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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


sábado, outubro 13, 2007


CORRESPONDÊNCIA JAPONESA - vol... ehr... é ver nos arquivos... sei lá... p'raí 3 ou 4

Ora o Japão é um belo sítio para uma pessoa dispôr de uma vida. Porquê? Precisamente porque não faz nada por isso.

Já lá vão dois anos, dois anos que servem para eu conhecer muito melhor o meu cada vez mais profundo desconhecimento do Japão e das coisas japonesas. Será preciso, um dia, ter traçado os contornos exactos da minha ignorância para então poder começar a aprender o que quer que seja. (e eu já sei o que é que vocês estão a pensar: "lá vem o super-modesto Vareta escrever mais umas linhas de humilíssimo deslumbramento com a merda do Japão... este gajo não se manca, pá! a Vara definha a olhos vistos; o que antes parecia uma loja do IKEA ao fim-de-semana parece agora uma cadela com tinha em que ninguém pega e este animal, em vez de escrever uma coisa engraçada, daquelas em que um gajo se mija a rir quando ele cruza, com a sua arte única, o imaginário popular com o vernáculo arrevesado e uma fluência queirosiana; em vez disso vem o gajo e pimbas!: toca de confessar o seu carácter asinino em mais uma diatribe insalubre sobre os palhaços dos japas! ora francamente!, Vareta. a "São Domingos" dava-te a graça; o sake deixou-a baça, é o que é." É o que vocês estão a pensar - e já é muito bom, que vossas cabeças enfermiças raramente a tal se dedicam. Claro: não pensarão com a clareza de estilo que eu lhe acabei de conferir; não... Será, certamente, qualquer coisa mais parecida com "foda-se!" - mas para um bom entendedor, ainda que modesto, como eu, até isso chega...)

Ainda se me não faz luz sobre a estranha mania de tentar escalpelizar as diferenças entre o Japão e o resto do mundo - não que seja tudo "a mesma merda" mas porque o que houver a "perceber" a este respeito será muito mais facilmente apreendido por um japonês que saia daqui que por um basbaque caucasiano - ou paquistanês, como eu - confiante no seu discernimento. No Japão há pessoas, 120 milhões delas, quase todas japonesas. No resto do mundo também, mais milhões, menos japoneses. Eu nunca fui aos Açores (desculpa-me, Rita) mas imagino que, se fosse, ninguém me perguntaria: "então, conta lá!... os açorianos devem ser uns gandas malucos, não?, todos a fazer queijo e a atirar calhaus aos aviões americanos, hein? e as açorianas, hum? como é que é "aquilo"? hum?". Ora, entre um japa e um açoriano há pouquíssima diferença: a pigmentação, talvez; o formato dos olhos; as pilosidades corporais e mais nada... de resto, são os dois insulares, humanos e falam qualquer coisa que ninguém percebe.

Pessoas, portanto. Deve ser limitação minha mas a ideia de "povo" não ganha raíz no fortemente adubado solo do meu consciente (com toda a merda que eu para lá lhe despejo, é bom que seja adubado...). E em Tóquio, como em nenhum sítio antes, vejo-me confrontado com a volatilidade: as pessoas chegam e partem e outras ficam e outras ausentam-se por um bocadinho e depois voltam e outras não saem nem por nada - e eu, que era (e ainda sou) uma espécie de cofre forte de afectos imorredoiros (ou tão imorredoiros quanto eu), expandi agora o negócio com uma espécie de bar de alterne, onde pessoas extraordinárias param por um bocadinho. Todas as minhas vidas se encheram de gente, invariavelmente - daí a propensão para faroleiro, se calhar. E cada vez mais - e todos "cá ficam", porque mesmo os que só param no bar deixam cá garrafa... é a política da casa.

E isto é um belo sítio para uma pessoa dispôr de uma vida. Tem os mesmos defeitos dos outros sítios; está carregadinho de luz e de sombras; está cheio de vida em todo o lado; tem pessoas - e tranquilidade, segurança, conforto, tremores de terra, arroz, comboios e gente que sorri só porque sim, porque não vale a pena forçar os músculos a outra coisa. Em dois anos, poucas vezes saí de Tóquio. Não conheço "o Japão"; conheço um bocadinho da sua capital mais dois ou três sítios perdidos lá pelo meio da ilha maior. Não conheço muitos japoneses; conheço alguns e gosto da maior parte dos que conheço. Há um espaço que parece irrestrito, há possibilidades ilimitadas, há - ainda - uma espécie de gratidão por existir.

Há, também, a vontade que não houvesse distância - ou que a vontade a vencesse, sem aviões pelo meio. Que pudesse, num só dia, comprar farturas na Feira de Santa Iria e ir a Quioto ver as folhas vermelhas. Somos feitos de tanta coisa... e de uns bocadinhos de merda, para não perdermos a consciência da nossa origem animal.


