quinta-feira, outubro 02, 2003 |
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De orelhas em pé - IV
Sempre me ensinaram que os detentores de responsabilidades governativas, políticas, sociais, religiosas, militares, etc., deviam cuidar de manter uma aparência impoluta, a salvo do menor reparo. À mulher de César não basta ser séria, tem que parecer séria.
É bastante óbvio que nem todos estudámos pela mesma cartilha. Por exemplo, se a obrigação dos governantes serem cidadãos exemplares fosse levada a sério, quando um Ministro da Ciência e do Ensino Superior colocasse por decreto seu a filha de um Ministro dos Negócios Estrangeiros no curso de mais difícil acesso, e ao abrigo de um regime especial reservado aos filhos do pessoal diplomático ao qual ela não tivesse direito, ambos acordariam amanhã não-ministros.
Não sendo assim, ainda alguém nos vai tentar convencer de que, a haver um favorecimento indevido da dita rapariga, ela teria sido colocada em Santa Maria e não na Universidade Nova...
P.S. Corrigi um lapso imperdoável. O Ministro que proferiu o despacho não foi o da Educação, foi o do Ensino Superior...
Arrotos do Porco: