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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


sexta-feira, junho 04, 2004


De orelhas em pé - XIII

Não me apetece ir verificar se as coisas se passaram exactamente como eu ouvi por aí em clips noticiosos dispersos. Nem sequer é coisa muito nova, mas um dado vagamente relacionado surgiu hoje na imprensa e, por isso, cá vai.

Anunciou hoje um qualquer ministro (da Educação? da Saúde?) que no próximo ano lectivo abrirão mais 100 vagas para os cursos de medicina, excelente notícia para todos nós. A prazo (5-10 anos) teremos a possibilidade de inverter a crescente escassez de recursos humanos no SNS e, presume-se, aumentar a qualidade do atendimento aos utentes - quanto mais não seja, reduzindo o tempo de espera. Mas isto não tem grande relevância, nem relação, com o que me leva a escrever.

Há umas semanas, alguma alimária se lembrou de tornar público o seu lamento quanto ao cada vez menor número de machos que cursam, precisamente, medicina. E falou, perante a consternação geral, da criação de quotas neste (eventualmente noutros?) curso, para salvaguardar a tão ameaçada e apreciada prática máscula das artes de Hipócrates.

Para que não restem dúvidas, aqui fica o meu "puta qu'o pariu" para o mentor de tão alucinado projecto, o meu "bem haja" para todos os que o zurziram e o meu "bem feito!" para todas as feministas e restantes promotores da igualdade por decreto. A assunção de uma situação de facto, a desigualdade de oportunidades e direitos das mulheres no acesso ao mercado de trabalho (é disso que falo agora, apenas), combate-se, a prazo, com mudança de mentalidades e, de imediato, com legislação que promova a igualdade, nunca a excepção. Dias da Mulher, quotas para mulheres, movimentos de mulheres, etc., são coisas anacrónicas e, pior, criadoras de precedentes perigosos - como agora se vê. As mulheres têm ganho a maioria no acesso, frequência e conclusão do ensino superior por mérito próprio (venha ele de onde vier, é irrelevante). A prazo serão a maioria dos trabalhadores qualificados, dos quadros e das chefias deste país. Preocupem-se, então, os homens em ter mérito para equilibrar o quadro que se avizinha - ou não. Promover a igualdade através de mecanismos discriminatórios é o mesmo que tratar dores de dentes com aspirina: pode aliviar mas, na melhor das hipóteses, apenas adia a resolução; na pior delas, agrava o problema (como agora se viu).

Arrotos do Porco:


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