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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


terça-feira, dezembro 05, 2006

TRISTEZA DE UN DOBLE “A”



Em escuros cafés do Barrio, andava ainda La Cumparsita nos assobios de tristes compadritos de boina ao lado, navalha pronta e polindo esquinas, bebia Júlio Samaniego a sua muita mágoa de amor. Consuelo, a malvada portenha de cabelos pretos, olhos grandes e rosa no cabelo, que lhe dissera “és o meu homem, o meu desvelo, tiras-me a dor do coração” e se lhe entregara ao quebranto tíbio do amor, muitas vezes, naquele quarto discreto da Calle General Rosas. Muitas vezes a levara a dançar as milongas de noites em claro ali perto, no Café Palermo. A desgraça veio depressa, pois acercou-se daquele coração volúvel o charme banal do uruguaio a cheirar a lavanda e seus olhares sorrateiros lançados da mesa do fundo, por entre fumo, sussurrando ao tocador do bandoneon, penteando-se ao espelho no canto, sorrindo e puxando fumaças. Júlio não sabia, mas um dia fora a irmã doente que precisava dela, outra vez uma vaga indisposição e um telefonema breve de desculpas. Mas o pente de tartaruga do uruguaio caído no tapete não lhe deixou dúvidas. Sangue foi o que viu na esquina da Pujol com a Cucha Cucha e o uruguaio a dobrar-se tentando segurar as tripas. Não limpou a faca e correu pelo empedrado enquanto Consuelo, a dobrar a esquina, caia de joelhos num baque surdo cobrindo as lágrimas com o xaile. Ainda lhe apontou a faca à cara e por momentos achou que a devia só marcar. Lembrou-se do cheiro dela e dos lençóis, do olhar e do toque acanhado da maçaneta e ela que vinha no robe de seda e enrolava longamente os seus braços no seu pescoço e lhe mordia os lábios e o bigode. Ao longe, de uma janela ouvia-se o Gardel cantando o “Absurdo”.

“Así, por el recuerdo, lloro
tu casa... mi casa...
Tu amor, que está marchito en un estuche de oro,
tu amor, que al fin - de darse - se quedó sin brasas...”

“Perdoa-me. Eu ainda te amo.” - balbuciou ela.
“Perdoo-te” – disse ele com os dentes ensanguentados e mordendo a língua enquanto ela caia prostrada na calçada com a faca enterrada com força no coração. Ainda teve tempo de, por um momento, olhar para cima, incrédula, com os seus olhos brilhantes de amor.

FIM

Arrotos do Porco:

clap, clap, clap.


oh-oh-oh. semi-óptico de pacotilha!!!


es que mira que me gustan a mi los tangos ostia!!
ay ay

me sale la veia melodrámatica e trágica

es muito bonito y elegante este texto



És traidor e cobarde, pois usas o proprio nick do Chouriço para escarneceres dele. Mesmo que tenhas graça, deita-la a perder, usa mas é o o teu nick legítimo e vai para o caralho, clone.


es verdad, coño, no puedes ponerte outro nome?
ké poco original

assento olá ,
da un besito de mi parte a mi sobrinho preferido


e outro para ti, no tengas celos



Este nick é completamente legítimo.
Como tudo em mim, aliás.
Tão legítimo como a minha vontade de ser feliz e de levar no cu, passe a redundância.
Ai do que eu me fui lembrar! Levar no cu!
Nesta época de Natal, sinto-me tão preenchido no espírito que ainda mais preciso de prencher estes meus orificiozinhos carentes de carinho, ou será de caralhinho?
Vêem como estou espirituoso?




água fria
da ribeira
água fria que o Sol aqueceu...

Tra-la-lá...
Tra-la-lá...





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