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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


quinta-feira, janeiro 15, 2004


Diálogos de Amizade, 5

- Ouve, parece que levei um enxerto de porrada...
- Eu bem te disse que a gaja não prestava...
- Tá bem, pá. Mas tu nunca gostaste dela, desde o princípio.
- Pois não! Topei-lhe logo a pinta!
- Nós somos amigos, somos como irmãos. Eu achei que era uma reacção natural a perderes algum contacto comigo, por causa dela. Em boa verdade, nunca levei muito à letra aquilo que tu dizias.
- Fizeste mal. Devias ter percebido que era genuína preocupação contigo e com o teu futuro. Tu és um gajo muito emocional, estava na cara que ias sofrer por causa dela.
- Mas que alternativa tinha eu, não me dizes?
- Oh, deixa-te de histórias...
- Não, a sério. Eu não sou como tu, eu quero viver intensamente. Loucuras, paixões, amor, até! Sim, amor!
- Tu nunca foste de medir consequências...
- Ó pá, quando um gajo ama está-se a cagar para a hipótese de sofrer.
- Amor, amor! Tu és muita estúpido, desculpa lá. As gajas só se querem é apanhar com um gajo em casa, e depois disso é sempre a pisar. São incapazes de manter uma relação equitativa contigo, fazem tudo para afastar o que entendem ser a concorrência e mandam-te à merda quando arranjam coisa melhor. Tu estavas à espera de quê?
- Ela era diferente. Ela não era dessas...
- Ah, ah, ah! Pois não, não era? Viste, não viste?
- Quando penso que ela se foi embora, só me apetece chorar.
- Tanso... chorar por uma gaja daquelas?
- Ela parecia mesmo "aquela". A gaja que tu sabes que está por aí à tua espera. A tua outra parte.
- O problema é que tu não eras a "outra parte" dela...
- Não sei... se calhar devia esperar mais uns tempos, pode ser que ela mude de ideias. Pode ser só uma cena passageira, uma paixoneta...
- Não te cansaste ainda de levar na cabeça? Que parvoíce, pá. Ainda por cima uma gaja que não sabe foder...
- Como?
- Sim, pá. Aquilo não se mexe, parece um boneco. E aqueles gemidinhos, quando ela trinca o lábio, "gni...gni...gni", que desatino!
- Mas... mas... tu foste para a cama com a gaja?
- Eu disse-te que ela não prestava, mas não havia maneira de perceberes! Teve que ser, pra tu veres que eu tinha razão.
- Como é que foste capaz? Tu, o meu melhor amigo!...
- Achas que me deu algum gozo? Da-se... mas eu, por um amigo, faço tudo.

Arrotos do Porco:


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