| segunda-feira, fevereiro 18, 2008 |
Ex.mo Senhor
Américo Lopes Precatado,
Avô,
“Merquito”,
Parabéns!, mariola! Lá chegaste aos 100 anos! Não importa que sejam 96 de vida e 4 de memórias – são 100 anos, avô. Tu gostavas de números redondos, de datas especiais – e de pessoas e de existir... e de um copo de vinho.
Américo Lopes Precatado,
Avô,
“Merquito”,
Parabéns!, mariola! Lá chegaste aos 100 anos! Não importa que sejam 96 de vida e 4 de memórias – são 100 anos, avô. Tu gostavas de números redondos, de datas especiais – e de pessoas e de existir... e de um copo de vinho.
Eu, por cá, e eles, por lá, estamos todos bem. Ninguém mudou drasticamente, nem sequer os teus bisnetos que continuam a crescer e a ser – só isso; já lhes chega bem. Eu também. Quer dizer: não cresço, mas sou. Sou aquilo que tu vias. Nunca te enganei – nem a ti nem a ninguém. Sou isto; assim. Uma parte disto é tua – pequena, certamente, mas tua, seja por força de sangue ou de decalque.
Tenho saudades de te ouvir rir; tenho saudades daquela linguagem absolutamente normal apesar de eu saltar de cinco em cinco minutos entre o “tu” e o “você”; tenho saudades daquela espécie de crença incondicional: se eu dizia que estava bem, se os outros achavam que eu estava bem, então eu estava bem – apesar de nunca teres entendido os detalhes do que eu andava a fazer.
Hoje o dia aqui está bonito, avô; soalheiro e primaveril, um dia como tu gostavas. Não está “moderno”, este – como chamavas aos dias cinzentos. Tenho a memória dos teus pés a aquecer ao sol; tenho a memória de te beijar a testa e só as palavras mudam, hoje: Parabéns!, “Merquito”! 100 anos! Valente!...
Arrotos do Porco:
| Vareta, não sei porquê, mas imagino que devas ser o retrato fiel do teu bisavô Precatado quando jovem: assistindo às andanças e mudanças do século com aquele ar beatífico e displicente de quem vai ali ao Japão e já volta.(Lá para as vindimas...) Não sei se chegarás aos 100 (espero que sim). Por mim, sei que não chegarei, pelo menos a julgar pelo mail que recebi há dias, a falar de cancro , dioxinas e plásticos no microondas. Creio até que, a fazer fé no que diz o homem (um médico japonês e portanto, credível)já devo ter morrido. |
| Vareta, Emocionei-me a ler este post... Está simplesmente lindo! Tambem sinto muito a falta da minha avo paterna! Desta avó especialmente pq estava sempre disposta a conversar; a brincar; a fazer "driaburas" aos outros.... Estava sempre bem disposta e alem do mais sempre com vontade para se divertir e divertir os outros... Nunca estive em Africa, mas as pessoas com quem calho a falar perguntam-me sempre "Estiveste lá quantos anos?! Zero! Tudo o que sei e converso acerca do tema foram historias que a minha avó me passava... Todas veridicas... Parabens ao teu avô pelos 100 anos!! Beijo grande para ti!! Quicas |
