quarta-feira, outubro 22, 2003 |
OS VALORES QUE A TV ME ENSINOU
Os pequenos heróis do meu tempo não tinham animais de estimação com poderes estranhos e ataques-vómito, como os Pokémons... Tinham cães, ou gatos, ou macaquinhos, ou papagaios, ou cavalos; animais que eram animais, com aquele poder único e real de serem amigos e leais.
Os pequenos heróis do meu tempo tinham vidas desgraçadas, famílias disfuncionais, viviam muitas vezes no limiar da pobreza e viam nos adultos, geralmente, um adversário a ultrapassar.
Os pequenos heróis do meu tempo eram bons, traquinas, ardilosos, inventivos, preserverantes, corajosos - enfim, mais qualidades que aquelas que o Gabriel Alves seria capaz de identificar na equipa do Real Madrid.
Os pequenos heróis do meu tempo mostravam o quão pouco valiam as barreiras sociais, o poder de alguns sentimentos e do indivíduo, ensinavam-nos o prazer da partilha e tudo numa linguagem muito mais acessível que a de uma encíclica papal.
Os pequenos heróis do meu tempo não eram escolhidos em conclave, eram heróis improváveis, adequados ao traço português de uma certa felicidade medíocre - ou felicidade-apesar-de-tudo, se quiserem.
Os pequenos heróis do meu tempo riam-se, zangavam-se, choravam, namoriscavam, andavam à pancada e eram pouco dados aos cuidados de higiene. Eram crianças normais, com o que de extraordinário cada criança tem.
Hoje fiquei com um sorriso aparvalhado na cara quando ouvi o álbum "Dear Catastrophe Waitress", dos Belle&Sebastian. Seria a banda sonora de eleição para o jantar de reunião dos pequenos heróis do meu tempo...
Os pequenos heróis do meu tempo não tinham animais de estimação com poderes estranhos e ataques-vómito, como os Pokémons... Tinham cães, ou gatos, ou macaquinhos, ou papagaios, ou cavalos; animais que eram animais, com aquele poder único e real de serem amigos e leais.
Os pequenos heróis do meu tempo tinham vidas desgraçadas, famílias disfuncionais, viviam muitas vezes no limiar da pobreza e viam nos adultos, geralmente, um adversário a ultrapassar.
Os pequenos heróis do meu tempo eram bons, traquinas, ardilosos, inventivos, preserverantes, corajosos - enfim, mais qualidades que aquelas que o Gabriel Alves seria capaz de identificar na equipa do Real Madrid.
Os pequenos heróis do meu tempo mostravam o quão pouco valiam as barreiras sociais, o poder de alguns sentimentos e do indivíduo, ensinavam-nos o prazer da partilha e tudo numa linguagem muito mais acessível que a de uma encíclica papal.
Os pequenos heróis do meu tempo não eram escolhidos em conclave, eram heróis improváveis, adequados ao traço português de uma certa felicidade medíocre - ou felicidade-apesar-de-tudo, se quiserem.
Os pequenos heróis do meu tempo riam-se, zangavam-se, choravam, namoriscavam, andavam à pancada e eram pouco dados aos cuidados de higiene. Eram crianças normais, com o que de extraordinário cada criança tem.
Hoje fiquei com um sorriso aparvalhado na cara quando ouvi o álbum "Dear Catastrophe Waitress", dos Belle&Sebastian. Seria a banda sonora de eleição para o jantar de reunião dos pequenos heróis do meu tempo...
Arrotos do Porco: