segunda-feira, janeiro 15, 2007 |
UM AMOR DREAD
No banco do Jardim de Sta. Catarina, Hilda tinha o pescoço da mesma largura da cabeça, uma enorme papada e fundas olheiras arroxeadas. Era peluda nos braços e nas mãos, com patilhas de cabelo borbulhentas que desciam pela cara abaixo e de hirsutos e odoríferos pelos axilares. A cor da t-shirt estava já desbotada em virtude de uma persistente mancha de suor em redor da axila. Ela mascava a pastilha elástica de boca aberta e assim era possível experimentar o fétido hálito a podre e vislumbar dentes cariados e colhados de tártaro, assim como gengivas inflamadas e piorreicas. – “Ah, ah ah ah ah ah ah, ah ah!....!!!” – riu-se ela com estertor tabacoso, um fervilhar de expectoração, enquanto batia com gosto nas espáduas da amiga. Bebeu mais um golo de cerveja da garrafa de litro que segurava e deu uma passa no SG –Ventil que consumiu o cigarro quase todo. Apertou o braço com força em volta da amiga e beijou-a na boca sugando-lhe a língua e lambendo-lhe os dentes. Os seus pés sujos, gretados e encardidos e as unhas encaracoladas que albergavam musgo e comunidades de algas cianofíceas excitavam-na mais que o bom naco de esmegma coalhada em contramolde com os grandes lábios. Um fio de baba unia as duas bocas enquanto ela sorria embevecida para a amiga e se peidava copiosamente.- “É cá um cheiro a couve cozida...” – pensou a amiga enquanto desabotoava a braguilha das calças manchadas e rasgadas para permitir que Hilda a apalpasse. Pôs uma mão nas mamas de Maria da Luz soltando um bafo azedo de suor.As cuecas estaladiças descolaram-se dos pelos argamassados no penso higiénico com um som crepitante e áspero– “crrrrr….”. Maria da Luz - a amiga – soçobrava num frémito de excitação contorcendo-se e abrindo as pernas – “aaaaaahhhhhhh ….oooohhhhh…mmmmmbrrrlllll…” – disse ela arfando. O tinhoso cão, que se chamava Peter Tosh, coçava as carraças indiferente ao facto de Hilda zurzir a bernarda de Maria da Luz com o cabo de uma maça de malabarista enquanto lhe chupava o piercing nasal. As longas tranças dreadlock de Maria da Luz agitavam-se soltando colónias de ácaros, colêmbolos, tisanópteros, cerambicídeos e lêndeas que os passaritos pipilantes comiam avidamente. O sol filtrava-se por entre os jacarandás. Soltou um urro orgástico, gutural e subhumano que ecoou por todo Bairro. Zeca Marley, com o susto até deixou cair a sopa da mão, mas não se importou pois tinha comprado um sabonete no dia anterior que estava bem escondido no djambé. –“Com esta forma amor, não gastamos preservativos nem temos de fazer abortes, que aliás são bué ilegais e caros, táshaver Maria?
- ´Tá-se bem, Hilda.
- Tá-se.
- Fica-se.
FIM
No banco do Jardim de Sta. Catarina, Hilda tinha o pescoço da mesma largura da cabeça, uma enorme papada e fundas olheiras arroxeadas. Era peluda nos braços e nas mãos, com patilhas de cabelo borbulhentas que desciam pela cara abaixo e de hirsutos e odoríferos pelos axilares. A cor da t-shirt estava já desbotada em virtude de uma persistente mancha de suor em redor da axila. Ela mascava a pastilha elástica de boca aberta e assim era possível experimentar o fétido hálito a podre e vislumbar dentes cariados e colhados de tártaro, assim como gengivas inflamadas e piorreicas. – “Ah, ah ah ah ah ah ah, ah ah!....!!!” – riu-se ela com estertor tabacoso, um fervilhar de expectoração, enquanto batia com gosto nas espáduas da amiga. Bebeu mais um golo de cerveja da garrafa de litro que segurava e deu uma passa no SG –Ventil que consumiu o cigarro quase todo. Apertou o braço com força em volta da amiga e beijou-a na boca sugando-lhe a língua e lambendo-lhe os dentes. Os seus pés sujos, gretados e encardidos e as unhas encaracoladas que albergavam musgo e comunidades de algas cianofíceas excitavam-na mais que o bom naco de esmegma coalhada em contramolde com os grandes lábios. Um fio de baba unia as duas bocas enquanto ela sorria embevecida para a amiga e se peidava copiosamente.- “É cá um cheiro a couve cozida...” – pensou a amiga enquanto desabotoava a braguilha das calças manchadas e rasgadas para permitir que Hilda a apalpasse. Pôs uma mão nas mamas de Maria da Luz soltando um bafo azedo de suor.As cuecas estaladiças descolaram-se dos pelos argamassados no penso higiénico com um som crepitante e áspero– “crrrrr….”. Maria da Luz - a amiga – soçobrava num frémito de excitação contorcendo-se e abrindo as pernas – “aaaaaahhhhhhh ….oooohhhhh…mmmmmbrrrlllll…” – disse ela arfando. O tinhoso cão, que se chamava Peter Tosh, coçava as carraças indiferente ao facto de Hilda zurzir a bernarda de Maria da Luz com o cabo de uma maça de malabarista enquanto lhe chupava o piercing nasal. As longas tranças dreadlock de Maria da Luz agitavam-se soltando colónias de ácaros, colêmbolos, tisanópteros, cerambicídeos e lêndeas que os passaritos pipilantes comiam avidamente. O sol filtrava-se por entre os jacarandás. Soltou um urro orgástico, gutural e subhumano que ecoou por todo Bairro. Zeca Marley, com o susto até deixou cair a sopa da mão, mas não se importou pois tinha comprado um sabonete no dia anterior que estava bem escondido no djambé. –“Com esta forma amor, não gastamos preservativos nem temos de fazer abortes, que aliás são bué ilegais e caros, táshaver Maria?
- ´Tá-se bem, Hilda.
- Tá-se.
- Fica-se.
FIM
Arrotos do Porco: