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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


terça-feira, abril 12, 2005

O MISTÉRIO DO BILHETE DE IDENTIDADE ou AS COISAS QUE EU APRENDO E NÂO ME SERVEM PARA NADA.

Todos nós já ouvimos histórias que pretendem responder à pergunta: O que representa o algarismo suplementar que se segue ao número do BI? A resposta quase unanime é que esse algarismo representa o número de pessoas que têm o mesmo nome. Ora, como eu sei que no caso de várias pessoas da minha família isso não corresponde à verdade, tenho vivido na ignorância acerca do tal algarismo. Hoje descobri o verdadeiro significado dele e resolvi partilhá-lo convosco, vai-se a ver e vocês já sabem mas mesmo assim cá vai para quem não souber.
Aviso já que não percebo nada de matemática, de maneira que vou explicar em moldes que outros como eu entendam, sem pretensões.

O algarismo nasceu da necessidade de detectar erros de preenchimento de documentos e chama-se algarismo de controle. Funciona assim: Realizando uma operação adequada ao número original, o número de controle é incluído para que o resultado da operação seja um número divisível por 11, neste caso - e assim torna-se mais fácil verificar erros de troca de ordem de algarismos, por exemplo.
Parece que é baseado numa tal de Teoria dos Códigos e é aplicado a muitos casos para além dos números do BI, entre os quais os números de código das Bibliotecas, os ISBN (International Standard Book Number).

Isto com exemplos é mais fácil, por exemplo o ISBN do Livro do David Lodge Soldados à Força é 972-41-2454-1. O último algarismo é o algarismo de controle.
São então nove algarismos mais o de controle. O primeiro multiplica-se por um, o segundo por dois, o terceiro por 3 e assim até ao décimo – o de controle – que se multiplica por 10 e soma-se tudo, assim:

9x1 + 7x2 + 2x3 + 4x4 + 1x5 + 2x6 + 4x7 + 5x8 + 4x9 + 1x10 = 176 que é divisível por 11.

Com os números do BI, o algoritmo é o mesmo, o único problema é com os números que têm o zero como algarismo de controle, parece que os senhores se enganaram e o zero tanto pode valer zero como dez. Desfeito o Mistério do Bilhete de Identidade, só tenho de agradecer ao Professor Doutor Jorge Buescu.

Arrotos do Porco:

Ai, ai, ai, que se acabou o mistério do número escondido que afinal está à vista e que só não vê quem é ceguinho de todo e afinal que vê não está a ver nada porque não percebe do assunto, mas quem nos manda meter com matemáticos e com o ISBN, já agora podia trazer-se também a CDU dos livros, não a dos políticos, e o código UNIMARC e fazia-se uma festa com eles todos, até se podia lançar uns foguetes, que nesta terra não há festa sem foguetes e além do mais alimenta uma indústria e dá de comer a muita gente, podia-se convidar ainda o IBAN e metia-se o número de contribuinte a controlar essa gente toda, que os números se se vêem à larga ninguém mais os apanha, fogem por todos os lados, metem-se pelas frinchas e a gente não vai lá nem de aspirador, quanto mais de calculadora, que eu cá nunca vi andar a apanhar números com uma calculadora, olha, vai ali um número, pás, dá-se-lhe com a calculadora em cima, esborracha-se o número, fica feito em pasta, depois recicla-se e volta ao mesmo, parece que não têm fim, os malditos números, raça de bichos que não há quem os tenha na mão...


Uff... fiquei cansado com tanta conta, mas agradeço a informação. Pertencia aos milhares que acreditavam na versão das pessoas com o mesmo nome.


A festa dos números é quando eles andam todos doidos às voltas dentro de uma tômbola à espera de serem escolhidos, a ver quando é a vez deles e depois uma senhora ou senhor com a voz muito colocada como quem vai cantar o fado pega num e grita por ele uma vez e outra mas ele não responde e depois vai experimentar outro e a cena repete-se e assim por diante até que depois de várias tentativas desiste e há sempre umas pessoas que ficam muito contentes e deitam foguetes e outras nem por isso, não é?


Superminizinha, é que eu não tenho um apelido vulgar e por isso sempre desconfiei. :)


Ele a dizer verdade há sempre umas pessoas muito desconfiadas, coisa de somenos numa terra onde confiar seja em quem for é caso de milagre, maior do que o de Fátima, pois então, vai-se a ver e as meninas dos tômbolas, com aquele ar sempre sorridente, dá p'ra desconfiar, estão ali a sorrir pruquê?, só se for porque já ganharam a sorte grande e aquilo é mas é uma grande aldrabice.


Até se diz que quem desconfia não é certo, certo e sabido é que não se pode confiar em tudo muito menos em milagres sejam eles de Fátima ou de Freixos-de-Espada-à- Cinta mesmo porque quem usa uma espada à cinta é mesmo desconfiado não vá sair-lhe a sorte grande e vir alguém a dizer que os números afinal eram dele porque ainda agorinha lhes tinha sorrido para dentro da tômbola e eles estavam lá todinhos.




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