terça-feira, agosto 07, 2007 |
A letargia
Vareta sentou-se à secretária. Apetecia-lhe cofiar o cabelo mas lembrou-se que o tinha besuntado com uma espécie de cera ou fibra ou o raio que o partisse. Então não o cofiou e começou antes a roçar as unhas dos polegares uma na outra. “As tuas mãos nunca param de todo, pois não?”, perguntaram-lhe uma vez. “Pareces um ceguinho a tentar perceber o mundo pelo tacto.” Estranha mania, a de as pessoas lhe dizerem coisas estranhas. “Tu falas como o meu pai mija: pequenos esguichos que lá conseguem vencer a oposição de uma grande próstata.” “As tuas mãos são macias de mais.” “Pareces quase sempre sereno e feliz... como um drogado.” “Se não fosses quase bonito, eras um feio com mais piada.”
Vareta sentou-se à secretária. Apetecia-lhe cofiar o cabelo mas lembrou-se que o tinha besuntado com uma espécie de cera ou fibra ou o raio que o partisse. Então não o cofiou e começou antes a roçar as unhas dos polegares uma na outra. “As tuas mãos nunca param de todo, pois não?”, perguntaram-lhe uma vez. “Pareces um ceguinho a tentar perceber o mundo pelo tacto.” Estranha mania, a de as pessoas lhe dizerem coisas estranhas. “Tu falas como o meu pai mija: pequenos esguichos que lá conseguem vencer a oposição de uma grande próstata.” “As tuas mãos são macias de mais.” “Pareces quase sempre sereno e feliz... como um drogado.” “Se não fosses quase bonito, eras um feio com mais piada.”
Sentado à secretária, as frases iam-lhe passando à frente, na distância, como faixas promocionais dos Móveis “A Feira” puxadas por uma avioneta roufenha sobre o bulício da Nazaré. Ou da Praia da Vieira, era igual. Por causa das frases tomou consciência das suas próprias mãos e tentou deixá-las quietas, absolutamente quietas – apenas para ver que realmente os seus dedos pareciam ter vida própria. E uma vida boa, tranquila: nenhum movimento era espasmódico ou repentino, não; tudo nos seus dedos fluía como nunca nada fluiria assim nas suas cordas vocais.
Se perguntado, Vareta juraria a pés juntos que parte do seu cérebro (ou a totalidade) estava nos seus dedos. Tantas e tantas vezes que se convencera que eram “eles” que pensavam, bem melhor e mais depressa que a cabeça de forma bizarra e pouco cabelo. Gostava de mãos – até das suas, “macias”, pequenas, anafadas, dedos curtos e unhas a que anos e anos de autofagia tiravam brilho. Como de costume, não sabia falar sobre o assunto. Quando tentava, as coisas corriam mal: “Já viste este dedo? Este dedo escreve, dá-te prazer, traça o contorno da tua cara, dos teus lábios, coça-me onde é preciso, ensaboa-me de manhã, penteia-me, limpa-me o cu...” Vareta aprendera a custo que as pessoas não estão à vontade com os seus próprios dedos nem com o resto dos seus corpos...
Vareta sentou-se à secretária. Apetecia-lhe... nada. Bastava-lhe mexer os dedos – na impossibilidade de cofiar o cabelo – para se sentir instalado na sua forma, para saber que estava a ser aquilo que julgava que os outros queriam ver.
Arrotos do Porco:
Entrou lá um comentário, apanhei a putation distraída e enfiei-lhe... ...o comentário! Mas o segundo já não entrou, a gaja fechou........ ...o comentómetro!!! :) |
Mas tu és uma menina, Luí, por isso não admira que a putation não te deixe... etc e tal! Ca...raças! Bom dia, Luí, bom dia vara! |
A luxúria digital ora expressa deixa entrever outras, com certas partes do corpo mais propensas aos estímulos mentais e ás lucubrações autofágicas, requerida uma certa flexibilidade na coluna lombar. |
Bom dia vara, bom fim de semana. Não consigo, de modo nenhum, comentar ali ao lado. Um abraço para os fanchonos, um beijinho às bacorinhas. (Eu, de óculos escuros, todo bonito) |
tampoco consigo , ostia pero seguremos intentando. "Poder iberico " Força !! denisssssss ta chover? aqui esta tentando mas sem sucesso |
Aqui a chuva caíu há dias. Torrencialmente! Mas hoje faz sol, está calor e humidade, um pouco difícil de suportar. Pios é, Luí, só nos resta ir tentando comentar ali no barrascal, até que o chouras muda aquilo. (Acho que o Haloscan era bom, pelo menos até a putation funcionar bem) Olá Luí, pelos vistos só nós é que trabalhamos, toma lá um beijinho. (Eu, de óculos escuros, todo bonito) |
ah denis o zeka tamben trabalha pero ele é un caso a parte porque por lo visto até gosta acho que tem um bocadito de sindrome de estocolmo coitadito |
O Zeca não é um caso à parte! O Zeca, tadinho, é um caso perdido! Precisa dos nossos mimos! (Eu, de óculos escuros, todo bonito) |
tira esses óculos para falares comigo, gajo, que não sei con que olhos me estas olhando, o seja que não sei por onde vão as balas vá tira-los ,ostia |
Pronto, já que pedes muito, eu tiro os óculos. Ficas a ver para onde vão as balas :) hehe (Eu, sem óculos escuros mas todo bonito à mesma) |
Rayban, clássico, verdes??? Bleurghhh... (Não acredito) Os meus são Bulagari, de tonalidade castanha. Eu cá sou assim, sabes?! (Ó pamim todo lindo de óculos escuros) |