sexta-feira, fevereiro 24, 2006 |
Correspondência japonesa – II
Um japonês foi condenado a não sei quanto tempo de cadeia – não sei mesmo, mas foi algum tempo de prisão efectiva – por andar a lamber a língua de rapariguinhas pré-púberes. Sim, é isso mesmo. Chegava-se ao pé das meninas, à saída da escola, e pedia para ver a língua delas. Quando elas punham a língua de fora, ele lambia-lhas. Este debochado “tongue-licker” deve agora ser visto com o maior respeito pelos restantes reclusos. “Homicídio? Isso é para amadores… Eu estou aqui porque lambi não sei quantas línguas de meninas com uniforme escolar!”
É japonês, valha-nos isso. Continua a vigorar na sociedade japonesa a ideia de que se ignorarem os problemas eles ficam remetidos ao limbo. Dizia o outro que “nomear e trazer à existência” – se não se falar de um problema, ele não existe. E, se tivermos mesmo que falar, atribui-se ao problema outra nacionalidade que não a japonesa. Prostituição? Há alguma, lamentavelmente, “mas são só filipinas, tailandesas, chinesas ou coreanas!” – mesmo que dominem mais de 10000 caracteres, se chamem Tanaka ou Nakata e tenham nascido em Fukuoka de pais japoneses. Crimes violentos? São poucos, felizmente, “e são os estrangeiros que os cometem!… ainda há pouco tempo aquele peruano não matou uma rapariguinha japonesa?…chuif…”. Homossexualidade? “Cá não há disso! E aqueles bares de Shinjuku ni-chome com desenhos do Tom of Finland à porta são só sítios normais para as pessoas beberem… dizem-me, que eu por mim não vou lá” . Sem abrigo? “Onde?” Ali, não estás a ver? “Onde? Não vejo nada!” Ali!, aquele senhor a dormir no átrio da estação! “Pela minha saúde se vejo alguma coisa! E, se lá estivesse alguém a dormir, era porque tinha bebido demais e perdido o último comboio para casa!” Mas não vês que o senhor está tapado com cartões e tem um ar andrajoso? “Já disse que não vejo nada! E tu a dar-lhe!…”
A sociedade japonesa é admirável em muitos aspectos mas recusa-se, de uma forma geral, a admitir que há (muito) quem borre a pintura.
Em Maio de 2004, salvo o erro, um diplomata japonês suicidou-se em Shanghai. O caso tem dado que falar, por aqui – e tem dado que falar ao MNE japonês, Taro Aso, o que é sempre um risco. As últimas declarações foram especialmente ilustrativas: pondo a culpa nos serviços de espionagem chineses, o MNE afirmou que “chinese intelligence introduced him (o pobre suicida) to a sexy woman!”. Gostei. Claro, podia ter escolhido outros termos: “hot chick”, “nice babe”, “foxy lady” ou, porque não, “juicy bitch”. Ao que parece, a sexy woman queria extorquir segredos da cifra japonesa, tendo o pobre diplomata preferido a morte à claudicação. Que moral tira o Sr. Aso da história? “Most diplomats aren’t so good looking; we must prepare them not to be vulnerable to attractive women.” O comentário deve ter caído bem junto dos diplomatas japoneses… como se não bastasse a fama do pavio curto…
Uma pessoa normal terá sempre que especular sobre a natureza do programa de formação “How to resist beautiful women”. Que caminho seguir? O do Tom Cruise do “Magnolia”, gritando “Tame the cunt!”, ou o da abstinência à Ratzinger, cedendo à tentação apenas se a senhora estiver fértil e disposta a conceber? Haverá aulas práticas? E como ultrapassarão os coitados “not so good looking” tão pungente dilema? “Chupo-lhe as mamas ou candidato-me a Londres?”; “Se lhe meto a mão na c*** ainda me despedem…” . E se conhecem uma gaja bêbeda, numa izakaya, que começa a falar de um “love hotel” muito jeitoso ali ao lado, como é que eles terão a certeza de que não é uma cilada? Não os invejo. Com a minha costumeira modéstia, diria que antes bonito e com carta de alforria para foder do que feio e com os tomates agrilhoados pelo patrão.
Um japonês foi condenado a não sei quanto tempo de cadeia – não sei mesmo, mas foi algum tempo de prisão efectiva – por andar a lamber a língua de rapariguinhas pré-púberes. Sim, é isso mesmo. Chegava-se ao pé das meninas, à saída da escola, e pedia para ver a língua delas. Quando elas punham a língua de fora, ele lambia-lhas. Este debochado “tongue-licker” deve agora ser visto com o maior respeito pelos restantes reclusos. “Homicídio? Isso é para amadores… Eu estou aqui porque lambi não sei quantas línguas de meninas com uniforme escolar!”
É japonês, valha-nos isso. Continua a vigorar na sociedade japonesa a ideia de que se ignorarem os problemas eles ficam remetidos ao limbo. Dizia o outro que “nomear e trazer à existência” – se não se falar de um problema, ele não existe. E, se tivermos mesmo que falar, atribui-se ao problema outra nacionalidade que não a japonesa. Prostituição? Há alguma, lamentavelmente, “mas são só filipinas, tailandesas, chinesas ou coreanas!” – mesmo que dominem mais de 10000 caracteres, se chamem Tanaka ou Nakata e tenham nascido em Fukuoka de pais japoneses. Crimes violentos? São poucos, felizmente, “e são os estrangeiros que os cometem!… ainda há pouco tempo aquele peruano não matou uma rapariguinha japonesa?…chuif…”. Homossexualidade? “Cá não há disso! E aqueles bares de Shinjuku ni-chome com desenhos do Tom of Finland à porta são só sítios normais para as pessoas beberem… dizem-me, que eu por mim não vou lá” . Sem abrigo? “Onde?” Ali, não estás a ver? “Onde? Não vejo nada!” Ali!, aquele senhor a dormir no átrio da estação! “Pela minha saúde se vejo alguma coisa! E, se lá estivesse alguém a dormir, era porque tinha bebido demais e perdido o último comboio para casa!” Mas não vês que o senhor está tapado com cartões e tem um ar andrajoso? “Já disse que não vejo nada! E tu a dar-lhe!…”
A sociedade japonesa é admirável em muitos aspectos mas recusa-se, de uma forma geral, a admitir que há (muito) quem borre a pintura.
Em Maio de 2004, salvo o erro, um diplomata japonês suicidou-se em Shanghai. O caso tem dado que falar, por aqui – e tem dado que falar ao MNE japonês, Taro Aso, o que é sempre um risco. As últimas declarações foram especialmente ilustrativas: pondo a culpa nos serviços de espionagem chineses, o MNE afirmou que “chinese intelligence introduced him (o pobre suicida) to a sexy woman!”. Gostei. Claro, podia ter escolhido outros termos: “hot chick”, “nice babe”, “foxy lady” ou, porque não, “juicy bitch”. Ao que parece, a sexy woman queria extorquir segredos da cifra japonesa, tendo o pobre diplomata preferido a morte à claudicação. Que moral tira o Sr. Aso da história? “Most diplomats aren’t so good looking; we must prepare them not to be vulnerable to attractive women.” O comentário deve ter caído bem junto dos diplomatas japoneses… como se não bastasse a fama do pavio curto…
Uma pessoa normal terá sempre que especular sobre a natureza do programa de formação “How to resist beautiful women”. Que caminho seguir? O do Tom Cruise do “Magnolia”, gritando “Tame the cunt!”, ou o da abstinência à Ratzinger, cedendo à tentação apenas se a senhora estiver fértil e disposta a conceber? Haverá aulas práticas? E como ultrapassarão os coitados “not so good looking” tão pungente dilema? “Chupo-lhe as mamas ou candidato-me a Londres?”; “Se lhe meto a mão na c*** ainda me despedem…” . E se conhecem uma gaja bêbeda, numa izakaya, que começa a falar de um “love hotel” muito jeitoso ali ao lado, como é que eles terão a certeza de que não é uma cilada? Não os invejo. Com a minha costumeira modéstia, diria que antes bonito e com carta de alforria para foder do que feio e com os tomates agrilhoados pelo patrão.
Arrotos do Porco:
E quando é que tu cá vens, miúdo? E já começaste a fazer a lista das coisas que queres que te mandemos pelo viZitante que vais ter em Abril? :) |
Vareta, vareta... a man under influence! Belas cantilenas... se as cabeças do júri não forem pequenas. |
http://www.dominorecordco.com/site/downloads/Franz_Ferdinand_Fallen_video_links/Franz%20Ferdinand_The%20Fallen_HIGH.wmv ali não dá! ;D*** |