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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


segunda-feira, julho 25, 2005


LÍNGUAS

PRINCÍPIOS JERAIS DE TODA ORTOGRAFIA

1.º Uma língua é um facto social; não depende do capricho de ninguém alterá-la fundamentalmente.

2.º Como facto social é produto complexo, variável por evolução própria da sociedade cujas relações serve.

3.º A ortografia é o sistema de escrita pelo qual é representada a língua dum povo ou duma nação num certo estado de evolução glotolójica.

4.º Esta representação deve ser exacta para todo o povo, para toda a nação e portanto deve respeitar a filiação histórica.

5.º É evidente, pois, que a ortografia não pode ser especial dum modo de falar, quer êste seja dum só indivíduo, quer duma província ou dialectoda língua.

6.º Em virtude disto a ortografia não pode representar a pronunciação, que por certo não será una; ha de representar a enunciação, a qual é sempre comum ao povo, à nação que fala uma só língua como seu idioma próprio e exclusivo.

7.º Na ortografia, por consecuéncia, não se pode fazer uso de sinais que indiquem pronúncia de uma qualquer letra vogal, excepto quando essa vogal careça de ser pronunciada com modulação especial para a distinção conveniente do emprêgo sintáctico do vocábulo, ou aínda (e menos vezes em português) para distinguir na grafia única modos diferentes de silabização.

8.º Para se representar a enunciação carece-se de acentuar gráficamente o vocábulo, e a ortografia deve ser tal que, subordinada às leis de acentuação na língua falada, mostre para qualquer vocábulo a sua sílaba tónica a quem desconheça o vocábulo que lê.

_Escólio_.--É evidente que a acentuação gráfica é inútil na língua escrita cuja constituição glotolójica a determina invariávelmente: tal o latim clássico e as línguas jermánicas.
Nesta obra datada de 1885, já se tentavam fixar as regras gerais de uma língua. Como podem observar, escrevia-se de uma forma que hoje não reconhecemos, embora existam regras que ainda se aplicam. Depois destas regras gerais vêm as regras específicas para a língua portuguesa, numa tentativa de aglomerar e estabelecer os ditames de uma língua. Como se diz lá em cima,uma língua é um facto social.
Evolui, portanto. Lentamente, é certo. Estou a ficar preocupado com os brasileirismos, mas o que é que se pode fazer? Quanto a mim, continuo a escrever no português que aprendi e que está em mutação. Mas sou avesso a escrever palavras claramente aportuguesadas, extraídas de línguas que não a nossa. Querem um exemplo? Dossiê. É a primeira e última vez que me vão ver a escrever isto. Pelo menos, se não for por comparação.
Após a integração na UE, resta-nos a nossa Pátria Lusa na língua que falamos e escrevemos. Neste caso, pode dizer-se que eu pertenço à Resistência.

Arrotos do Porco:

chOURICINho... fundamentalista!
;-)
Mas também não aprecio dossiês, prefiro croissants.
Ou seja, parece-me mais bonito manter os estrangeirismos na sua grafia original, independentemente de poder ser ou parecer snob. Se for, é e ponto final. Resulta esteticamente mal aportuguesar as palavras estrangeiras.





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