terça-feira, maio 16, 2006 |
Poesias de qualidade e distinção, vol. 1
- uma série que, como as outras, terá uma continuidade muito relativa
“urbanizamo-te”
Coa-se densa a luz tardia.
A esta luz ou a luz nenhuma
cada dedo da tua mão tem a tua idade.
Eu amo cada dedo da tua mão.
Tenho planos para o teu corpo.
Quero loteá-lo e em cada pequeno lote
deixar marcos geodésicos
marcando cada um o centro de mim.
Deixa crescer impune esta tirania
aceita os arruamentos que eu traçar.
Tenho planos para o teu corpo, eu
- do saneamento trata-se depois!, esta paixão é demasiado nova para se gastar em obra que não se vê...
Esse corpo é o meu espaço
agora. Há que organizá-lo
sinalizá-lo
cartografá-lo
todo ele eu mas percorrido com certezas.
Ao Norte a cabeça, Sagres no pé direito
para o esquerdo, Vila Real de Santo António.
Os bairros das regiões lombares são os mais finos.
No ventre, qualquer coisa como o Parque das Nações:
ninguém quer saber o que lá esteve antes.
E nisso tudo vivo eu, eu – só
o teu papel é o de terra que mexe
como a terra do Japão que estremece centos de vezes
ao dia!
(estremece, estremece com força!,
outras rachas não abres que não
...essa
estremece p’raí
a ver se eu me importo)
Um sonho táctil
de tu seres solo e eu condomínio
fechado
em ti.
Na branca ditadura
da luz cega do meio-dia
cada dedo da tua mão tem a tua idade.
Eu amo cada dedo da tua mão.
- só não sei se teria planos para o teu corpo
se roesses as unhas até ao sabugo...
- uma série que, como as outras, terá uma continuidade muito relativa
“urbanizamo-te”
Coa-se densa a luz tardia.
A esta luz ou a luz nenhuma
cada dedo da tua mão tem a tua idade.
Eu amo cada dedo da tua mão.
Tenho planos para o teu corpo.
Quero loteá-lo e em cada pequeno lote
deixar marcos geodésicos
marcando cada um o centro de mim.
Deixa crescer impune esta tirania
aceita os arruamentos que eu traçar.
Tenho planos para o teu corpo, eu
- do saneamento trata-se depois!, esta paixão é demasiado nova para se gastar em obra que não se vê...
Esse corpo é o meu espaço
agora. Há que organizá-lo
sinalizá-lo
cartografá-lo
todo ele eu mas percorrido com certezas.
Ao Norte a cabeça, Sagres no pé direito
para o esquerdo, Vila Real de Santo António.
Os bairros das regiões lombares são os mais finos.
No ventre, qualquer coisa como o Parque das Nações:
ninguém quer saber o que lá esteve antes.
E nisso tudo vivo eu, eu – só
o teu papel é o de terra que mexe
como a terra do Japão que estremece centos de vezes
ao dia!
(estremece, estremece com força!,
outras rachas não abres que não
...essa
estremece p’raí
a ver se eu me importo)
Um sonho táctil
de tu seres solo e eu condomínio
fechado
em ti.
Na branca ditadura
da luz cega do meio-dia
cada dedo da tua mão tem a tua idade.
Eu amo cada dedo da tua mão.
- só não sei se teria planos para o teu corpo
se roesses as unhas até ao sabugo...