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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


quarta-feira, março 23, 2005

Curtes gajas?
- o mega-festival musical para Portugal

Promotores e produtores de concertos deste país, escutai-me!
Ele há festivais de Verão, uns mais manhosos que outros, e todos nós, que já fomos ou vamos regularmente, sabemos que mais de metade está lá por causa do festival (acho que é isso que se chama aos engates de Verão e à produção de charros em série, não é?), mais do que por causa da música. Assim, parece-me que todos teriam a ganhar se nos deixássemos de cinismos. A minha proposta é esta:

O nome do Festival terá que ser apelativo. Nada melhor do que aquele desafio a que poucos terão coragem de dizer não: “Curtes Gajas?”. Mais ainda: as próximas edições do evento (Curtes Gajas? 2; Curtes Gajas? 3, A Paródia Continua; Curtes Gajas? 4, The Babes are back in town, e por aí fora) teriam a vantagem de parecer uma colecção de dvd’s suspeitos, o que me parece garantia de sucesso.

O verdadeiro Festival devia ser no Algarve – qualquer gajo que curte gajas sabe que aquilo é uma merda mas que as gajas estão lá – e limitado a três dias: não se deve confundir um Festival com um pacote de viagens da Agência Abreu; não é o “5 dias de sonho com tudo incluído” que interessa, o que interessa é as gajas e as gajas impacientam-se com facilidade quando têm que usar balneários provisórios durante muitos dias. Três chegam muito bem, sexta, sábado e domingo que é o que manda a lei.

O que mais tornaria este Festival diferente dos outros? Ó meus amigos, tudo! Tudo nele seria diferente!
Antes de mais, a capitalização dos tempos mortos: um protocolo generoso a celebrar entre a produtora do evento e um clube de strip de renome poderia fazer com que as mudanças de palco deixassem de ser uma estucha de 40 minutos para passarem a ser um dos pontos altos do Festival. Em vez de termos aqueles barrigudos invariavelmente de t-shirt preta e rabo-de-cavalo a arrastarem instrumentos e amplificadores e a ajustarem focos de luz e o diabo, teríamos esbeltas moçoilas nos mesmos afazeres mas agora devidamente coreografados e com (ou sem) uma indumentária mais apropriada aos calores de Verão.
Depois, a descapitalização dos tempos dos mortos: a tarde serve para ressacar. Para ressacar e para mais nada, a menos que se proporcione um… uma… ehr… isso. Não vale a pena ter actividades à tarde. À tarde há gajas para ver na praia – elas não ressacam por temerem o adágio popular “Se tua mulher ressaca, dormes ao lado duma vaca” – e há que começar a construir a bebedeira da noite, o que se faz muito melhor numa esplanada que no espaço inóspito de um festival.
Também a divulgação do evento teria que ser feita noutros moldes e deixo aqui algumas sugestões para slogans: “Gajas de sonho – não despem o corpo mas mostram a alma”; “Curtes Gajas? – O Festival de Verão para quem tem tesão!”; “Qualquer gaja é mais hardcore que o mariquinhas do Manson!”; “Mamas, sol e róquénróle!” ou outras sabujices congéneres.
Percebem a receita para o sucesso? Com este hype hormonal à volta ninguém teria coragem de dizer que não tinha gostado de um Festival chamado “Curtes Gajas?” e assim o cartaz poderia ser marcadamente feminino mas cheio de qualidade. Mais propostas neste domínio:

Dia 1 – Anda cá, portuguesa bonita!
- Margarida Pinto
- Raquel Ralha
- Anabela Duarte
- Anamar
- Lena d’Água

Dia 2 – Venham as loiras!

- Cardigans (ou no dia seguinte, se a Nina Persson ainda viesse com o cabelo preto)
- Saint Etienne
- Kylie Minogue
- Laura Veirs
- Goldfrapp

Dia 3 – Tragam as chocas ou os bois não se vão embora!

- Keren Ann Ziedler
- P.J.Harvey
- Anita Lane
- Ladytron
- Björk

E pronto. Eu olho para estas ideias e só não percebo é porque é que ainda tenho que trabalhar para comer…

Arrotos do Porco:

O Porco já arrotou! Parabéns pelo blog!


vareta, tu não és gay,


és? :]



Tá doido!!!


Eu até cobria umas chocas. Precisava era duma rodilha de desperdício para enchumaçar o tarolo.


Vareta, só hoje li a tua micro (do post anterior). Este é um assunto sensível pois todos temos familiares, amigos e conhecidos das ex-colónias (a Tampa nasceu em Angola, mas -não desfazendo- acho que o "queimadinho" saudoso da boa vida do Ultramar é tão ...er...característico, apesar das muitas variantes que existem, que dá umas ganas do caraças de escrever sobre eles. A bem do conhecimento antropológico da sociedade portuguesa. Para além de ser uma enorme curtição ler as tuas micro-fs. (está-se sempre com um sorriso tipo esgar pateta e a fazer hi...hi...ah, ah, ah...hi enquanto se lê, também gostava de te dizer que este é um filão quase inesgotável. No meu serviço havia um senhor espoliado de poupa de laca, óculos de sol amarelos, lenço de seda ao pescoço e calças à boca de sino que estava sempre a suspirar pela pesca do espadarte na Baia do Siripipi do Cabuleté (Angola presumo). No Verão tirava a "balalaica" kaki do armário e só faltava por um chapéu colonial. "Com isto do 25 de Abril e da descolonização, aqui na Metrópole um gajo já nem pode chibatar os criados, que não venha logo os comunas do sindicato".
A malta quer é farrar.





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