quarta-feira, fevereiro 18, 2004 |
SÓ ESTOU À ESPERA DA VAGA DE FUNDO!
Sim. Eu compreendo a angústia nos rostos dos milhares de portuguesas e portugueses que comigo se cruzam na rua e me imploram: "Senhor Vareta! Pela sua saúdinha, candidate-se a Presidente! Os outros candidatos a candidatos só querem é rock!" Eu compreendo. Sim.
Será do elevadíssimo padrão moral que tem pautado o meu comportamento nestes quase 28 anos de vida? Será da mescla única de qualidades humanas e profissionais que me caracteriza? Será esta aliança ímpar entre beleza física e profundidade intelectual? Será da minha modéstia? Não o sei. Sinto, isso sim, que estou habilitado a responder aos anseios de uma larguíssima franja do eleitorado português que pretende ver como Chefe de Estado uma figura insígne, com uma reputação sem mácula, com um temperamento político equilibrado e, claro, com uma vareta que reforce o orgulho pátrio na singularidade do macho lusitano.
É assim natural que a populaça ígnara olhe à sua volta e se questione: "Quem, Senhor meu Deus, quem poderá tutelar os nossos destinos enquanto Estado-Nação?" (por populaça ígnara deve entender-se o conjunto de cidadãos votantes que não reside em Tomar nem na freguesia da Ajuda, pois esses já de há muito conhecem a resposta). Face ao panorama semi-árido da política portuguesa nestes tempos de encruzilhada, acho que é o meu dever enquanto cidadão responsável e modestamente consciente das qualidades que me fazem pairar por sobre as massas ululantes e iletradas, acho que é meu dever, repito, prestar-me ao sacrifício e avançar para Belém - no fundo, basta-me descer a Calçada da Ajuda...
As minhas intenções não são vãs. Reparem: ao contrário de 85% dos taxistas, eu não venho dizer: "Eu só queria era mandar nisto tudo durante 15 dias! 15 dias chegavam! Isto dava cá uma volta!..." NÃO. Eu quero "orientar" isto tudo durante 10-anos-10. O meu médico de família poderá facilmente garantir que tenho para tal as condições de saúde necessárias. Serei, se o eleitorado irracional e animalesco se deixar por uma vez iluminar, um garante de estabilidade, um Presidente um pouco à imagem da Vodafone: durante dez anos, onde quer que você esteja eu vou estar lá. E digo dez anos porque não duvido da reeleição. Nem poderia duvidar. Isso seria um pensamento ímpio e pecaminoso. Era o que mais faltava!! Havia de foder os cornos a cada um dos eleitores que me roubasse o sonho de estar reformado antes dos 40!!
Bom... Quer isto dizer que eu estou pronto para vos servir à frente do mais alto cargo da Nação. Conheço a máquina do Estado. Sou um bom filho. Nunca tive filiação partidária. Sei dizer uma ou outra palavra em estrangeiro. Fui delegado de turma uma vez no Secundário. Mastigo de boca fechada. Não tenho o Padre Melícias por confessor. Não existem dúvidas quanto ao meu estado civil. Não me chamo Valéria Vanini. Por tudo isto - que não é nada pouco, convenhamos - percebo que muitos olhem para mim como o melhor candidato a candidato. Eu também sinto o mesmo quando me vejo ao espelho.
Este é o meu primeiro passo. Se outros se seguirão ou não depende em exclusivo de vocês, cidadãos comuns, corja de chupistas. Se quereis um Presidente que vos respeite, suas alimárias, que vos encha de orgulho e de certeza no porvir, então deixai-me sabê-lo! Manifestem-se! Organizem jantares! Convidem-me para lançar a minha autobiografia política! Arranjem-me uma entrevista no Herman SIC! Comecem desde já a porfiar para que a Lei seja alterada e permita a candidatura de pessoas com menos de 35 anos! Não quero cair no maniqueísmo, mas se não o fizerem, em última instância perdem muito mais do que eu. Bem feito! Mariquinhas!
Sim. Eu compreendo a angústia nos rostos dos milhares de portuguesas e portugueses que comigo se cruzam na rua e me imploram: "Senhor Vareta! Pela sua saúdinha, candidate-se a Presidente! Os outros candidatos a candidatos só querem é rock!" Eu compreendo. Sim.
Será do elevadíssimo padrão moral que tem pautado o meu comportamento nestes quase 28 anos de vida? Será da mescla única de qualidades humanas e profissionais que me caracteriza? Será esta aliança ímpar entre beleza física e profundidade intelectual? Será da minha modéstia? Não o sei. Sinto, isso sim, que estou habilitado a responder aos anseios de uma larguíssima franja do eleitorado português que pretende ver como Chefe de Estado uma figura insígne, com uma reputação sem mácula, com um temperamento político equilibrado e, claro, com uma vareta que reforce o orgulho pátrio na singularidade do macho lusitano.
É assim natural que a populaça ígnara olhe à sua volta e se questione: "Quem, Senhor meu Deus, quem poderá tutelar os nossos destinos enquanto Estado-Nação?" (por populaça ígnara deve entender-se o conjunto de cidadãos votantes que não reside em Tomar nem na freguesia da Ajuda, pois esses já de há muito conhecem a resposta). Face ao panorama semi-árido da política portuguesa nestes tempos de encruzilhada, acho que é o meu dever enquanto cidadão responsável e modestamente consciente das qualidades que me fazem pairar por sobre as massas ululantes e iletradas, acho que é meu dever, repito, prestar-me ao sacrifício e avançar para Belém - no fundo, basta-me descer a Calçada da Ajuda...
As minhas intenções não são vãs. Reparem: ao contrário de 85% dos taxistas, eu não venho dizer: "Eu só queria era mandar nisto tudo durante 15 dias! 15 dias chegavam! Isto dava cá uma volta!..." NÃO. Eu quero "orientar" isto tudo durante 10-anos-10. O meu médico de família poderá facilmente garantir que tenho para tal as condições de saúde necessárias. Serei, se o eleitorado irracional e animalesco se deixar por uma vez iluminar, um garante de estabilidade, um Presidente um pouco à imagem da Vodafone: durante dez anos, onde quer que você esteja eu vou estar lá. E digo dez anos porque não duvido da reeleição. Nem poderia duvidar. Isso seria um pensamento ímpio e pecaminoso. Era o que mais faltava!! Havia de foder os cornos a cada um dos eleitores que me roubasse o sonho de estar reformado antes dos 40!!
Bom... Quer isto dizer que eu estou pronto para vos servir à frente do mais alto cargo da Nação. Conheço a máquina do Estado. Sou um bom filho. Nunca tive filiação partidária. Sei dizer uma ou outra palavra em estrangeiro. Fui delegado de turma uma vez no Secundário. Mastigo de boca fechada. Não tenho o Padre Melícias por confessor. Não existem dúvidas quanto ao meu estado civil. Não me chamo Valéria Vanini. Por tudo isto - que não é nada pouco, convenhamos - percebo que muitos olhem para mim como o melhor candidato a candidato. Eu também sinto o mesmo quando me vejo ao espelho.
Este é o meu primeiro passo. Se outros se seguirão ou não depende em exclusivo de vocês, cidadãos comuns, corja de chupistas. Se quereis um Presidente que vos respeite, suas alimárias, que vos encha de orgulho e de certeza no porvir, então deixai-me sabê-lo! Manifestem-se! Organizem jantares! Convidem-me para lançar a minha autobiografia política! Arranjem-me uma entrevista no Herman SIC! Comecem desde já a porfiar para que a Lei seja alterada e permita a candidatura de pessoas com menos de 35 anos! Não quero cair no maniqueísmo, mas se não o fizerem, em última instância perdem muito mais do que eu. Bem feito! Mariquinhas!
Arrotos do Porco: