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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


terça-feira, setembro 21, 2004


De orelhas em pé - XVI

É o assunto do momento: as listas de colocação de professores não saem, há atrasos (se calhar, irremediáveis...) no arranque do ano lectivo, há 70.000 ou 80.000 professores à espera de saberem o seu destino, sendo que apenas 50.000 serão colocados. A "ministra", com ar preocupado, diz que é grave, que houve erros de avaliação, que há responsabilidades políticas a assumir, blá, blá, blá, e já se adivinha o filme: a "ministra" demite-se, junto com umas quantas figuras malquistas do ministério, a oposição e os sindicatos cantam vitória, o primeiro-ministro destaca a dignidade das figuras agora afastadas e realça o sentido de justiça do seu governo, que não deixa passar impune estas coisas, e o pagode aplaude - ou não, tanto faz, que o pagode já se demitiu há muito destas coisas banais da cidadania.

Ora, acontece que nem toda a gente é parva. E alguém irá certamente perguntar que raio de responsabilidade pode ter uma pessoa que agarrou há dois meses num processo ferido de morte e se limitou a constatar-lhe o óbito? Nenhuma, claro, nem isso conta para o caso, porque a senhora "ministra" nunca foi Ministra da Educação: limitou-se a ser uma figura de cêra, a derreter como expediente para salvaguardar os verdadeiros responsáveis: o antigo ministro David Justino e a empresa que foi (certamente) bem paga para produzir um software inútil. Ao primeiro devem ser assacadas as responsabilidades políticas deste processo e aos segundos as consequências de contratos (haverá?) não cumpridos e prejuízos que daí tenham sobrevindo. Qualquer outra coisa é folclore.

Resta a questão original: há 50.000 lugares lectivos a precisarem de ocupação. Talvez a recondução dos professores nos lugares que ocuparam o ano passado não fosse a pior ideia...

Arrotos do Porco:

Os professores não sabem onde vão morar, se conseguem casa, onde vão por os filhos na escola e no infantário. Os restantes pais, que já estão a trabalhar, não sabem o que fazer aos filhos. As crianças estão desconcentradas, começam a meio gás, acham que não vale a pena esforçarem-se porque este período não conta, depois vão ter o "desconto" pela anormalidade do ínicio do ano lectivo. Enfim... assim se desfaz Portugal.
Bom poste, Menir Calém.



Boas!

Essas coisas de software e informática interessam-me.
Infelizmente na pesquisa que fiz no Google não consegui descobrir o nome da empresa ou do consórcio, responsável pela informatização das colocações dos professores.

No entanto encontrei coisas sobre a actuação de David Justino na frente do Ministério, que não me agradaram.
Por exemplo, não sei se já ouviram falar do movimento do software livre, e na propagação do Linux como alternativa aos sistemas operativos da Microsoft.
Basicamente, num software livre não se pagam licenças de utilização. Para além do facto de ele ter um código aberto que qualquer pessoa pode ver e alterar.
Isso dá credibilidade ao próprio software que desse modo não esconde código inútil ou suspeito, como por vezes se desconfia das aplicações da Microsoft.

Então no ano passado, o Ministério de Educação recusou a possibilidade de discutir um documento elaborado pela Adetti (http://www.adetti.pt/), que é uma instituição de investigação sem fins lucrativos, acerca do uso do Linux nas escolas.
http://www.caixamagica.pt/pag/f_notc00.php?id=33
http://tek.sapo.pt/4L0/396329.html

No entanto, já neste ano, estabeleceu com a Sun Microsystems, que é uma identidade privada, um protocolo de cooperação válido para os próximos 5 anos, para a implementação de tecnologias Open Source no contexto escolar.
http://pt.sun.com/noticias/imprensa/2004/040317.html

Até podem ver as fotos da assinatura do acordo:
http://pt.sun.com/noticias/images/assinatura01.jpg
http://pt.sun.com/noticias/images/assinatura02.jpg

Abraços
ARMAS



Permitam-me levantar um sobrolho a essa cuidadosa explicação dos meandros da informática. Não me sendo matéria familiar, é um processo comum ao desenvolvimento de qualquer projecto. Ora, acontece que, como em qualquer projecto, quando a sua adjudicação foi fruto de um processo transparente e limpo, os avaliadores (à falta de melhor termo para "beta-tester") são rigorosos e minuciosos, fazem passar todas as queixas e propostas para o fornecedor que, desejoso de segurar o cliente e fazer boa figura, cede a (quase) tudo com um sorriso nos lábios, mesmo que tenha o pessoal a suar sangue para cumprir os prazos.

Quando a adjudicação é acordada entre amigos, os avaliadores não estão à vontade para criticar (são os amigos do "senhor director", tájaver?) e o fornecedor está-se a cagar (este já está no papo, quero lá saber de gastar mais dinheiro com isto...). O resultado não seria muito diferente do que aquele a que estamos a assistir.



Fueda-se, aqui conversasse sobre coisas sérias, actuais e importantes! Claro que é tudo em códigos e charadas, que é o que está na moda. Vou advinhar o final da história, que em é que leva na bufa com toda a força? Quem é quem é?



Não digo, conversem até ao fim para sabrem.





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