quarta-feira, fevereiro 28, 2007 |
DE COMO ALESSANDRO PASCOALE ENCONTROU A FELICIDADE PERDIDA CONTEMPLANDO O CANALE DA PONTE DE RIALTO
E temo, e spero, ed ardo, e son un ghiaccio:
E volo sopra 'l cielo, e giaccio in terra;
E nulla stringo, e tutto 'l mondo abbraccio."
Francesco Petrarca, Canzionere.
Alessandro Pascoale sofria de polução diurna e por isso ejaculava amiúde nos fermentícios truces de brocado. Ainda jovem, fazia concursos com os amigos em tertúlias masturbatórias muito frequentadas, apertando repentinamente os alforges da genitália e esguichando – qual bisnaga - o mais longe possível. Mal de quem lograva atingir a menor distância, pois via-se na incumbência de abocanhar à vez todos os restantes e no fim ainda ser impedido de defecar durante duas semanas por uma rolha afeitada à faca num grosso talo de couve portuguesa. Um flato quente e silencioso subiu-lhe pelas costas atingindo o pescoço e agitando os delicados cabelinhos da nuca. Cruzou-se com uma velha que fedia, a uma distância considerável, a bacalhau esquecido de molho num alguidar. – “ah, puta! Que me fodeste a vida!” disse ele à velha- que era tão só a senhora sua mãe – e sovou-a com uma grossa tranca com cavilhas ferrugentas, num edipiano arrufo de violência filial. O corpo inerte da idosa tombou da Ponte de Rialto e caiu ruidosamente em cima de uma gôndola que passava, partindo a coluna, a bacia e o crânio e onde já sem vida foi estuprada em todos os orifícios naturais pelos buçais gondoleiros, que findo o hediondo acto a atiraram ao canal. Alessandro, rindo tresloucado, descomprimia manualmente ejaculando da ponte abaixo ante tão excitante espectáculo. O orgasmo foi de tal calibre que as circunvoluções do cérebro ficaram lisas para nunca mais voltar a recuperar. Com a cabeça sempre inchada como uma abóbora, Alessandro passou a ser conhecido nas ruas da Sereníssima como “Alex Cabeça Grande”.
FIM