terça-feira, outubro 07, 2003 |
O QUE É QUE ACONTECEU AO FUTURO?
Quem, como eu, teve a ditosa sorte de crescer nos anos 80 ficou certamente marcado pelas imagens de um certo futuro. Comboios em monocarril circulando por altíssimos viadutos, cidades cobertas por campânulas, pequenos veículos aéreos algo parecidos com os monovolumes de hoje mas sem rodas, construções em altura, vestuário em tecidos sintéticos que nos fariam dispensar o colete reflector em caso de avaria na estrada... Era o futuro que eu esperava para breve, na minha infância, alimentado a sintetizadores analógicos e comida leofilizada.
De repente, houve uma inflexão qualquer e começou-se a pensar num outro futuro. Terá sido o advento do “digital” a foder isto tudo? Não digo que não... Ou bem que foi isso ou bem que foi o Relatório Bruntland, de 1987, que pela primeira vez falou em desenvolvimento sustentável. Seja como for, as visões “futuristas” do meu início dos 80 passaram a ser mais um ridículo “amanhã de ontem”. Compreendem o drama que é enfrentar um futuro mais parecido com o presente e para o qual não estava preparado?!
Tragam-me as campânulas! Tragam-me as discotecas do Buck Rogers em que as pessoas se abanavam segurando uns tubos luminosos! Tragam-me as portas deslizantes! Os “fatos-macaco” estilizados! Os monocarris! As naves! Os jardins suspensos! Os edifícios de formas impossíveis! Os estacionamentos de veículos aéreos unifamiliares que desafiavam a gravidade! Tragam-me a comida em pastilhas! As casas inteligentes! Os carros sem condutor! Tragam-me esse futuro estranho e fascinante em que não havia lixo, nem ribeiras poluídas, nem descargas de suiniculturas, nem demandas infrutíferas pelo lince ibérico... Caso não seja possível, então tragam-me um cheque para pagar ao psiquiatra.
Quem, como eu, teve a ditosa sorte de crescer nos anos 80 ficou certamente marcado pelas imagens de um certo futuro. Comboios em monocarril circulando por altíssimos viadutos, cidades cobertas por campânulas, pequenos veículos aéreos algo parecidos com os monovolumes de hoje mas sem rodas, construções em altura, vestuário em tecidos sintéticos que nos fariam dispensar o colete reflector em caso de avaria na estrada... Era o futuro que eu esperava para breve, na minha infância, alimentado a sintetizadores analógicos e comida leofilizada.
De repente, houve uma inflexão qualquer e começou-se a pensar num outro futuro. Terá sido o advento do “digital” a foder isto tudo? Não digo que não... Ou bem que foi isso ou bem que foi o Relatório Bruntland, de 1987, que pela primeira vez falou em desenvolvimento sustentável. Seja como for, as visões “futuristas” do meu início dos 80 passaram a ser mais um ridículo “amanhã de ontem”. Compreendem o drama que é enfrentar um futuro mais parecido com o presente e para o qual não estava preparado?!
Tragam-me as campânulas! Tragam-me as discotecas do Buck Rogers em que as pessoas se abanavam segurando uns tubos luminosos! Tragam-me as portas deslizantes! Os “fatos-macaco” estilizados! Os monocarris! As naves! Os jardins suspensos! Os edifícios de formas impossíveis! Os estacionamentos de veículos aéreos unifamiliares que desafiavam a gravidade! Tragam-me a comida em pastilhas! As casas inteligentes! Os carros sem condutor! Tragam-me esse futuro estranho e fascinante em que não havia lixo, nem ribeiras poluídas, nem descargas de suiniculturas, nem demandas infrutíferas pelo lince ibérico... Caso não seja possível, então tragam-me um cheque para pagar ao psiquiatra.
Arrotos do Porco: