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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


quarta-feira, julho 14, 2004

Serviço Público I

A desconcentração do Executivo foi, não duvido, uma ideia soprada ao Dr. Pedro Santana Lopes pelo Divino Espírito Santo. A pomba é assim: às gajas escolhidas, emprenha-as; aos gajos escolhidos, torna-os mais espertos. Provavelmente, terá sido uma de duas coisas: ou a recompensa por tanto olhar para o céu ou uma cunha descarada do Dr. Francisco de Sá Carneiro. O facto é que a ideia é tão sumamente boa, tão livre de qualquer possível crítica ou remoque, tão alinhada com os ensinamentos de Teixeira de Pascoaes quanto à perpétua ascensão do Homem em direcção a Deus, que não pode ter tido origem meramente humana.

Como de costume, os desígnios da Providência não são totalmente claros. Eles são a luz, é certo, mas a luz encandeia e cega, daí que os ensinamentos que a Divina Pomba terá arrulhado ao nosso Primeiro não podem ser tomados numa interpretação restritiva. Não. O Senhor não pretende apenas que cada um dos 18 distritos de Portugal Continental tenha um Ministério. A Sua ordem vai muito mais longe. Para além da orgânica do Executivo, é a reformulação da orgânica do próprio território nacional que apraz ao Pai.

Claro: não cheguei as estas conclusões sozinho - tive a preciosa ajuda do Padre José Luís Borga, que a mim se dirigiu quando eu toquei o seu cd em "reverse"... Eis, então, o que desejam os Astros que tão extremosamente têm cuidado do nosso novo Primeiro.

1. O nexo causal para a localização dos Ministérios, adivinhado por PSL nos irrepreensíveis binómios Santarém-Agricultura e Faro-Turismo, deve ser prosseguido. O Ministério da Saúde não pode ter outra localização que não Vilar de Perdizes, mais concretamente na Sacristia do Padre Fontes. Qualquer pasta de que o Dr. Paulo Portas venha a ocupar deve ficar sediada em Fátima, conhecida que é a sua especial ligação a Nossa Senhora (não, seus pecadores, não é por Fátima ter muitos seminários cheios de jovens tenrinhos!). O Ministério da Cultura deve optar pela itinerância, associando-se ao Circo Victor Hugo Cardinalli, que alugará as necessárias roulottes sem cobrar IVA. O Ministério dos Negócios Estrangeiros ficará nesse esquecido enclave português, Olivença, mas funcionará camuflado para não antagonizar os nossos vizinhos (assim como assim, hoje em dia também ninguém repara que ele está em Alcântara...).

2. Lisboa não deverá conservar nenhum Ministério. Mais: Lisboa deve deixar de ser município e passará a ser uma simples freguesia englobada no concelho de Loures. Nosso Senhor desconfia - olhando para os principais partidos portugueses - que isto, mais tarde ou mais cedo, se tornaria numa nova Sodoma e prefere usar de medidas preventivas a recorrer ao enxofre e à Divina Pirotecnia.

3. Nenhuma cidade portuguesa usará o título de capital - à excepção de Vila Nova de Poiares, que se manterá como Capital da Chanfana.

4. O Conselho de Ministros reunir-se-á na Sertã, ponto mais central do país. Em homenagem, o Executivo pugnará para que as receitas de bucho e maranhos sejam reconhecidos como Património Mundial pela UNESCO.

5. Será criada a figura legal do "Funcionalismo Público Obrigatório", para suprir a eventual escassez de pessoal, não vão estes mandriões de Lisboa recusar-se a deslocar-se até onde for preciso.

Com estes e outros passos, que uma correcta interpretação do Verbo trará à mente de quem nos irá governar, teremos um país mais são, mais dinâmico e mais justo aos olhos do Senhor.

Arrotos do Porco:


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