não ter feito este post a tempo. Quem sabe assim ajudava os nossos agentes de justiça a encontrar o homem a tempo e horas. Agora já é tarde...





«Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por
maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos
termos constantes da Constituição para a Europa?».


Ando preocupada com o Referendo.
A ideia que tenho neste momento é que, na incapacidade constitucional de se referendar um tratado internacional – é inconstitucional perguntarem-nos se concordamos ou não com a Constituição Europeia - foram lá tirar três coisitas, mais ou menos irrelevantes, para nos perguntarem. Ou, por outras palavras, temos um Referendo constitucional mas inútil uma vez que o que está em causa é a Constituição Europeia e não parte dela.

Mesmo assim fui tentar ler o Tratado que a estabelece. Dividi a pergunta em três. Li a Carta de Direitos Fundamentais. Concordei.
Já a Regra das votações por maioria qualificada e o Novo quadro institucional da União Europeia, não li porque não os achei nem desconfio o que sejam.

Sou uma pessoa comum, faço questão de formar uma opinião pela informação que procuro obter e mesmo assim não entendo a pergunta.

Ando mesmo preocupada. E a minha preocupação aumenta porque não vejo muito gente preocupada. Ou todos perceberam e só eu não, ou então andam a preparar o discurso de preocupação pela elevada percentagem de abstenção. Parece que vai estar mau tempo e tal e a democracia em risco, ah pois e a legitimidade, e assim.

terça-feira, novembro 23, 2004

MINÚSCULA REFLEXÃO

Onde é que isto chegou? Agora até oferecem o Menino Jesus com o jornal?




Esplendoroso Presépio de Natal, dizem eles.

Podemos ser mais comerciais do que isto?

Já sei que sim.

segunda-feira, novembro 15, 2004




Estava eu a jiboiar no sofá à espera que o Congresso do PSD acabasse para poder pôr som na televisão outra vez, quando me ocorreu que hoje em dia se faz Congressos por tudo e por nada. Então não é que estes fazem um para tentar calar a boca aos outros que poupam em Congressos para gastarem em eleições directas! Ah... e tal... diz que é para legitimar o outro que estava lá com um pé dentro e o outro aos pontapés nas más línguas, coitado não o largam, e assim o homem nem consegue atinar para governar e depois sai-lhe tudo mal, e vai-se a ver e o homem até se esforça, cortou o cabelo e tudo, já a pulseirinha ... todos a pensarem que era uma fitinha da Nossa Senhora do Bonfim, pimba, não era nada, era de marca e tudo. Agora, pronto. Finalmente já é legítimo. Já pode governar sossegado.
- Agora já sou tão legítimo como tu! Bem feito!
- Não és nada, eu sou mais! Eu sou tão legítimo como o Presidente da República, toma, toma!

E por falar em Presidente da República, agora dedicou-se à escrita não foi? Pois foi, parece que já não escrevia nada de jeito há muito tempo, parece que agora manda escrever coisas sem jeito nenhum aos outros, e pronto, parece que estava com dificuldades – até o Papa o chamou para ralhar com ele: Ó Sampaio, coisinho, tu vê lá isso! Para castigo vais copiar a Bíblia! Mas tens de ser tu, não podes mandar ninguém copiar por ti. A última vez que o vi estava ele a fazer a cópia, e devem ser tantas as dificuldades que o homem estava rodeado de pessoas, com ar de professores, todos a ver se ele fazia erros, mas também, por mais erros que ele faça já não pode ser castigado, parece que já acabou o tempo, não sei bem, mas parece que já não se pode candidatar a mais nenhuma eleição, pelo menos nos tempos mais próximos. Eu acho bem, agora se eu fosse ele, fazia um Congresso, comprava uma pulseira e aderia à moda. Já não lhe falta tudo.

Cá para mim faz mal jiboiar a seguir às refeições...ou então as gotas estavam fora de prazo...


quinta-feira, novembro 11, 2004



DILEMA DOS PRISIONEIROS vs. DILEMA INVENTADO

Este todos conhecem.

Dois prisioneiros, A e B, cometeram um crime juntos.
O juiz oferece a cada um deles um acordo:
O prisioneiro que confessar e denunciar o companheiro ganha a liberdade e mais um prémio em dinheiro, enquanto o outro, se não fizer a mesma coisa, apanha 10 anos de cadeia. No entanto, se A e B se acusarem mutuamente, ambos serão condenados a 5 anos. Ambos sabem que a proposta está a ser feita ao outro, mas não podem comunicar um com o outro, estão em celas separadas. A melhor opção é calarem-se os dois. Mas será que podem confiar no outro?
Existem quatro soluções possíveis para o problema:
1- A e B calam-se e são postos em liberdade.
2- A denuncia B, é libertado e ganha um prémio, enquanto B apanha uma pena de 10 anos de cadeia.
3- B denuncia A, é libertado e ganha um prémio, enquanto A apanha uma pena de 10 anos de cadeia.
4- Os dois acusam-se mutuamente e são condenados a 5 anos

E este...também.

Um casal. Um dos membros comete uma infidelidade.
Sabe que se contar ao outro, o outro lhe perdoa, se o outro descobrir sozinho - discutem, se mentir/ocultar e o outro vier a saber - separam-se, se mentir/ocultar e o outro não vier a saber – tudo fica como dantes.

Se o Diabo passar por aqui, ele que escolha.

terça-feira, novembro 09, 2004

Ora bem...

Organizem lá as vossas vidas de acordo com o que vos proponho. Metam os putos na cama, dêem comida aos periquitos, fechem as torneiras de segurança e peçam a alguém simpático que olhe por isto tudo. Tenho a oferecer-vos os Feromona Live, na próxima quinta-feira, dia de São Martinho, no NetJazzCafé (que fica dentro do Chapitô), pelas onze e tal da noite.





Fotos gamadas ao belogue do Z.

E não digo isto outra vez.

segunda-feira, novembro 08, 2004

POSTA DE SAUDADE





Onde anda a Maria Armanda? Tenho saudades do «Eu vi um sapo».

Em jeito de reviver o passado, aqui fica a letra:

Eu vi um sapo
Um feio sapo
Ali na horta
Com a boca torta
Tu viste um sapo
Um feio sapo
Tiveste medo
Ou é segredo
Eu vi um sapo
Com guardanapo
Estava a papar
Um bom jantar
Tu viste um sapo
Com guardanapo
E o que comia
E o que fazia
Eu vi um sapo
A encher o papo
Tudo comeu
Nem ofereceu
Tu viste um sapo
A encher o papo
E o bicharoco
Não te deu troco
Eu vi um sapo
Um grande sapo
Foi malcriado
Fiquei zangado
Tu viste um sapo
Um grande sapo
Deixa-o lá estar
Vamos brincar.


quarta-feira, novembro 03, 2004

MALGRANDA HISTORIO AFLIKTITA*
E foi assim que a tristeza chegou. Encavalitada na escuridão do desconhecido. Entrou e assenhorou-se da casa e da dona que estava nua. Passeou-se por lá, triste, o tempo necessário para o nascimento desta história que, já agora, resolveu sê-lo, também. Aproveitando-se do selo da outra, passou para a outra banda que, ao ver que já não tocava marchas como antigamente, entristeceu. Por esta altura já era a tristeza a dona da casa. Com ela colada à pele desnuda, a outra lutava furiosa para se despir. Eis senão quando, soltou-se-lhe um, de entre os inumeráveis gestos bruscos que paria a cada pensamento e zás! Açoitou o frasco das gotas que fugiu mesa abaixo e partiu, manchando a paixão novinha em folha flutuante no rio de gotas onde a tristeza nadava. Nadava e ria, o riso da outra agora com siso. E foi conciso o grito que regougou para a outra: ESTOUNUA! A outra, que já se afogava nela, desengolindo-a berrou-lhe: ESTOUTRISTE!

*Esperanto. Tradução: "Pequena História Triste"


terça-feira, novembro 02, 2004

Crónica de um dia estranho - by Violeta
Ontem foi o dia de visitar as casinhas dos mortos.
Não foi dia de visitar as memórias dos nossos mortos, apenas as casinhas que à semelhança do Portugal dos Pequeninos, construímos para eles, aliviando a nossa alma, porque sabemos enfim e finalmente tratar dos nossos entes queridos...
Ontem fui ao cemitério. E lá estavam eles, tão perfilados como estiveram em vida, uns ao lado dos outros, está claro, que uns mais acima e outros mais abaixo, uns com casinhas rasas, cujo tamanho e qualidade da pedra das estátuas à porta deixam adivinhar o amor que nós lhes temos (agora é fácil amá-los), outros com prédios de 3 andares, mobilados com tapetes de arraiolos e molduras em prata, outros ainda enfiados em cubículos, engavetados na parede, lado a lado, numa promiscuidade que só visto...
Mas foi bonito. Havia flores frescas por todo o lado, havia rostos de serenidade de dever cumprido, havia crianças que brincavam. (Claro que o meu pré-adolescente fez das suas... sentou-se numa campa e quando percebeu onde estava, exclamou com um sorriso: -Upss sentei-me em cima de um morto!). Eu acho que o morto ficaria feliz. Sempre é melhor ter uma criança ao colo, do que alguns metros de terra por cima da nossa cabeça. Mas este dia foi também o dia do Pão por Deus. Era suposto em tempos, os pobres pedirem pão para a boca e os ricos darem alívio para a consciência. Hoje, graças a deus, já não há falta de pão, nem consciências. As crianças exigem Kinder chocolate nos cafés e pastilhas elásticas no super mercado e os adultos, lá vão dando os rebuçados que engrossarão as consultas no dentista.
Também foi bonito de se ver. Na minha casa o mais interessante que me apareceu, foram duas meninas com carinhas de anjo e olhos de princesa que chegaram tarde. Na minha voz de falar a princesas, disse-lhes: - A esta hora? Tão tarde? E elas, na sua candura cativante responderam: -Começámos cedo... já vamos no segundo saco!!! Jóia de crianças, prometem ser mulheres de corpo inteiro e cabeça fresca... Claroque lhes dei tudo o que tinha, não vá o diabo tecê-las e uma delas venha a ser num futuro próximo Ministra das Finanças…
Razão tem o meu príncipe que diz que as crianças são as pessoas mais civilizadas que existem neste mundo, já que os jovens só querem embebedar-se e andar a curtir, os adultos só sabem trabalhar e obrigar as crianças a ir a sítios chatos, e os velhos (os vivos safam-se, porque sabem responder a perguntas giras...) mas os outros já estão mortos...
E as memórias? Essas são minhas. Foram-me ditadas as palavras que escrevi pelas vozes do passado e pelas saudades do futuro. Foi um dia bom, este de todos os santos. De finados será hoje, e mais se escreverá sobre fins e finalidades. De renascimento serão todos os dias em que nos maravilharmos de existir e nos congratularmos de ainda sabermos sorrir.

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