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Vareta Funda

O blog dos orizicultores do Concelho de Manteigas


terça-feira, fevereiro 22, 2005

ACTUALIDADES
«Alguém devia ter caluniado Josef K., porque foi preso uma manhã, sem que ele houvesse feito alguma coisa mal. A cozinheira da senhora Grubach, a dona da pensão, que lhe levava o pequeno-almoço todos os dias por volta das oito horas, não apareceu desta vez. Isto nunca tinha acontecido (…).

Mas na garganta de K., pousaram-se as mãos de um dos cavalheiros, enquanto o outro lhe enterrava a faca no coração e a revolvia duas vezes. Com olhos desfalecidos, K. viu ainda, muito perto do rosto, os cavalheiros encostados um ao outro, face com face, a observarem o cumprimento da sentença.

- Como um cão! - disse ele; era como se a vergonha devesse sobreviver-lhe».

Der Prozess, Franz Kafka

A história conta-se em três penadas: um homem é arguido num processo cuja acusação desconhece, é julgado por um tribunal que não chega a ver e é condenado e executado por juízes e carrascos que não se identificam perante ele. No entanto, submete-se.

Franz Kafka morreu prematuramente em 1924. Esta obra é considerada premonitória das duas décadas que se seguiram. Sendo ele próprio judeu – embora tenha estudado na Alemanha e escrito sempre em alemão – seria de esperar a vivência real deste seu trabalho específico, caso tivesse durado mais anos e se submetesse ao regime Nacional-Socialista alemão na sua Praga natal.

Quis o destino que não acontecesse. Mas a sua obra marcante e perturbante tem toda a actualidade.

Arrotos do Porco:


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