segunda-feira, outubro 06, 2003 |
EXISTÊNCIA
Diziam-me hoje ao almoço, com ar doutoral: "para se conseguir fazer humor, há que tirar partido do grande mal entendido que é esta existência".
Enquanto fazia exercícios de contorcionismo com a língua para desalojar o fiampo de vitela que se prendera entre um molar e o siso do rés-do-chão esquerdo, fui pensando no assunto. A minha clarividência já não é o que era... A única conclusão a que cheguei foi um redutor "Que se foda!", a qual não tive oportunidade de verbalizar dada a natureza e faixa etária dos restantes comensais.
Agora penso de novo. Se esta existência é um mal entendido que caminho devemos tomar? Tentar esclarecê-lo ou contribuir para que ninguém se entenda?
Assim como alguém arranjou nove maneiras diferentes de ver uma porra de uma flor (como vêem, não é uma questão de "sensibilidade" que preside à escolha da imagem mas uma adequação à linha de pensamento), também podemos olhar para a minha ou qualquer outra existência como bem nos apetecer. Até que ponto é que alguém se entende verdadeiramente para poder dizer que os outros incorrem num mal entendido a seu respeito? E, se todos pensássemos assim, como é que se conseguiria ser engraçado?
Tudo isto para redundar na questão que vos queria pôr: o humor faz-se, tem-se ou acha-se?
Diziam-me hoje ao almoço, com ar doutoral: "para se conseguir fazer humor, há que tirar partido do grande mal entendido que é esta existência".
Enquanto fazia exercícios de contorcionismo com a língua para desalojar o fiampo de vitela que se prendera entre um molar e o siso do rés-do-chão esquerdo, fui pensando no assunto. A minha clarividência já não é o que era... A única conclusão a que cheguei foi um redutor "Que se foda!", a qual não tive oportunidade de verbalizar dada a natureza e faixa etária dos restantes comensais.
Agora penso de novo. Se esta existência é um mal entendido que caminho devemos tomar? Tentar esclarecê-lo ou contribuir para que ninguém se entenda?
Assim como alguém arranjou nove maneiras diferentes de ver uma porra de uma flor (como vêem, não é uma questão de "sensibilidade" que preside à escolha da imagem mas uma adequação à linha de pensamento), também podemos olhar para a minha ou qualquer outra existência como bem nos apetecer. Até que ponto é que alguém se entende verdadeiramente para poder dizer que os outros incorrem num mal entendido a seu respeito? E, se todos pensássemos assim, como é que se conseguiria ser engraçado?
Tudo isto para redundar na questão que vos queria pôr: o humor faz-se, tem-se ou acha-se?
Arrotos do Porco: