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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


quinta-feira, junho 23, 2005

Girafas em Chamas



Salvador Dali era um grande maluco. Mas um maluco que sabia desenhar. A sua imaginação delirante arrebatou a Espanha e o Mundo em geral. Quando ele morreu, confesso que não fazia ideia de quem era. Sei que houve uma extensa fila para as despedidas, do género da do Papa João Paulo II.

Lembro-me da reportagem. Havia uma senhora com os seus sessenta anos, que tinha levado o neto, com cinco ou seis anos, para que este pudesse um dia mais tarde dizer que tinha visto o Dali em pessoa. Ou em cadáver, esse invólucro da alma. Sim, porque uma coisa é ver o cadáver do Dali, com os seus bigodinhos pontiagudos espetados para cima - cheios de graxa ou lá o que era - e outra coisa teria sido conhecer o génio daquele corpo traduzido em fala, expressões, opiniões e actuações.

Com o tempo, acabei por me cruzar com a obra de Dali e soube um pouco da sua vida. Tal como o facto de ele ter roubado a outro surrealista - julgo que era Paul Élouard - a mulher que o acompanhou em vida.

Gala, de seu nome, não lhe foi sempre fiel. Dali até lhe comprou uma casa só para ela e para que esta recebesse os seus «amigos». Em suma, para que estivesse à vontade. Mas Dali, ao princípio, era fiel a Gala.
Uma modelo que tinha os seus dezassete ou dezoito anos, que servia de tema para uma pintura que Dali executava no seu estúdio, posava nua. Dali pintava e pintava, mas às tantas não se aguentou. Foi até a essa modelo e começou a roçar-se nela. Esta ficou surpreendida mas colaborou. Dali andou para ali até que ejaculou. No fim, pediu-lhe desculpa por não a ter penetrado, mas «era fiel a Gala».

Hoje lembrei-me de Dali, talvez por causa de uma «conversa» que tive com o Bock em que, no delírio do fim do dia, escrevemos qualquer coisa acerca de girafas.

E é isso.

Arrotos do Porco:

Querido chOURIÇO...Gala foi sempre fiel a Dali. Desde que se tornou sua companheira nunca mais dele se afastou e foi sempre a sua musa inspiradora,com os seus acessos de raiva e paixão, amor e odio, caprichos de deusa..até nas suas traições , gala foi fiel.Pois repara:traiu sempre o mesmo homem.
E ser-se infiel sempre ao mesmo , não é isso fidelidade?



Izinha, querida, tens umas noções de fidelidade algo distorcidas...

Ou o problema é meu, que sou muito tradicional.

:)*



Querido chOURIÇO...isto é só garganta...

:-)



É isso, i&c... traição é Domínio da fidelidade... assim como fiel é raça canina. Gala gargarejou nas gargantas... dela e do seu Endeusador. Não há dúvida! A russa foi fiel...


: penso no "el gran masturbador", testemunho do primeiro encontro de Dali com Gala e do estado entre brando e duro em que o pintor ficou.

Helena Ivanovna, Gala a russa, tinha mais dez anos que Dali e , quando se conheceram, em 1929, estava casada com outro surrealista, Paul Éluard.

Pouco tempo depois de se terem conhecido, Dalí foi a Paris raptar Gala e fugiram para Sitges e até 1982, ano da morte de Gala, nunca mais se separaram.

Caprichosa, egoísta, feiticeira, provocadora, possessiva, tarada sexual...de tudo isto a apelidaram.

Mas Dali sem a enigmática musa ,teria sido Dali?

Esta mulher , imortalizada através do pintor e na sua obra ,e Dali não são um simbolo de profunda fidelidade ? existe maior fidelidade?

Pois se responderes "não", então sou eu que não sei o que é a fidelidade.

Dali e Gala tinham uma relação tão forte e especial, diferente dos casamentos tradicionais que mais não são que associações de socorros mútuos, que não se inquietava com umas masturbadelas de Dali na jovem modelo nem com os desassossegos de Gala com os amigos que a visitavam no seu castelo.

Gala era uma mulher muito forte, segura , mais velha, "vivida".Tinha como lema "viver para a frente desprendendo-se do passado".

Dalí era mais jovem, neurótico como todos os artistas, inseguro :um dia, em delírio, untou-se de óleo malcheiroso e foi fazer amor com Gala, testando desta forma a resistência do amor dela ...

Um amor que resiste ao mau cheiro (que é simbolo da putrefacção, do fim, da morte) resiste a tudo, parece-me e não há infidelidade possível.

Penso que Dalí não penetrou a modelo apenas porque não conseguiu.Mas não tenho como provar isto que acabo de escrever.A maioria dos artistas são impotentes sempre ou frequentemente. Dalí, envergonhado (relembro que era inseguro)com o seu fraco desempenho sexual, justificou-se perante a rapariga, dizendo que não queria ser infiel a Gala.



Sabias que o Dali, nunca visitou a Gala no Castelo que lhe ofereceu... aliás ela aceitou a casa com a condição do gaijo sempre que lá quisesse ir tinha de telefonar primeiro. Nunca telefonou. Arranjou, pintou (ficaram coisas por acabar) e saiu um dia antes de a Gala entrar e só tornou ao castelo no dia em que a Gala morreu. Sabias que ele a Gala e o Paul Éluard desenvolveram uma relação a três, rompida pelo Max Ernest, que se meteu no meio, primeiro a solo com o Dali e depois com a Gala... bom, podia ficar aqui a falar do bigodes, mas tenho de ir almoçar.


Penso que não é exacto...Gala foi amante de Max Ernst, durante o seu casamento com Paul Éluard.


Conclusão: Gala foi amante de tudo quanto se mexia.

Dali era um corno manso e gostava.

Burro foi ele por não ter papado a modelo.

E mainada.



Não é verdade! Gala teve muitos amantes, Paul Éluard também.Éluard, quando conheceu Gala no sanatório suiço tinha apenas 17 anos , ela 19. Gala era virgem mas Éluard já era viciado em mulheres. Foi Éluard quem iniciou Gala. A príncipio foi para agardar ao marido que ela entrou em jogos amorosos a três, com Max Ernst, por exemplo, mas também com outros pintores e escritores dadaístas e, mais tarde, surrealistas.

Em 1929, quando conheceu Dali soube de imediato que nunca mais se iriam separar e disse-lho. E, de facto, nunca mais se separaram.

Gala foi uma mulher fabulosa, "mitológica" como lhe chamava Dali.

Foi inspirado por ela que Éluard escreveu os mais belos poemas (aliás foi ela quem o incentivou a ser poeta) e foi igualmente inspirado por gala que Dali desenvolveu a sua obra.

Quando Dali a conheceu tinha apenas 25 anos, era um jovem pintor a dar os primeiros passos na arte e completamente desconhecido e miserável.

Gala deixou tudo, o marido, a filha e uma vida cómoda em Paris para ficar com ele e nunca mais se separaram, independentemente das excentricidades da sua relação.

Mas não podemos descontextualizar: não só eram duas pessoas excentricas e excepcionais como também surrealistas.

Conclusão: estás enganado chOURIÇO.
1)Gala não foi amante de tudo o que mexia , apesar de ter tido muitos amantes. Ela gostava sobretudo de jovens muito belos. Gala amava a beleza e alimentava a sua alma e o seu corpo com o que era belo.

2)Dali não era um corno manso. "Corno" é um conceito absurdo.O que é ser corno, podes (sabes) explicar?
Dali alimentava-se de Gala , adorava-a, venerava-a.

3)Dali só não "papou" a modelo porque não tinha como...não o posso provar, mas adivinho que Dali seria impotente.


Conheces a elegía a Gala que Dali escreveu? Podes ver no meu blog de poesia "asas".





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