quinta-feira, outubro 02, 2003 |
Injustiças
A minha gaja anda chateada comigo. Não, deixem-me re-escrever isto de uma forma mais correcta: a minha gaja anda mais chateada comigo do que é costume. Eu até compreendia e aceitava se fosse por me ter apanhado a alisar as rugas que a saia da boazona do 3ºB tem na bufa, ou a dar uma milonga épica a uma qualquer mulher avantajada de peito. Mas não foi nada disso, que eu sou discreto e cuidadoso...
A minha gaja anda chateada comigo porque eu não percebi que ela tinha ido ao cabeleireiro. Cortou quase 1 centímetro ao cabelo e avivou levemente o tom ruivo do cabelo, e eu não reparei. Fodi-me, claro. Deixei passar dois dias e ela, qual chaleira de apito estreito, explodiu em chiadeira chorosa, recheada de não-me-ligas-nenhumas, é-assim-que-gostas-de-mins e outras coisas ininteligíveis para um homem.
Não está certo! Só as mulheres é que se preocupam com estas minúcias, porque raio hão-de cobrar sobre o nosso saudável desprendimento? Para que não pensem que me estou a queixar sem razão, deixo-vos uma lista das coisas que ela não reparou que eu fiz, recentemente:
- A semana passada cortei as unhas dos pés. Nem é meu hábito ser tão cuidadoso com isso, afinal ainda em Maio as tinha cortado, quando o tempo começou a aquecer. Julgam que ela disse alguma coisa? Nada!
- Anteontem pus as peúgas para lavar. Lembro-me perfeitamente, tinha acabado de ver o jogo e estava parado, com ar bovino, a fixar o infinito e a contemplar os mistérios da vida e do Universo, quando reparei que o infinito era cinzento, tinha uns losangos esverdeados e cheirava. Maquinalmente (reparem, não me esforcei!), peguei nas peúgas entre as pontas do polegar e do indicador e levei-as para o cesto. Agradeceram vocês? Assim fez ela.
- Ainda ontem pus o lixo na rua. Estava a despejar cascas de amendois no saco e aquela merda estava sempre a cair. Percebi que a pilha de talões do totoloto que eu cuidadosamente equilibrara sobre as latas de cerveja não estava a deixar entrar mais nada para o saco. Agarrei no saco e levei-o para o latão, na rua. Quando voltei, esperava-me algum agradecimento? Ah ah ah! Nem pensar! Um berreiro a propósito de não sei que cascas e papéis espalhados desde a cozinha até à porta, foi o que foi.
E depois queixam-se. Ele há coisas muito injustas...
A minha gaja anda chateada comigo. Não, deixem-me re-escrever isto de uma forma mais correcta: a minha gaja anda mais chateada comigo do que é costume. Eu até compreendia e aceitava se fosse por me ter apanhado a alisar as rugas que a saia da boazona do 3ºB tem na bufa, ou a dar uma milonga épica a uma qualquer mulher avantajada de peito. Mas não foi nada disso, que eu sou discreto e cuidadoso...
A minha gaja anda chateada comigo porque eu não percebi que ela tinha ido ao cabeleireiro. Cortou quase 1 centímetro ao cabelo e avivou levemente o tom ruivo do cabelo, e eu não reparei. Fodi-me, claro. Deixei passar dois dias e ela, qual chaleira de apito estreito, explodiu em chiadeira chorosa, recheada de não-me-ligas-nenhumas, é-assim-que-gostas-de-mins e outras coisas ininteligíveis para um homem.
Não está certo! Só as mulheres é que se preocupam com estas minúcias, porque raio hão-de cobrar sobre o nosso saudável desprendimento? Para que não pensem que me estou a queixar sem razão, deixo-vos uma lista das coisas que ela não reparou que eu fiz, recentemente:
- A semana passada cortei as unhas dos pés. Nem é meu hábito ser tão cuidadoso com isso, afinal ainda em Maio as tinha cortado, quando o tempo começou a aquecer. Julgam que ela disse alguma coisa? Nada!
- Anteontem pus as peúgas para lavar. Lembro-me perfeitamente, tinha acabado de ver o jogo e estava parado, com ar bovino, a fixar o infinito e a contemplar os mistérios da vida e do Universo, quando reparei que o infinito era cinzento, tinha uns losangos esverdeados e cheirava. Maquinalmente (reparem, não me esforcei!), peguei nas peúgas entre as pontas do polegar e do indicador e levei-as para o cesto. Agradeceram vocês? Assim fez ela.
- Ainda ontem pus o lixo na rua. Estava a despejar cascas de amendois no saco e aquela merda estava sempre a cair. Percebi que a pilha de talões do totoloto que eu cuidadosamente equilibrara sobre as latas de cerveja não estava a deixar entrar mais nada para o saco. Agarrei no saco e levei-o para o latão, na rua. Quando voltei, esperava-me algum agradecimento? Ah ah ah! Nem pensar! Um berreiro a propósito de não sei que cascas e papéis espalhados desde a cozinha até à porta, foi o que foi.
E depois queixam-se. Ele há coisas muito injustas...
Arrotos do Porco: