segunda-feira, novembro 14, 2005 |
ENCARNAÇÃO
Eu já fui Tomás Torquemada numa anterior encarnação. É verdade. Como eu gostava de pegar naquelas não-católicos, ou nos convertidos, ou nos mentirosos ou nas bruxas e extrair-lhes as confissões que me convinham!
O que eu dominava as gajas! Pois era, isto começou tudo com aquela rainha estúpida que eu andava a comer e que depois queria largar o palhaço do marido e juntar os trapinhos comigo. Estúpida e re-estúpida, que não percebia que eu estava na carreira eclesiástica para o que desse e viesse. E que benesses há de pertencer a um grupinho económico de alto gabarito! Nem vos conto.
Para me livrar da puta da rainha tive de obrigá-la a convencer o cornudo do rei a criar o Santo Ofício e a pôr-me à frente do empreendimento. Nada mais fácil, criou-se um protocolo entre a Coroa e a Igreja e está a andar de liteira, já que naqueles tempos não havia motas…
Ora bem, o que foi mais tarde apelidado de «Reinado de Terror» não passou de um exercício de estilo da minha parte. E que estilo!
Continuei a comer umas gajas e quando me fartava delas ou estas se tornavam demasiado aborrecidas, ala para a fogueira.
Elas bem se negavam a dizer a verdade, mas com a minha aplicação de penas infamantes, coitadinhas, despachavam-se num ápice a dizer a minha verdade.
Além do mais, eu era especialista em falsificações de assinaturas. Sim, preparava o documento com a confissão e, caso as pessoas envolvidas se negassem a assiná-lo, era eu que punha a cruzinha no sítio da assinatura. Caso não se recordem, naqueles tempos pouca gente sabia ler e escrever…
Ah, mas posso dizer que foram belos tempos. E eu era um grande cozinheiro, principalmente de assados à la poste. A receita até era bastante fácil: pegava-se num mouro ou noutra espécie menor, juntavam-se umas lenhas secas e de fácil combustão, punha-se tudo em redor de um poste – daqui é que vem o nome da receita – e puxava-se fogo em lume brando. Nem era necessário mexer, bastava vigiar o fogo.
Só uma coisa me incomodava: os gritos. Não percebo aquilo, gritavam desalmadamente - eh, eh, os gajos também não tinham alma… - por causa daquela fogueirinha… Raios os partam! Bom, depois daquelas fogueirinhas, pouco havia para os raios partirem, mas enfim, davam com cada grito lancinante que ainda hoje os oiço.
Olhem, deu para me divertir e gostei da experiência. Se porventura tiverem oportunidade de passar pelo mesmo, força aí! Tentem é estar do lado dos bons, isto é, dos gajos que controlam os outros.
Se não conseguirem, olhem que vão ter muito calor. E não estou a falar do calor dos trópicos, se é que me entendem…
O que eu dominava as gajas! Pois era, isto começou tudo com aquela rainha estúpida que eu andava a comer e que depois queria largar o palhaço do marido e juntar os trapinhos comigo. Estúpida e re-estúpida, que não percebia que eu estava na carreira eclesiástica para o que desse e viesse. E que benesses há de pertencer a um grupinho económico de alto gabarito! Nem vos conto.
Para me livrar da puta da rainha tive de obrigá-la a convencer o cornudo do rei a criar o Santo Ofício e a pôr-me à frente do empreendimento. Nada mais fácil, criou-se um protocolo entre a Coroa e a Igreja e está a andar de liteira, já que naqueles tempos não havia motas…
Ora bem, o que foi mais tarde apelidado de «Reinado de Terror» não passou de um exercício de estilo da minha parte. E que estilo!
Continuei a comer umas gajas e quando me fartava delas ou estas se tornavam demasiado aborrecidas, ala para a fogueira.
Elas bem se negavam a dizer a verdade, mas com a minha aplicação de penas infamantes, coitadinhas, despachavam-se num ápice a dizer a minha verdade.
Além do mais, eu era especialista em falsificações de assinaturas. Sim, preparava o documento com a confissão e, caso as pessoas envolvidas se negassem a assiná-lo, era eu que punha a cruzinha no sítio da assinatura. Caso não se recordem, naqueles tempos pouca gente sabia ler e escrever…
Ah, mas posso dizer que foram belos tempos. E eu era um grande cozinheiro, principalmente de assados à la poste. A receita até era bastante fácil: pegava-se num mouro ou noutra espécie menor, juntavam-se umas lenhas secas e de fácil combustão, punha-se tudo em redor de um poste – daqui é que vem o nome da receita – e puxava-se fogo em lume brando. Nem era necessário mexer, bastava vigiar o fogo.
Só uma coisa me incomodava: os gritos. Não percebo aquilo, gritavam desalmadamente - eh, eh, os gajos também não tinham alma… - por causa daquela fogueirinha… Raios os partam! Bom, depois daquelas fogueirinhas, pouco havia para os raios partirem, mas enfim, davam com cada grito lancinante que ainda hoje os oiço.
Olhem, deu para me divertir e gostei da experiência. Se porventura tiverem oportunidade de passar pelo mesmo, força aí! Tentem é estar do lado dos bons, isto é, dos gajos que controlam os outros.
Se não conseguirem, olhem que vão ter muito calor. E não estou a falar do calor dos trópicos, se é que me entendem…
Arrotos do Porco:
Muito boa, Chouras. Muito boa mesmo! Acontece que também tinha uma fantasia sobre um autor hispânico de teatro, se bem que no caso do Torquemada a especialidade era o mais o barbecue de cistão-novo acusado de judaísmo. Mas posto então depois. |
Essa sintonia criativa é deveras abichanada!!!!!! Vam'lá ver: quem é que empurra o manuscrito até ao cachaço de quem, mhhhh? |
Posta quando quiseres, meu bom AdaS. O Cocas quer festa(s), tá mais que visto. Essas práticas medievais caídas em desuso que tu tentas reavivar a todo o custo, submetendo o teu corpo às mais diversas experiências, Cocas, apenas tu é que lhes dás utilização, pá. Não tentem fazer isto em casa, meninos e meninas, porque o Cocas é um profissional e sabe-la toda, dada a sua vasta experiência em práticas sado-maso-auto-penetrativas. |