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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


sexta-feira, outubro 07, 2005


Eh miserável fartura!



Tinha prometido umas linhas sobre dois concertos, esta semana. Pfff!... Ilusões de quem pensava poder dispor do seu tempo! O meu tempo não é meu: é de quem o paga – e pagamos todos! Se “onde todos pagam, ninguém se queixa”, queixo-me eu de me ter visto privado da fruição cultural por um motivo tão espúrio como o é o trabalho – palavra feia que rima com... pois.

Nem a Aimee nem os Maximo. Nada. Música só a que tenho na cabeça. Ainda não tenho onde ouvir os 296 cd’s que trouxe na bagagem de mão e quase sinto as mãos a tremer por estas semanas de privação. Mão e privação também rimam e são palavras tristes se o contexto for a vida sexual do sujeito...

Tudo isto não obsta a que venha fruindo (é o meu verbo de Outono, não sei se já notaram) de manifestações de outra natureza. Esta megalópolis em que me encontro está prenhe, meus amigos, prenhe de oito meses!, de fenómenos merecedores da nossa atenção. Andar de metro, por exemplo. Passear à superfície terá mais atractivos, é bem certo. Mas no metro – quiçá pela privação de oxigénio nas quantidades recomendadas? – as pessoas ficam mais genuínas e atreitas a extravasar uma fase escondida. Essa face pode ser hedionda, bizarra ou simplesmente cândida, mas garanto que anda escondida à superfície.

Desde os “salary men” de pasta em punho que se aproveitam da hora de ponta para ganharem alguma (ponta), colando a mão que segura a pasta ao traseiro de alguma jovem executiva, até pessoas que ensaiam fictícias tacadas de golfe observando o seu reflexo – e a qualidade do seu swing – nas portas de vidro das plataformas da estação de Nagatachō, não faltam distracções a quem anda de – ou a quem espera por – metro.

Três semanas depois da chegada o fascínio só aumenta. Ser tão completamente português como eu sou só ajuda a este “embevecimento pouco ou nada esclarecido” de quem admira os outros sem nunca querer ser como eles. No meio da correria, do frémito, do formigar desta massa inescapável de milhões de pessoas, há uma serenidade tão “aportuguesa” que é quase chocante. Se uma cidade-país – que é, parece-me, o que Tóquio representa – alguma vez se gerasse em Portugal, ela seria, estou em crer, um aglomerado nado-morto, sem hipóteses de viabilidade ou sustentabilidade. Lisboa, às vezes, já me parecia rebentar pelas costuras da disponibilidade mental dos seus habitantes. Aqui, cabe sempre mais um. E outro. E outros tantos mil. Desde que não fiquem parados no lado direito das escadas rolantes!

Se nos abstrairmos do elemento humano, Tóquio é só mais uma mega-capital como outras pelo mundo fora (sendo que esta tem mais MacDonald’s que qualquer outra...). Mas eu, pelo menos, não me consigo abstrair do elemento humano. E Tóquio é como nenhuma outra capital por ser feita destas pessoas que se deliciam por fazer fila seja onde e para o que for e que não se importam de pagar pequenas fortunas para almoçar num restaurante francês com vista para o cemitério de Aoyama que tem no menu uma salada de cogumelos que dão pelo nome de “Trompes des Morts”...

Mais novas do fascínio para breve. E concertos de Kaiser Chiefs, Franz Ferdinand, Joanna Newson, Smog, Pixies, ..., ..., .........

Arrotos do Porco:

Os teus posts fazem-me lembrar as fotografias do Z.

EhhhhhTenhodoisamigosgeniaisEhhhhhh!!!!



Tem graça, sr. Vareta. Os Kaiser Chiefs, os Franz Ferdinand, o sr. Smog, os Pixies, também passaram aqui pela Lusitânia. E vão passar os Young Gods, os Sigur Rós, o Devendra, os Depeche Mode. E no sábado, temos um Porto-Benfica.
Qual Tóquio, qual quê!?...
CC



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