terça-feira, abril 27, 2004 |
OS ESPIRROS
Hoje acordei - a hora é um pormenor irrelevante - e pouco depois espirrei. Duas vezes. Uma logo a seguir à outra. Espirrei. Assoei-me. E fiquei feliz porque eram espirros de Verão.
É oficial, portanto. O meu corpo entrou no Verão. Aqueles dois espirros foram a prova. Parece-vos estranho? A mim também. Tenho estas percepções, que não chegam para fazer de mim um Professor Karamba mas que me vão distraindo. Um espirro de Inverno é uma coisa densa, pesada, tristemente forte e inconveniente. Um espirro de Verão é ligeiro, animado, quase feliz e com aquele exotismo de "fruta fora de época". E nisto dos espirros não há meias estações, por isso não há qualquer margem para equívocos. Hoje dei dois espirros de Verão. Souberam-me bem.
Há três fases de esplendor nos meus Verões. O início, estes primeiros dias quentes em que toda a gente parece feliz sem saber porquê. Os dias de férias propriamente ditos, em que eu estou feliz e sei porquê. E os dias do fim do Verão, em que toda a gente parece feliz por regressar ao conforto de uma camisola de lã. Pelo meio, há alguns dias menos bons: os de calor insuportável, em que não se consegue pensar nem trabalhar nem estar em casa nem andar na rua, mas em que se tem que pensar e trabalhar e estar em casa e andar na rua. Tudo somado, é uma estação do ano perfeita, tão perfeita como as outras três.
Eu sei que talvez vos pareça precipitado. Eu sei que em Maio ainda podem vir trovoadas. Eu sei que em Junho ainda pode chover. Mas o meu estado físico de veraneante convicto, diagnosticado hoje de manhã, é irreversível e só se vai alterar com os primeiros sinais do Outono. Para mim, a partir de hoje é Verão. Cada dia que vier será bonito e quente e feliz. Chegou de repente, como um espirro. Mas ainda bem que já cá está. E ainda bem que eu ainda cá estou.
Hoje acordei - a hora é um pormenor irrelevante - e pouco depois espirrei. Duas vezes. Uma logo a seguir à outra. Espirrei. Assoei-me. E fiquei feliz porque eram espirros de Verão.
É oficial, portanto. O meu corpo entrou no Verão. Aqueles dois espirros foram a prova. Parece-vos estranho? A mim também. Tenho estas percepções, que não chegam para fazer de mim um Professor Karamba mas que me vão distraindo. Um espirro de Inverno é uma coisa densa, pesada, tristemente forte e inconveniente. Um espirro de Verão é ligeiro, animado, quase feliz e com aquele exotismo de "fruta fora de época". E nisto dos espirros não há meias estações, por isso não há qualquer margem para equívocos. Hoje dei dois espirros de Verão. Souberam-me bem.
Há três fases de esplendor nos meus Verões. O início, estes primeiros dias quentes em que toda a gente parece feliz sem saber porquê. Os dias de férias propriamente ditos, em que eu estou feliz e sei porquê. E os dias do fim do Verão, em que toda a gente parece feliz por regressar ao conforto de uma camisola de lã. Pelo meio, há alguns dias menos bons: os de calor insuportável, em que não se consegue pensar nem trabalhar nem estar em casa nem andar na rua, mas em que se tem que pensar e trabalhar e estar em casa e andar na rua. Tudo somado, é uma estação do ano perfeita, tão perfeita como as outras três.
Eu sei que talvez vos pareça precipitado. Eu sei que em Maio ainda podem vir trovoadas. Eu sei que em Junho ainda pode chover. Mas o meu estado físico de veraneante convicto, diagnosticado hoje de manhã, é irreversível e só se vai alterar com os primeiros sinais do Outono. Para mim, a partir de hoje é Verão. Cada dia que vier será bonito e quente e feliz. Chegou de repente, como um espirro. Mas ainda bem que já cá está. E ainda bem que eu ainda cá estou.
Arrotos do Porco: