domingo, junho 27, 2004 |
Orgulho e preconceito
Foi no Sábado passado que se realizou, em Lisboa, o dito Arraial Pride. Pra quem não saiba, é um desfile de gays, lésbicas, respectivas organizações e, de um modo geral, de todos aqueles que vivem segundo sexualidades não-convencionais.
O arraial foi uma coisa fortemente colorida, ruidosa e divertida (não é por acaso que a palavra gay é usada para designar os homossexuais masculinos), com as Drag Queens a monopolizarem as atenções pelo espalhafato, ousadia e aplicação. O povo que se reuniu nos passeios da Avenida da Liberdade para ver passar o desfile limitou-se a observar, com um ou outro sorriso malicioso, sem provocar nem hostilizar ninguém.
Acredito que seja assim, excepcionalmente, neste dia e que, de um modo geral, os homossexuais assumidos enfrentem inúmeros e intoleráveis preconceitos no seu dia-a-dia. A homofobia existe e é algo que deve ser muito bem controlado por cada um de nós, em nome da tolerância e do respeito mútuo. Digo-o de outra maneira: é um direito que assiste a cada um de nós chocar-se ou desgostar-se com a orientação sexual de outrém, mas tal não significa que seja lícito ou aceitável hostilizar, marginalizar, preterir ou, de qualquer outra forma, desrespeitar alguém por essa razão.
Dito isto, volto a uma coisa que já aqui disse: esta história dos "Dias do/da/de..." sempre me pareceram má ideia. Ainda para mais se vem baptizado com um equívoco "Pride", que leva imediatamente a algumas perguntas incómodas: orgulho, de quê? Da orientação sexual? Isso é motivo de orgulho para alguém? E, se é, porque não ostentá-lo todo o ano? Se um dia é de Orgulho, os outros 364 são de Vergonha?
Foi no Sábado passado que se realizou, em Lisboa, o dito Arraial Pride. Pra quem não saiba, é um desfile de gays, lésbicas, respectivas organizações e, de um modo geral, de todos aqueles que vivem segundo sexualidades não-convencionais.
O arraial foi uma coisa fortemente colorida, ruidosa e divertida (não é por acaso que a palavra gay é usada para designar os homossexuais masculinos), com as Drag Queens a monopolizarem as atenções pelo espalhafato, ousadia e aplicação. O povo que se reuniu nos passeios da Avenida da Liberdade para ver passar o desfile limitou-se a observar, com um ou outro sorriso malicioso, sem provocar nem hostilizar ninguém.
Acredito que seja assim, excepcionalmente, neste dia e que, de um modo geral, os homossexuais assumidos enfrentem inúmeros e intoleráveis preconceitos no seu dia-a-dia. A homofobia existe e é algo que deve ser muito bem controlado por cada um de nós, em nome da tolerância e do respeito mútuo. Digo-o de outra maneira: é um direito que assiste a cada um de nós chocar-se ou desgostar-se com a orientação sexual de outrém, mas tal não significa que seja lícito ou aceitável hostilizar, marginalizar, preterir ou, de qualquer outra forma, desrespeitar alguém por essa razão.
Dito isto, volto a uma coisa que já aqui disse: esta história dos "Dias do/da/de..." sempre me pareceram má ideia. Ainda para mais se vem baptizado com um equívoco "Pride", que leva imediatamente a algumas perguntas incómodas: orgulho, de quê? Da orientação sexual? Isso é motivo de orgulho para alguém? E, se é, porque não ostentá-lo todo o ano? Se um dia é de Orgulho, os outros 364 são de Vergonha?
Arrotos do Porco: