sexta-feira, fevereiro 18, 2005 |
O Sentido de Votar, by g2
Mais uma vez nos encontramos perante umas eleições, estas, para a Assembleia da República, de cujo partido vencedor sairá o Primeiro Ministro e, dele, o Governo que nos governará durante os próximos quatro anos, se não houver "acidentes" de percurso e, se os houver, que sejam legítimos.
Quando voto, faço-o com um enorme orgulho, com uma alegria que os mais novos dificilmente compreenderão. Mas é preciso que esses, os mais novos, não tenham pena de não sentir a alegria que os mais velhos sentem, pois a estes foi dado viver em tempos de isolamento, de desconhecimento das coisas, de falta de razão. Temos termos de comparação, no acto de votar, que nos permitem, agora, sentir o coração cheio de alegria. Os mais novos devem ter o conhecimento das razões dessa alegria e usá-lo para impossibilitar desmandos de qualquer natureza.
Vamos para estas eleições com o espírito confuso, talvez até com algum temor pelos tempos que se avizinham, pela falta de rumo e de estratégias que nos permitam vislumbrar uma hipótese de contentamento futuro e que nos façam sentir parte de uma causa nacional. É um facto que não estamos confrontados com a hipótese de escolher maneiras de resolver os problemas do País, antes vamos somente escolher entre pessoas com as quais nos identificamos, por elas mesmas, ou pelos partidos que representam. Mas, repito, não nos foram apresentados caminhos ou soluções ao menos hipotéticas, para a solução dos tais problemas que nos trazem em desencanto permanente.
Mais uma vez nos encontramos perante umas eleições, estas, para a Assembleia da República, de cujo partido vencedor sairá o Primeiro Ministro e, dele, o Governo que nos governará durante os próximos quatro anos, se não houver "acidentes" de percurso e, se os houver, que sejam legítimos.
Quando voto, faço-o com um enorme orgulho, com uma alegria que os mais novos dificilmente compreenderão. Mas é preciso que esses, os mais novos, não tenham pena de não sentir a alegria que os mais velhos sentem, pois a estes foi dado viver em tempos de isolamento, de desconhecimento das coisas, de falta de razão. Temos termos de comparação, no acto de votar, que nos permitem, agora, sentir o coração cheio de alegria. Os mais novos devem ter o conhecimento das razões dessa alegria e usá-lo para impossibilitar desmandos de qualquer natureza.
Vamos para estas eleições com o espírito confuso, talvez até com algum temor pelos tempos que se avizinham, pela falta de rumo e de estratégias que nos permitam vislumbrar uma hipótese de contentamento futuro e que nos façam sentir parte de uma causa nacional. É um facto que não estamos confrontados com a hipótese de escolher maneiras de resolver os problemas do País, antes vamos somente escolher entre pessoas com as quais nos identificamos, por elas mesmas, ou pelos partidos que representam. Mas, repito, não nos foram apresentados caminhos ou soluções ao menos hipotéticas, para a solução dos tais problemas que nos trazem em desencanto permanente.
Precisamos de saber o que é que vamos fazer com o desemprego que está já num valor alarmante, alcançado por causa de políticas económicas e sociais sem rumo definido, à mercê da vontade das empresas para quem o máximo lucro em cada ano é a filosofia de vida, legítima é certo, mas a precisarem de baias que impeçam abusos. Aos trabalhadores portugueses não podem ser assacadas culpas de falta de brio ou qualidade, pois eles são os melhores entre os melhores por esse mundo fora, certamente porque enquadrados em condições de trabalho perfeitas para os fins em causa das respectivas empresas. Precisamos de formação profissional adequada, de um ensino para o País e não para os interesses imediatos das pessoas. Isto é, o País não pode formar licenciados disto e daquilo, sem viabilidade de emprego e não ter trabalhadores qualificados em profissões necessárias à vida de todos.
A Justiça que é a base da Democracia tem de ser democrática ela própria e os caminhos que segue devem ser alisados, as bermas limpas das ervas que a não deixam avançar convenientemente. Todos, mas todos os juristas têm uma palavra a dizer no relançamento indispensável da Justiça.
A Educação precisa de uma definição nova, os professores devem ser encarados como tal, a educação é a principal faísca para acender o fogo do desenvolvimento. Precisamos de dar aos nossos adolescentes metas que não passem somente por um quarto mal iluminado, com um mtv qualquer em altos gritos, enquanto fazem intermináveis downloads de qualquer kaaza e se embrenham em chats infindáveis, onde escrevem «esqueçe» e onde informam «Olá eu sou a xana tenho 14 anus lol kem ker tcl cmg lol». Precisamos de cultura e de desporto e de incentivos exteriores à Internet. (Esta, a Internet, parece-me ser o senhor omnipresente do "1984").
Mas a Saúde também precisa de cuidados, a Agricultura e as Pescas estão fora do nosso conhecimento. Estas duas actividades são vitais para a evolução da produtividade, para uma certa independência. E por falar em independência, num tempo em que tudo, ou quase tudo, é definido em Bruxelas, que sabem de facto os portugueses sobre "essa coisa" da UE, para lá de ser fonte de verbas que cá chegaram, muitas delas infelizmente mal aplicadas.
O País está triste, confuso, desiludido, quiçá assustado, é só olhar para a maneira como caminhamos, para as conversas que temos, para o que não dizemos!
E no entanto…
Somos um País e um Povo (País e Povo pelos quais me apaixonei quando comecei a conhecê-los) que merece o melhor do mundo. Compete-nos a todos fazer de Portugal uma causa nacional, transformá-lo num "timor", numa "expo"…
Para isso, precisamos de um governo honesto, competente, absolutamente ao serviço do País. Mais que o homem que vier a ser Primeiro Ministro, conta a equipa de que se rodear. E se nenhum dos que se apresentam com possibilidades de vir a ser PM nos tranquiliza quanto à sua capacidade pessoal, esperemos que o que for escolhido tenha a sensatez e a sabedoria de se rodear dos melhores e não dos mais amigos. O governo que nascer no próximo Domingo deve dizer-nos tudo o que há a dizer, livre das peias que são as palavras de campanha eleitoral e, depois, devemos fazer das necessidades do País uma causa que todos devemos abraçar, por nós e pelos que virão depois de nós.
Fico com a alma a saber a pouco, por só me ser dado fazer uma cruzinha em forma de X num quadrado à minha escolha, de quatro em quatro anos. E se eu sou só uma pessoa e nada mais posso fazer, todas as pessoas juntas podem e devem exigir uma correcta aplicação de políticas, de ferramentas e pessoas para uma rota de desenvolvimento social e económico do País, num debate permanente, para o alcance e cumprimento de objectivos que outros já conseguiram e que para nós teimam em ser meras utopias. Cabe a cada um decidir em conformidade com as suas opções ou gostos políticos, mas em conjunto temos responsabilidades na vida em comum, naquilo que é a Sociedade e, nesta medida, entender que todos os partidos fazem falta, devemos até extrapolar e dizer que todos fazemos falta.
É tempo de termos cultura de exigência e, ao mesmo tempo, sentido de responsabilidade, são horas de levantarmos a cabeça e, depois de um projecto de futuro que merecemos, começar a construi-lo.
Não faz parte das minhas ilusões esperar que todos votem no partido em que eu irei votar. Faz parte das minhas ilusões esperar que todos votem!
Arrotos do Porco: