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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


segunda-feira, junho 05, 2006

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É um vício, admito. Estava quase com eczemas, tal era a vontade de escrever qualquer coisinha. Mas quê?, o meu Mac está amofinado e não dá de si nem por mais uma; o trabalho tem apertado; a disponibilidade de espírito tem sido pouca... Seja como fôr, e como diria o Variações (preferencialmente na voz da Lena d'Água), se estou a escrever, agora, "a culpa é da vontde".

Lá escrever, escrevo. Mas para dizer o quê? Vam'lá ver se arranjo alguma coisinha:

1. Tóquio é do caraças. Em que outra cidade poderia eu encontrar uma cópia impecável, em vinil, claro, do "A Factory Quartet"? Vocês já deviam saber que a minha relação com os discos é um bocado lúbrica e encontrá-lo ali, aquele objecto que mudou a forma de fazer, apresentar e vender discos, que marcou a música dos "meus" anos 80, a sorrir para mim e a dizer "leva-me para casa, anda!" foi um momento orgásmico! É MEEEEEUUUU!!!




2. É meu, sim, mas ainda não tenho onde o ouvir. Só 5ª feira me vão entregar o "materialli sonori" (esta é finíssima, hein? só os melómanos mais empedernidos farão a ligação Factory - Materialli Sonori por via dos Durutti Column, hein? eu sou mesmo retorcido, hein? e um bom bocado parvo, não?) que adquiri há uns dias. Estou feliz porque o vou ter mas receoso, também, de que seja o momento em que fique lavrada em pedra a ordem de despejo do "Palais Vareta" onde agora habito - não tenho muita confiança na construção japonesa em termo de isolamento sonoro...

3. Gosto muito do Japão. Hoje, acho que gosto do Japão porque nunca vou perceber nada disto. Amanhã, poderei gostar por um motivo diferente mas tenho quase a certeza de que irei gostar. Não percebo, pronto. Não percebo as pessoas, o que esperam da vida, o que esperam delas próprias e dos outros. Percebo que, dos estrangeiros, alguns esperam o pior - mas, ao mesmo tempo, há tanta simpatia genuína e um esforço tão admirável (seja cínico ou não) para que ninguém tenha problemas.
Em oito meses e picos aprendi uma coisa: não há "cidadãos do mundo". Os países pesam. Os Estados marcam quem lá vive. A "psicologia nacional" é uma realidade que leva muitas gerações a criar ou a destruir. O universalismo é muito bonito mas a força do "de onde vimos" é uma camada adiposa que não se queima às primeiras.
Em oito meses e picos não aprendi, sobre o Japão, muito mais do que isto. Quero viver aqui mas não me arrogo o direito de querer "pertencer" ou de querer perceber - apenas ir conhecendo, o mais que puder, com a certeza de que vou sair daqui sem outra ideia formada que não a de que isto vale a pena.

4. Eu, eu cá continuo português até à medula. Um dia destes, enquanto beneficiava de uma simpática boleia de uma concidadã, um condutor japonês buzinou-nos sem razão para tal. Eu, que levava a janela aberta, reagi automaticamente da única forma que sei: "Vai bardamerda!", gritei, alto e bom som, sem me lembrar por um instante que aquilo não era a Rua da Junqueira...

Arrotos do Porco:

;D*


Beijinhos, miúdo giro. É melhor começares a pensar em materiais de insonorização




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