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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


quarta-feira, fevereiro 14, 2007



Hoje deu em chover, em Tóquio.

Há largos dias que ela não caía, a chuva, e hoje apareceu como uma espécie de Cobrador do Fraque: “o meu amigo não se esqueceu que estamos no Inverno, pois não?”. A bem da verdade, estava esquecido. Esquecido de muita coisa e iludido com a sucessão de azuis espantosos que o céu de Tóquio tem mostrado nestes dias. Dias de frio, de sol e de um ar perfeitamente seco – um ar quase consciente, se é que me entendem. E eu preciso lá que me entendam... Um ar de que eu gosto, pronto. E hoje, logo hoje, deu em chover.

Se ele há coisa que me encalista é a chuva. Passo bem sem ela – tenho natureza de sequeiro. Mas gosto das nuvens porque se chovem todas. Sem reservas; quanto têm, quanto dão. E eu, contidinho e reservado, sempre gostei de ver espíritos desbragados, gente que não cabe em si mesma, que sente e reage. Eu, à minha maneira, sou quase nuvem – como sou quase-muita-coisa, a começar por parvo. De mim, só guardo uma reserva de mim para companhia. Tudo o resto está ao dispor; tudo o resto é para dar, para se chover. Só me falta ser mais esperto e perceber o que os outros querem – fugindo, assim, ao faduncho miudinho e desinteressante de ser um aguaceiro tolo quebrando uma sucessão de dias bonitos.

Por mais almudes em que me chova, por mais letras em que me destile, eu não acabo. Nem me conheço. Nem o quero, tão pouco. Tenho um nome como uma arca. Tenho um nome como uma casa. E respiro.

Nas vezes em que caminho, pensando em quem mais quero pensar, pergunto-me se há um limite para o número de pessoas que podemos comportar. Devíamos ter um alarme, como os elevadores: “ó gordo de merda, espera aí fora que os cabos já rangem”... A Amália cantava “não queiras gostar de mim”, provavelmente enquanto meneava o baixo ventre em frente à cara gulosa do seu guitarrista, e teria as suas razões para cantar o que cantava. Que o confortável é gostar de alguém; ter quem goste de nós é uma responsabilidade. Bem melindrosa e agastadiça.

Se ele há caiporismo que me destronca a paciência é a chuvinha canalha. Mas eu tenho um nome como uma cuba inox, com garantia anti-corrosão e os nomes de muitos, lá dentro.

Arrotos do Porco:

Foda-se, caralho, que tu escreves mesmo bem...


Fico sem palavras quando leio as tuas. Tenho saudades tuas. Gosto tanto do que escreves como do Sol.




O primeiro que me chamar abichanada, apanha!



Abichanada.


(bate-me, pisa-me, cospe-me em cima, despreza-me e despersonaliza-me minha Vénus das Peles...)



ostia, es cierto que escrebes mesmo bem ate para mim que teoricamente me custaria mas de conmoverme porque não é mi idioma e não é mi manera de pensar

pero me tocas la fibra*
vaya que si...




*es una frase hecha que no tiene connotaciones sexuales , es como despertar ternura o sensibilidad



AdaS, anda cá! Agora vais apanhar! Meu Talkabout clandestino!




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