| quarta-feira, abril 23, 2008 |
ERBARME DICH, MEIN GOTT
MORTAL – “Olá. Boa tardinha.”
JESUS CRISTO – “’Tá-se bem.”
M. – “Senhor! Mil desculpas por não Te ter reconhecido! Tu és o meu Salvador, o Redentor de todos os pecados! Morreste por nós!”
JC.- “Foi só durante dois dias. Depois ressuscitei logo. Aliás, eu até já sabia…”
M – “Sim. De facto, pensando bem, não é grande coisa. Acho que isso do ‘morreu na cruz para nos salvar’ está um bocado sobrevalorizado. Dois diazitos, pois é… Deu para descansar, não é?; Páscoa e tal, talvez haja um certo exagero dramático. Mas perdoas todos os nossos pecados, não é?”.
JC – “Isso não é bem assim, pá. A única pessoa que te pode perdoar de facto é o ofendido. Faz algum sentido que uma terceira pessoa te venha perdoar? Tu enrrabas o teu semelhante quando está dormir bêbado numa valeta e a seguir vem um terceiro gajo e diz que te perdoa e o ofendido nem sequer assiste á conversa. Ele é no mínimo uma parte interessada ‘ tás a ver? Achas que estes perdões valem de alguma coisa? Não sei onde estava com a cabeça…”.
M- “Mmmm…Mas podias-me fazer aqui um milagre. É que ando com umas dores lombares e tenho aqui um nascido na virilha que me está a preocupar.”
JC –“Bom, depende. És judeu?
M – “Não. Sou português”.
JC- “Nada feito, desculpa”.
M – “Racista”.
JC – “Se fosses mulher era pior”.
M- “Eu tinha fé, Jesus…e agora já não sei, não sei…”
JC –“Ter fé, quer dizer acreditar em “acreditar”. Acreditar em alguma coisa, sem razão objectiva, prova ou evidência. Só porque nos disseram e nós escolhemos acreditar, ou nunca deixar de o fazer. Acreditar em factos infundados, irracionais, logicamente inconsistentes e improváveis chega a ser triste. Porque é que alguém pode ter orgulho nisso?”
M – “Não sei. Mas, fui educado assim quando era pequeno”.
JC – “As crianças também acreditam piamente no Pai Natal, nos gambuzinos, na Fada dos Dentes… . Doutrinar crianças é a melhor maneira de reproduzir a congregação.”
M – “E os Milagres? As ressurreições, os arrebatamentos, as pedras transformadas em pão…as santas que choram sangue, os cancerosos curados?...”
JC – “ Os primeiros aconteceram maioritariamente num ermo árido no Médio Oriente onde um povo semi-nómada viveu na Idade do Bronze. Depois disso, a frequência tem vindo a diminuir. Vão milhões de fiéis anualmente a Fátima e os milagres da mamã não são mais de meia-dúzia. É uma performance muito baixa! O melhor era mesmo acabar com as doenças e pronto. Já falei nisso ao meu Pai, mas o gajo gosta de ter a faca e o queijo na mão”.
M – “Ele é que sabe, não é. Afinal criou o Universo. Sempre me perguntei porque que é que há ‘coisas’ em vez de coisa nenhuma…”.
JC – “Quem é que criou o Papá?”
M – “O pai dele?....”
JC – “Foda-se…”
Ária "Erbarme dich mein Gott",da Paixão segundo Mateus J.S. Bach (1726)
MORTAL – “Olá. Boa tardinha.”
JESUS CRISTO – “’Tá-se bem.”
M. – “Senhor! Mil desculpas por não Te ter reconhecido! Tu és o meu Salvador, o Redentor de todos os pecados! Morreste por nós!”
JC.- “Foi só durante dois dias. Depois ressuscitei logo. Aliás, eu até já sabia…”
M – “Sim. De facto, pensando bem, não é grande coisa. Acho que isso do ‘morreu na cruz para nos salvar’ está um bocado sobrevalorizado. Dois diazitos, pois é… Deu para descansar, não é?; Páscoa e tal, talvez haja um certo exagero dramático. Mas perdoas todos os nossos pecados, não é?”.
JC – “Isso não é bem assim, pá. A única pessoa que te pode perdoar de facto é o ofendido. Faz algum sentido que uma terceira pessoa te venha perdoar? Tu enrrabas o teu semelhante quando está dormir bêbado numa valeta e a seguir vem um terceiro gajo e diz que te perdoa e o ofendido nem sequer assiste á conversa. Ele é no mínimo uma parte interessada ‘ tás a ver? Achas que estes perdões valem de alguma coisa? Não sei onde estava com a cabeça…”.
M- “Mmmm…Mas podias-me fazer aqui um milagre. É que ando com umas dores lombares e tenho aqui um nascido na virilha que me está a preocupar.”
JC –“Bom, depende. És judeu?
M – “Não. Sou português”.
JC- “Nada feito, desculpa”.
M – “Racista”.
JC – “Se fosses mulher era pior”.
M- “Eu tinha fé, Jesus…e agora já não sei, não sei…”
JC –“Ter fé, quer dizer acreditar em “acreditar”. Acreditar em alguma coisa, sem razão objectiva, prova ou evidência. Só porque nos disseram e nós escolhemos acreditar, ou nunca deixar de o fazer. Acreditar em factos infundados, irracionais, logicamente inconsistentes e improváveis chega a ser triste. Porque é que alguém pode ter orgulho nisso?”
M – “Não sei. Mas, fui educado assim quando era pequeno”.
JC – “As crianças também acreditam piamente no Pai Natal, nos gambuzinos, na Fada dos Dentes… . Doutrinar crianças é a melhor maneira de reproduzir a congregação.”
M – “E os Milagres? As ressurreições, os arrebatamentos, as pedras transformadas em pão…as santas que choram sangue, os cancerosos curados?...”
JC – “ Os primeiros aconteceram maioritariamente num ermo árido no Médio Oriente onde um povo semi-nómada viveu na Idade do Bronze. Depois disso, a frequência tem vindo a diminuir. Vão milhões de fiéis anualmente a Fátima e os milagres da mamã não são mais de meia-dúzia. É uma performance muito baixa! O melhor era mesmo acabar com as doenças e pronto. Já falei nisso ao meu Pai, mas o gajo gosta de ter a faca e o queijo na mão”.
M – “Ele é que sabe, não é. Afinal criou o Universo. Sempre me perguntei porque que é que há ‘coisas’ em vez de coisa nenhuma…”.
JC – “Quem é que criou o Papá?”
M – “O pai dele?....”
JC – “Foda-se…”
Ária "Erbarme dich mein Gott",da Paixão segundo Mateus J.S. Bach (1726)
Arrotos do Porco:
| Já agora, é enrabar e não "enrrabar". A menos que a aliteração do r seja um efeito de estilo, assim como que a enfatizar o atrito na mucosa. |
| # |  Assento da Sanita | : 9:32 da manhã |
| Hossana! Até que enfim que alguém responde! Pensava que já ninguém via isto... "Enrrabar" foi gralha mesmo. Quem é que tem paciência para rever verborreias destas? O contratenor é o Jonathan Peter Kenny e acho que mete o Andreas Scholl a um canto, por acaso. |
| Que estranho, isto soa-me a deja vu... Ou melhor, a deja ouvu. Sim, porque isto de tar a jantar com gajos não crentes e discutir a facilidade que um gajo tem de optar por ter fé e desculpar-nos tudo porque somos irresponsáveis... Já os ateus, dizia o AdaS, têm uma escolha muito mais difícil, uma vez que ninguém responde por eles e têm de ser eles a assumir a consequência dos seus actos. É o desconhecimento da doutrina cristã e dos ensinamentos do Livro Sagrado. És um blasfemo, AdaS, e qualquer dia serás um proscrito. Mainada. :p |
| sim vemos ostia! lo que pasa es que cuesta mazé un coj** cargar la pagina y escribir un comento pero no te vas a librar tan facilmente de nós os católicos claro! que sempre estamos espreitando o como se diga |
| # | Assento da Sanita | : 4:20 da tarde |
| Pois Chouras, já ouviste porque calhou agora andar a pensar nisso e ler coisas a propósito, ora. Qual é o problema? Quanto ao resto, proscreve-me! Proscreve-me! E ao contrário de muito Cristão cheio de Fé que por aí grassa, eu costumo ler desde pequeno, com muito interesse aliás - a bíbliae outros livros de doutrina Cristã. Conclui que esse texto arcaico é, não uma fonte de moralidade mas sim um repositório de barbaridade, racismo, sexismo, brutalidade sanguinária, culpa injustificada, repressão sexual, inspiradora de intolerãncia, tortura, guerras e genocídios. |
| # | Assento da Sanita | : 4:24 da tarde |
| Mas depois há tantos católicos que são boas pessoas, que acho que temos de nos aturar uns aos outros, basicamente. |
