segunda-feira, abril 02, 2007 |
Ao Lourenço, porque só vi hoje
Se houvesse conforto em palavras, haveria duas outras coisas: a total ausência de desconforto (o que esvaziaria o conceito) e pesados prejuízos na indústria farmacêutica. As palavras trazem muita coisa – até as verdadeiras. Trazem alegria, inspiração, êxtase ou dor ou o que mais for. Mas conforto… Consciente que tentar confortar alguém por escrito é espúrio, não o vou fazer.
“Encorajar” é pior ainda. Nunca gostei da palavra nem do princípio: quem bebe “coragem” nos outros toma uma qualquer tizana por chá verdadeiro.
Assim sendo, só te posso falar do que conheço: o medo. O que mais se diz dele é que não se devia tê-lo. Asneirame pesado, este. Tudo o que temos, temos – o medo como a fome. É nosso e existe e geralmente supera-se – é natureza do medo ser condição “ante” – e feliz de quem os superar todos pois diz que ascende “montado” numa flor de lótus. E que vê tigres a voar. E tudo isto sem drogas.
O medo da perda é justificadíssimo. Claro que é egoísta como todos os medos: o que tememos são coisas que nos podem deixar abaixo do limiar de bem estar que (felizmente) tomamos por condição natural. Com o medo da perda antecipamos a tristeza que vamos de certeza sentir. Creio que já todos – ou quase – sonharam com a perda de alguém. A angústia no acordar não é à toa – está lá, prontinha a sair quando for altura. O que se experimenta é uma espécie de trailer de um filme que não queremos ver – e que eu acredito, com desmedida força, que tu não vais ver tão cedo. Ao lado deste medo e do direito pleno de o sentires, deves reservar-te também o direito de, por momentos, não o ter. Não é desrespeito nenhum. Tudo o que fizeres e sentires estará bem – nenhuma árvore se amofina pela forma como lhe crescem os ramos.
A impotência custa – suponho que seja o preço a pagar por sermos tão capazes. Não curamos nem operamos milagres para além do milagre que somos e isso já é tanto… Em momentos assim, toda a gente é reconduzida à expressão mais natural, mais “animal” – ou divina? – e o mais importante é “estar lá com”. E tu estás. Escuda-te nisso, que é quase tudo. Pudesse eu também estar aí no “segundo círculo”, o que te rodeia…
Se houvesse conforto em palavras, haveria duas outras coisas: a total ausência de desconforto (o que esvaziaria o conceito) e pesados prejuízos na indústria farmacêutica. As palavras trazem muita coisa – até as verdadeiras. Trazem alegria, inspiração, êxtase ou dor ou o que mais for. Mas conforto… Consciente que tentar confortar alguém por escrito é espúrio, não o vou fazer.
“Encorajar” é pior ainda. Nunca gostei da palavra nem do princípio: quem bebe “coragem” nos outros toma uma qualquer tizana por chá verdadeiro.
Assim sendo, só te posso falar do que conheço: o medo. O que mais se diz dele é que não se devia tê-lo. Asneirame pesado, este. Tudo o que temos, temos – o medo como a fome. É nosso e existe e geralmente supera-se – é natureza do medo ser condição “ante” – e feliz de quem os superar todos pois diz que ascende “montado” numa flor de lótus. E que vê tigres a voar. E tudo isto sem drogas.
O medo da perda é justificadíssimo. Claro que é egoísta como todos os medos: o que tememos são coisas que nos podem deixar abaixo do limiar de bem estar que (felizmente) tomamos por condição natural. Com o medo da perda antecipamos a tristeza que vamos de certeza sentir. Creio que já todos – ou quase – sonharam com a perda de alguém. A angústia no acordar não é à toa – está lá, prontinha a sair quando for altura. O que se experimenta é uma espécie de trailer de um filme que não queremos ver – e que eu acredito, com desmedida força, que tu não vais ver tão cedo. Ao lado deste medo e do direito pleno de o sentires, deves reservar-te também o direito de, por momentos, não o ter. Não é desrespeito nenhum. Tudo o que fizeres e sentires estará bem – nenhuma árvore se amofina pela forma como lhe crescem os ramos.
A impotência custa – suponho que seja o preço a pagar por sermos tão capazes. Não curamos nem operamos milagres para além do milagre que somos e isso já é tanto… Em momentos assim, toda a gente é reconduzida à expressão mais natural, mais “animal” – ou divina? – e o mais importante é “estar lá com”. E tu estás. Escuda-te nisso, que é quase tudo. Pudesse eu também estar aí no “segundo círculo”, o que te rodeia…
Arrotos do Porco:
Vareta, não deves receber as minhas mensagens com certeza. O teu telemóvel há-de ter outro número que não divulgaste a esta tua velha amiga. Beijo-te e desejo-te parabéns atrasados mas sinceros. Ando até meio moribunda com saudades tuas e do resto dos miúdos giros daqui. O g2 também não me responde às mensagens deve andar pelo estrangeiro outra vez. Parabéns igualmente atrasados ao Mr. Green. Beijinhos para vocês todos. Ao Lourenço já lhe tinha mandado um mail. As palavras são curtas... |