sexta-feira, janeiro 05, 2007 |
AI DO REINO DE PORTUGAL
“ (…)
Sempre os pobres execrarão os ricos e capitães, que sempre os explorarão, tosquiando-os e comendo a sua carne como a ovelhas dum rebanho, mas sic transit gloria mundi (…) A História é rica em exemplos de revolução e o pobre dormirá na cama do rei com a sua mulher e as suas filhas, comerá na sua mesa e caçará nos seus bosques. Os seus toiros lidará no terreiro do quilombo e aí os esquartejará; dos pergaminhos e costados desdenharão os saltimbancos e rirá o povo, os mulatos e os escravos. Carlota, João e Pedro puxarão a roda do engenho ao lado de burros e padres (…) depois estuprados por pretos que beberão aleivosos o sémen e o sangue das regras que correrá das partes das suas filhas e que as esquecerão muitos meses pois serão cevadas por eles”.
(Panfleto anónimo, Rio de Janeiro, 1820)
Mui Excelente Senhoria,
O Intendente do Reino em São Salvador da Bahia de Todos Os Santos
“Do Padre jacobino que se diz ser autor do infame panfleto que ora incendeia mesmo a corte no Rio de Janeiro, não se arrancou nada excepto os dentes e as unhas sob o ferro da Justiça Pública e as das ordenanças costumeiras do dominicano inquisidor. Por isso recomendo que seja mandado para Lisboa, o mais brevemente possível e às expensas da Coroa mas seja impedido de pregar em favor dos parlamentares, dos franceses, dos ingleses e dos liberais. Sobre tudo o mais que se queira pronunciar e honrar lealmente o Rei e deve ter liberdade em Lisboa, pois caso contrário os demais o farão certamente um mártir da colónia e não está El Rei nos tempos que correm, em boas graças para enfrentar os seus muitos opositores por mais tempo (…) & Etc.”
(Do Ofício de Polícia, pelo capitão-tenente Adérito Estêvão de Jesus, Salvador, 1821)
Atentai, Senhoras:
“A tripa-fôrra dos ingleses, a fome dos vossos filhos e os favores baratos das espanholas piolhosas que se acercam de vossos maridos em todas as esquinas, são os magros ganhos que deixam Junot e o alarve e os apaniguados do Príncipe Miguel aos lisboetas. E o Rei fugitivo no Brasil acobarda-se e lá enche a pança! Dos vossos conos porcos devíeis lavar o sediço sémen de ingleses aí depositado enquanto vossos filhos e maridos apodreciam nas linhas de Torres! Deste púlpito esguicho o esporro, qual clara do ovo, para os vossos olhos, ó putas rafadas, amantes de cães rafeiros e cafres dos Poiais de S. Bento! Vossos jantares empurrava tripa cagueira acima até às vossas goelas de porcas rameiras, esposas indignas de pederastas absolutistas, vis porcos sodomitas!...”
(do sermão proferido por Duarte Elísio, filho do poeta Filinto, padre no Brasil entre 1815 e 1821, diácono da Sé de Lisboa em 1823, o ano em que foi encarcerado em Tróia e sodomizado diariamente dentro de uma barrica de sardinhas, por um bando de trinta ciganos sebosos).
“ (…)
Sempre os pobres execrarão os ricos e capitães, que sempre os explorarão, tosquiando-os e comendo a sua carne como a ovelhas dum rebanho, mas sic transit gloria mundi (…) A História é rica em exemplos de revolução e o pobre dormirá na cama do rei com a sua mulher e as suas filhas, comerá na sua mesa e caçará nos seus bosques. Os seus toiros lidará no terreiro do quilombo e aí os esquartejará; dos pergaminhos e costados desdenharão os saltimbancos e rirá o povo, os mulatos e os escravos. Carlota, João e Pedro puxarão a roda do engenho ao lado de burros e padres (…) depois estuprados por pretos que beberão aleivosos o sémen e o sangue das regras que correrá das partes das suas filhas e que as esquecerão muitos meses pois serão cevadas por eles”.
(Panfleto anónimo, Rio de Janeiro, 1820)
Mui Excelente Senhoria,
O Intendente do Reino em São Salvador da Bahia de Todos Os Santos
“Do Padre jacobino que se diz ser autor do infame panfleto que ora incendeia mesmo a corte no Rio de Janeiro, não se arrancou nada excepto os dentes e as unhas sob o ferro da Justiça Pública e as das ordenanças costumeiras do dominicano inquisidor. Por isso recomendo que seja mandado para Lisboa, o mais brevemente possível e às expensas da Coroa mas seja impedido de pregar em favor dos parlamentares, dos franceses, dos ingleses e dos liberais. Sobre tudo o mais que se queira pronunciar e honrar lealmente o Rei e deve ter liberdade em Lisboa, pois caso contrário os demais o farão certamente um mártir da colónia e não está El Rei nos tempos que correm, em boas graças para enfrentar os seus muitos opositores por mais tempo (…) & Etc.”
(Do Ofício de Polícia, pelo capitão-tenente Adérito Estêvão de Jesus, Salvador, 1821)
Atentai, Senhoras:
“A tripa-fôrra dos ingleses, a fome dos vossos filhos e os favores baratos das espanholas piolhosas que se acercam de vossos maridos em todas as esquinas, são os magros ganhos que deixam Junot e o alarve e os apaniguados do Príncipe Miguel aos lisboetas. E o Rei fugitivo no Brasil acobarda-se e lá enche a pança! Dos vossos conos porcos devíeis lavar o sediço sémen de ingleses aí depositado enquanto vossos filhos e maridos apodreciam nas linhas de Torres! Deste púlpito esguicho o esporro, qual clara do ovo, para os vossos olhos, ó putas rafadas, amantes de cães rafeiros e cafres dos Poiais de S. Bento! Vossos jantares empurrava tripa cagueira acima até às vossas goelas de porcas rameiras, esposas indignas de pederastas absolutistas, vis porcos sodomitas!...”
(do sermão proferido por Duarte Elísio, filho do poeta Filinto, padre no Brasil entre 1815 e 1821, diácono da Sé de Lisboa em 1823, o ano em que foi encarcerado em Tróia e sodomizado diariamente dentro de uma barrica de sardinhas, por um bando de trinta ciganos sebosos).
Arrotos do Porco:
Não há encómios que lhe possam bastar. Não há talento que se lhe compare. O Saramago coberto d'oiro não vale um mindinho do nosso Assento!, o grande criador da corrente humanista-fisiologista, da fusão entre Teillard de Chardin e Mestre Vilhena, entre Adriano Moreira e o Borda d'Água, entre Agustina Bessa-Luís e Carolina Salgado. O Assento nunca é escatológico; é escatolírico! Salve! |