Arrotos do Porco:

Nuno:

Já mandei um mail para um correio teu já estou farto, é o único que conheço.

:)

Um abraço.



Ohhh varetaaa...gosto tanto de te ler...

;-)

Espero ver-te no Natal!
;-)

Seria fixe! Um janta!
:-)

Beijos grandes - todos para ti!



O meistre falou. Amochai, ó corações indigentes.


Pela parte que me toca, o que me traz longe daqui é tão só o bloqueio informático. Não fosse por isso e cá estaria mandar toda a gente e mais alguma engolir e levar no cu e ir atrombar com o comboio de Chelas.
A vara não definha assim tanto como parece, apenas se mudou para as caixas do correio de alguns porcalhões e porcalhonas.
Quanto ao mais, sinto-me inspirado para dizer algo verdadeiramente original: boa malha, Vareta!



Exactamente!

A vara não definhou, está é agora ali ao lado.

E basta ver os nhams que estão em "combinação", para se ver o quão viva ela está.

(Gosto de dizer esta palavra, porra: "quão")

:)



E ao menos, lá onde estamos agora, não há clones...

Bom fim de semana, cambada...



fantástico vareta
toma un besito

ostia



ah por si tavas a tener saudades:
Tus amigos occidentales, recuerda todo es relativo, ellos son mas occidentales do que eu, continuan igual, os gajos en geral a tener dudas existenciales sobre la capacidad de tragar o no de las chicas. Ellas siguen de saltos, decotes de vértigo e baton, tan lindas como siempre. O Adas en un micro cosmos onirico donde solo sale para llevar a cabo los mas primitivos instintos.
O finO estudiando la psicologia del canibal de Mexico, pensando en si puso o no piri-piri en la ultima novia que se cocinó en una sartén.
O Z.. bueno o Z sigue tratando de fotografiar el misterio de la santisima trinidad en una sola instantánea.
O chOU hace continuos viajes sobre el triangulo de las bermudas.
O Bock utiliza una hoguera y señales de humo como los siux ,para conamunicarse.
E asi podria seguir hasta llenar esta caixa de comentarios y hacerme la pesada.
Yo estoy aqui, me gusta leer lo que escribes, tengo saudades de todo.
Hasta de Japón cuando te leo !!! y mira que es una tierra donde nunca pense en ir, donde nunca me atrajo especialmente ir.
Y donde volveria inmediatamente, aunque fuese solo para sacar de una maquina de la calle un yogurt de te verde y aloe vera,
pararme como una estupida a ver los cuervos sobrevolar el caos ,volver a cantar para unos unos novios en el yoyogui
O dormir al lado de las cenizas del perro en una casa imposible en Ogasa-cho.

ohayo gozaimasu



Estive a ler a sua posta, Senhor da Vareta Funda.

Gostei muito, não deixe de escrever lá porque a vara anda mal. Anda mal aqui, como já se apercebeu, estamos ali ao lado, nos mails.

Um grande abraço e, quem sabe, até ao Natal.

:)



E além disso, banalidades é comigo.
Se sou este bocejo aqui, imaginem ao vivo!

A minha especialidade é mandar clones ir levar no cu.
Sou bué engraçado!
Eh, eh, eh!



E nunca é demais repeti-lo:

Estive a ler a sua posta, Senhor da Vareta Funda.

Gostei muito, não deixe de escrever nem de ser quem é lá porque a vara anda mal.
Anda mal aqui, como já se apercebeu, mas nós estamos ali ao lado, nos mails...e nos saunas e balneários há quem esteja atrás de nós, felizmente, que ao menos a crise não chegue aí, eh, eh, eh!

Um grande abraço e, quem sabe, até um excitante roçar pélvico.

:)



Fujam, fujam que vamos ser todos clonados!


Este comentário foi removido pelo autor.


O clone ainda vai pôr a boca no trombone e bufar que...
er...hum...

...que o vareta deve dinheiro a 2 de nós e que o chOURAS...
er...hum...

e se o clone contar tudo o que sabe...


foda-se!!!


FUJAM!!!



Calados que nem ratos!

Eh, eh, eh, eh...

cof, cof , eh, eh, eh, eh...


Enquanto o clone vai levar no cu, estão todos caladinhos que nem ratos!

Não se preocupem, quando o vareta vier cá agora no Natal paga as suas dívidas todas..

AH, AH, AH, AH, AH, AH!!!



Ah, ah, ah, ah!!!!!

Oh quelone, tázinspirado, pá.



Este comentário foi removido pelo autor.


Esta mensagem foi removida pelo quelone.


Tasca de S. Roque, berço cultural.

Onde a modernidade e a tradição se cruzam, com naturalidade e espontaneidade.

E mai' nada.

Nem na ZDB.

http://www.youtube.com/watch?v=sAm5M35xxyA



Arremove-mos.




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